Texto: Bronnie Ware
Tradução do Inglês: Felipe de Souza
Durante muitos anos eu trabalhei com pacientes terminais. Meus pacientes eram aqueles que iam para casa para morrer. Alguns momentos incríveis eram compartilhados. Eu estava com eles nas últimas horas de suas vidas.
As pessoas crescem muito quando estão diante de sua própria mortalidade. Eu aprendi a nunca subestimar a capacidade de alguém para crescer. Algumas mudanças eram fenomenais. Cada um deles experienciava uma variedade de emoções, como é de se esperar, negação, medo, angústia, remorso, mais negação e eventualmente aceitação. Todos os pacientes encontravam a paz antes de partirem, cada um deles.
Quando questionados sobre os arrependimentos que eles tinham ou o que eles fariam diferente, os temas mais comuns apareciam de novo e de novo. Aqui estão os cinco mais comuns:
1) Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim mesmo, não a vida que os outros esperaram de mim
Este foi o arrependimento mais comum de todos. Quando as pessoas percebiam que a sua vida estava prestes a acabar e olhavam com clareza para ela, era fácil ver quantos e quantos sonhos não tinham sido realizados.
A maior parte das pessoas não tinham honrado nem a metade de seus sonhos e tiveram que morrer sabendo que isto aconteceu pelas escolhas que tinham feito ou pelas escolhas que não tinham feito.
É muito importante tentar e honrar ao menos alguns de seu sonhos ao longo do seu caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. A saúde traz uma liberdade que raramente é percebida, até que não a tenhamos mais.
2) Eu gostaria de não ter trabalhado tanto
Este arrependimento apareceu em cada paciente homem de quem eu cuidei. Eles sentiam falta de não ter participado da infância de seus filhos e da companhia de suas esposas. As mulheres também tinham este arrependimento. Mas como a maioria era da geração mais antiga, muitas das pacientes não tiveram que trabalhar fora de casa. Todos os homens de quem eu cuidei arrependiam-se profundamente terem gasto tanto tempo de suas vidas no trabalho.
3) Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar os meus sentimentos
Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para poder manter a paz com os outros. Como resultado, eles mantiveram uma existência medíocre e nunca se tornaram realmente quem eles poderiam ter se tornado. Muitos desenvolveram doenças relacionadas com a sua amargura e ressentimento que levaram ao longo da vida.
Nós não podemos controlar as reações dos outros. Entretanto, embora muitas pessoas reajam inicialmente quando você muda o jeito que você é, falando honestamente, no final isto transforma o relacionamento para um nível mais saudável e novo. Ou isto acontece ou um relacionamento não-saudável é criado.
4) Eu gostaria de ter mantido contato com os meus amigos
Frequentemente eles não percebiam verdadeiramente o benefício de seus velhos amigos até que estavam nas últimas semanas de vida e nem sempre era possível achá-los. Muitos estavam tão presos a sua própria vida que haviam deixado amizades preciosas para trás. Haviam muitos arrependimentos de não ter mantido e conservado as amizades antigas, de não ter despendido o tempo e o esforço necessários que as amizades mereciam. Todos sentem falta dos seus amigos quando estão morrendo.
É comum para todos em um estilo de vida ocupado ir perdendo as amizades. Mas, quando você está diante de sua própria morte, tudo muda. As pessoas querem manter os assuntos financeiros em ordem na medida do possível. Mas não é o dinheiro ou o status que realmente tem importância para eles. Eles querem arranjar as coisas e deixá-las em ordem mais para o benefício daqueles que amam. Mas geralmente, os pacientes estavam debilitados demais para cumprir esta tarefa. Tudo gira em torno do amor e dos relacionamentos no final. Isto é tudo o que permanece nas semanas finais: amor e relacionamentos.
5) Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz
Surpreendentemente, este é um arrependimento comum. Muitos não percebiam, até o final, de que a felicidade é uma escolha. Eles permaneceram presos a padrões e hábitos. O conforto da familiaridade dominou as suas emoções bem como a sua vida física.
O medo da mudança fazia com que fingissem para os outros e para si mesmos que estavam contentes. Mas lá dentro, eles queriam rir realmente e ter graça e brincadeira em suas vidas de novo.
Quando você está de cama e morrendo, o que os outros pensam sobre você está bem longe da sua mente. Quão maravilhoso é ser capaz de se soltar e rir de novo, muito antes de estar morrendo.
A vida é uma escolha. É a SUA vida. Escolha conscientemente, escolha sabiamente, escolha honestamente. Escolha a felicidade.
Veja também o Vídeo – Cinco maiores arrependimentos antes de morrer
Infelizmente, muitas vezes pensamos que a felicidade está no fim da caminhada, quando na verdade, a felicidade está no caminhar.
Sim Gilson! Obrigado pelo seu comentario.
O que acho mais relevante no texto é ele apontar que não temos todo tempo do mundo, ou seja, o nosso tempo é limitado, por isso é sempre bom por exemplo manter as amizades.
Atenciosamente
Felipe de Souza
Bate uma deprê ler esses textos quando agente para pra pensar que pode ser mais feliz ou pode acabar assim. É necessário que saibamos ser felizes pois a vida é uma só e quando ela se for… só restará ressentimentos de uma vida perdida que poderia ter sido bela.
Gabriel,
Enfrentar o fato de que (logo) vamos envelhecer e (logo) vamos morrer pode ser visto também de outra forma.
Podemos passar a olhar a nossa vida como não sendo eterna. Apesar de sabermos que não é, muitos vivem como se fosse.
Bem, se você não tem todo tempo do mundo, o que você quer?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe!
Atualmente, estou sempre pensando na morte, em como gostaria de morrer. Tendo atingido a maioridade, 61 anos de idade, isso passou a fazer parte do meu conjunto de pensamentos que antes via como algo longínquo e terrível e, agora, também!!! Não conheço um ser humano normal, que quer de fato morrer! Somente os depressivos e que sentem muitas dores de origens várias – física, emocional, afetiva, mental, advindas de toda sorte, qualquer espécie de dor – que nós, como seres humanos passamos no dia a dia, nas guerras e na luta pela sobrevivência. Mas, apesar de todas as dores, queremos viver com toda possibilidade infinita de escolhas, com saúde, sonhando um mundo melhor, mais igualitário, mais feliz para todos nós, com mais equilíbrio! Eu não me arrependo de nada, pois fiz e faço tudo que posso em cada época, dei o melhor de mim, corri atrás de qualidade de vida, que não quer dizer acúmulo, excessos. Vivo uma vida feliz com o necessário e sonho sempre em fazer algo melhor a cada dia, superando-me, mesmo que não signifique uma grandiosa obra. Minhas amizades mantenho nas redes sociais e em encontros presenciais anuais; encontro os familiares sempre, mantenho meus e-mails em dia, de vez em quando, agendo um cafezinho aqui em casa, meus colegas de ensino á distância, encontros mensais, em poucas horas aos sábados e aí já fica cheia a minha agenda…cheia de vida! Penso que as pessoas precisam assumir que são felizes, apesar de…pode parecer um otimismo desvairado, mas já passei por períodos complicadíssimos e sobrevivi a todos eles, graças a Deus! e, depois das dificuldades superadas, saímos mais fortes.
Abraço,
Malu
Olá Malu!
Obrigado por compartilhar conosco as suas vivências e sabedoria!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
O arrependimento n° 3 é o que eu talvez tenha, mas de forma totalmente inversa.