Esses dias vi um vídeo muito interessante no YouTube (confira no final do texto) em que estava sendo estudada a tendência humana de acrescentar, de fazer mais para resolver um problema, em vez de retirar, diminuir, fazer menos. Por exemplo, acrescentar 3 peças de Lego para criar uma estrutura em vez de retirar uma.
Nos atendimentos dentro da psicologia, utilizamos muitas técnicas para resolução de problemas. Geralmente, o objetivo é trazer mais consciência sobre o próprio problema, elaborar possíveis soluções, passando pela escolha do que pode ser a melhor entre elas e implementar novos comportamentos, hábitos que sejam condizentes com a decisão tomada.
Nesse processo, podemos pensar em novas questões como:
– Há alguma coisa (atividade, comportamento, etc) que eu possa deixar de fazer que pode ajudar nesse problema? Ou então: há algo que eu possa deixar de fazer para melhorar (produtividade, saúde…)?
– Existe alguma parte do problema que é irrelevante para a escolha final?
– Posso trocar alguma coisa (atividade, comportamento, etc) por outra em vez de somente acrescentar (atividade, comportamento, etc)?
O cérebro de a busca de recursos
Sabemos hoje, a partir de estudos das neurociências, biologia e psicologia da evolução, teoria polyvagal e da compaixão, que uma parte do nosso funcionamento cerebral visa resolver problemas e buscar recursos (esses mecanismos não raro estão ligados à ansiedade).
Se pararmos por vinte minutos para fazer uma meditação – Mindfulness da respiração, por exemplo – veremos como surgem pensamentos sobre possíveis problemas futuros, sobre o que pode dar errado e o que tem que ser feito a seguir, sobre como conseguir mais disso ou daquilo (dinheiro, aprovação social, segurança..).
Esses processos aparecem e dão a impressão de que são automáticos, se prestarmos bem atenção. O momento presente pode estar perfeito, sem nada para arrumar ou resolver, e ainda assim notamos pensamentos que buscam recursos, ou seja, procuram acrescentar coisas.
Exemplos de mudanças por subtração
Por outro lado, e se formos na direção contrária às vezes, quando for possível?
E se ao invés de fazer malabarismos com a agenda, reduzirmos algumas atividades habituais, recorrentes, que fazemos sem pensar?
E se, na próprios busca por diversas soluções, reduzirmos as possibilidades para somente três ou quatro?
E se aprendermos a dizer não para convites que não queremos de fato ir e ter mais tempo para si?
E se reduzirmos objetos da casa, ampliando o espaço para se movimentar, aprendendo a decorar através do contraste entre cheio e vazio?
E se focarmos nossa atenção em ter menos (clientes, seguidores)? Ter o interesse menos na quantidade e mais na qualidade (no sentido daqueles que estão engajados com nosso produto, serviço, mensagem?)
E você? Pensou em outros exemplos? Se quiser escreva nos comentários.
Conclusão
Mudar de perspectiva, do acrescentar para o retirar, do somar para o subtrair pode ajudar no processo de resolução de problemas. Essa é uma mudança que vai contra a nossa tendência, que vem também estimulado pela nossa cultura e possivelmente pela genética. Apesar disso, podemos sim aprender a tentar ver por outros ângulos.
Recomendação de leitura:
Veja o vídeo que citei no começo abaixo: