Saiba mais sobre o que é psicologia comportamental e os dois tipos de behaviorismo: radical e metodológico.
No primeiro capítulo do livro organizado por Vicente Caballo, Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento, capítulo intitulado “Origens, História Recente, Questões Atuais e Estados Futuros da Terapia Comportamental: uma Revisão Conceitual”, Cyril M. Franks, encontramos algumas definições muito importantes sobre a psicologia comportamental.
Quem não estudou ou se aprofundou nessa área da psicologia, talvez pense que se trata de uma área unívoca, com uma única metodologia de estudo, epistemologia, e um conjunto de técnicas coerentes com os pressupostos. Entretanto, este não é o caso. Neste texto, vamos abordar as diferenças entre o behaviorismo metodológico e behaviorismo radical. Lembrando que a palavra behaviorismo vem da palavra inglesa behavior, que significa comportamento. Portanto, ao falarmos de behaviorismo radical versus behaviorismo metodológico estamos falando de dois tipos de psicologia comportamental.
O que é Psicologia Comportamental?
Uma definição concisa e compartilhada por todos sobre o que é psicologia comportamental não existe. Mas podemos situar a tentativa de uma definição global em duas formas: definição doutrinária e definição epistemológica.
“As definições doutrinárias tentam vincular a TC a doutrinas, teorias, leis ou princípios de aprendizagem. As definições epistemológicas se encontram mais inclinadas a caracterizar a TC em termos das diversas maneiras de estudar os fenômenos clínicos. Em geral, as definições doutrinárias tendem a ser mais limitadas e, por outro lado, não se ajustam a toda a TC, enquanto que as definições epistemológicas tendem a ser excessivamente acomodativas e, por conseguinte, potencialmente aplicáveis a muitas terapias não comportamentais” (Franks, p. 12).
Em outras palavras, uma definição doutrinária seria aquela que vincula a psicologia comportamental a uma escola específica ou autor. Por exemplo, a psicologia comportamental do condicionamento clássico de Pavlov ou a psicologia comportamental do condicionamento operante de Skinner; enquanto que a posição epistemológica vincula a definição ao modo como se estuda a intervenção, avaliação, diagnóstico e aplicação clínica. Por um lado, a definição doutrinária é problemática porque exclui outras escolas ou autores, sendo por isso excessivamente limitante. Por outro lado, a posição epistemológica é mais ampla, podendo fazer com que outras abordagens da psicologia sejam incluídas (sem serem necessariamente psicologia comportamental no entendimento dessas próprias abordagens).
Franks propõe a seguinte definição:
“A terapia comportamental implica, principalmente, na aplicação dos princípios derivados da investigação na psicologia experimental e social, para o alívio do sofrimento das pessoas e o progresso do funcionamento humano. A terapia comportamental enfatiza uma valorização sistemática da efetividade destas aplicações. A terapia comportamental implica na alteração ambiental e na interação social, mais que na alteração direta dos processos corporais por meio de procedimentos biológicos.
O objetivo é, essencialmente, educativo. As técnicas facilitam um maior autocontrole. Na aplicação da terapia comportamental, normalmente se negocia um acordo contratual no qual se especificam procedimentos e objetivos mutuamente agradáveis. Aqueles que empregam os enfoques comportamentais de modo responsável, guiam-se por princípios éticos amplamente aceitos” (Franks e Wilson, 1975, p. 1).
2 Tipos de Psicologia Comportamental: metodológico e radical
A definição acima é geral. Em um estudo mais rápido, portanto, poderíamos vir a ter a ideia de que a psicologia comportamental é um todo unificado e consistente. Porém, ao nos aprofundarmos, vemos que existem correntes em debate. Autores que defendem um extremo e autores que defendem um outro extremo e, ainda, autores que ficam no meio-termo.
Por exemplo, para muitos a revolução cognitiva de Aaron Beck cria uma outra abordagem que deveria ser chamada de psicologia cognitiva. Uma abordagem, portanto, diferente e distante da psicologia comportamental. Para outros, a psicologia cognitiva é psicologia comportamental. Daí o termo psicologia cognitivo-comportamental.
Uma outra forma de encontrar uma definição do que é a psicologia comportamental se dá pelas epistemologia:
Behaviorismo metodológico
“Pode-se identificar, pelo menos, duas classes de comportamentalismo. Para o comportamentalista metodológico, o comportamento pode ser investigado e explicado sem um exame direto dos estados mentais. Este comportamentalismo tende a ser mediacional, se aceita a existência de estados mentais sobre uma base inferencial, e as variáveis mediacionais, intervenientes, constituem a base habitual para a investigação formal e a consistência teórica. A metodologia hipotético-dedutiva constitui, normalmente, a estratégia eleita para tais investigações. É perfeitamente possível ser um comportamentalista metodológico e apoiar conceitos tais como o livre arbítrio, o autocontrole, a cognição e o perceber-se (Franks, p. 14).
Behaviorismo radical
“Em oposição, está o comportamentalista metafísico ou radical, que nega a existência de estados mentais como proposições úteis. O comportamentalista radical, tende a ser não-mediacional, antimentalista, nunca inferencial e a favorecer a indução sobre a comprovação formal das hipóteses” (Franks, p. 14).
Nas faculdades de psicologia, é comum encontrarmos professores que são da abordagem da psicologia comportamental, mas uns sendo metodológicos e outros radicais.
Skinner definiu a sua abordagem como behaviorismo radical (em oposição ao behaviorismo metodológico de Watson, Hull, e Tolman) por considerar não só os comportamentos observáveis, mas, igualmente, os comportamentos chamados encobertos como o auto-controle, o pensamento, entre outros. A diferença para outros tipos de psicologia “mentalistas” consiste na tentativa de estabelecer relações funcionais entre o meio ambiente e tais comportamentos. Ou seja, não há a negação destes comportamentos que não podem ser observados diretamente por outros observadores – excluindo o próprio indivíduo – porém, não há a necessidade de criar entidades tais como inteligência, personalidade, motivação, etc.
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Conclusão
Como vimos, não é possível apontar uma única definição de psicologia comportamental, o que nos traz a possibilidade de aprofundamento em cada uma das perspectivas dentro desta abordagem da psicologia, para saber mais sobre os autores e escolas mais influentes no meio.
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