“Nunca é tarde demais para ser quem você poderia ter sido” (George Eliot)
Olá amigos!
Já foi se o tempo em que tínhamos que passar a vida inteira em um único tipo de trabalho. Há alguns séculos, a profissão era passada de pai para filho e era praticamente uma herança. Tanto é que o sobrenome, o nome de uma família, representava a sua área de atuação.
O século XX, a Era dos Extremos, segundo o historiador Hobsbawn, foi um século de transformações. No final do século passado, com o advento das tecnologias da informação, o que ainda restava de uma estabilidade profissional que durava a vida toda foi, aos poucos, sendo diluída. Sociólogos como Zygmunt Bauman passaram a chamar o nosso tempo de “modernidade líquida”. Tudo que antes era sólido, fixo, fixado desde o berço, não existe mais. As instituições e as atividades laborativas, assim, são como um líquido e se adaptam ao contexto de maneira flexível e fluida.
Esta nova realidade, a nossa realidade atual, permite, portanto, a mudança. Não é porque uma pessoa faz a graduação que terá que exercê-la para o resto de sua vida, até a aposentadoria. O trabalho deixa gradativamente de ter que ser associado a tripalho, um instrumento medieval de tortura, para ser uma fonte de prazer, ao mesmo tempo que continua sendo uma fonte de renda.
Contudo, muita gente ainda sente dificuldade de aceitar a necessidade de mudar de carreira. Eis aqui algumas dicas que podem ajudar nesta transição.
Dicas para mudar de carreira
1) Aonde estou?
O primeiro passo para mudar uma trajetória é saber a posição inicial. Não adianta almejar um outro percurso sem reconhecer o local de onde partimos, certo? De maneira que é preciso fazer uma avaliação, racional, com o pé no chão, de como estão as coisas agora, aqui.
Afinal, é muito diferente mudar de carreira se o ponto inicial é o início de uma faculdade da qual não se gosta ou se é depois de ter uma graduação e uma pós-graduação e um emprego.
Se há certeza de que a mudança é inevitável, o ideal é se preparar para a mudança o quanto antes. De nada adianta fingir e mentir para si mesmo de que talvez as coisas melhorem.
Uma boa forma de avaliar o momento presente, profissional, é fazer um currículo com todas as informações. Currículo vem do latim curriculus, de currere, “correr, cumprir um percurso”. Ao fazer um currículo, conseguimos visualizar, em resumo, o percurso feito até aqui.
2) O que é útil?
Tendo o currículo, o segundo passo é avaliar o que neste currículo pode ser útil para continuar a corrida. Pois, de novo, cada caso é um caso. Alguém já graduado que esteja insatisfeito com o seu dia a dia profissional talvez possa mudar de área de atuação, mas não de profissão, certo?
A ideia deste segundo passo é anotar o que pode ser útil daqui para frente. Talvez a graduação seja útil. Talvez uma pós-graduação, um curso técnico, um curso extra. Talvez até um trabalho voluntário, um idioma.
3) Seguir o dinheiro
Em inglês é muito comum a expressão follow the money, na investigação de um crime. Ao seguir o caminho do dinheiro, os investigadores conseguem localizar os culpados.
A não se que você tenha uma condição privilegiada e não precise ganhar dinheiro, você terá que considerar, com calma e atentamente, como ganhará dinheiro na nova profissão.
Sugerimos o texto – Como você quer ganhar dinheiro?
4) Mudanças graduais talvez ajudem
Existem mudanças abruptas e mudanças graduais. Se há incerteza de como será a nova atividade ou se há dúvida de como ganhar dinheiro na nova profissão, uma possibilidade excelente é ir mudando aos poucos. Por exemplo, podemos continuar trabalhando ainda na mesma área (que talvez não gostemos) e ir procurando uma nova vaga ou ir fazendo uma outra graduação ou pós-graduação.
5) E se um hobby for a solução?
Em alguns casos, não se trata exatamente de mudar de carreira, mas encontrar um hobby que ajude a criar o senso de realização pessoal. Muitas e muitas pessoas conseguem suportar bem as rotinas no trabalho, 8 horas por dia e 5, 6 dias na semana. O que lhes aflige, então, não é o cotidiano. Inclusive, o cotidiano de um trabalho não tão satisfatório pode ser suficiente e a remuneração condizendo com o que se espera. O que falta é uma atividade de imersão, na qual o tempo desapareça e tudo faça sentido (independente de responsabilidade e finanças).
6) Mente sã em corpo são
A mudança angustia muita gente porque há a sensação de estar em um entre-lugar: não encaixado na profissão atual nem ainda na profissão desejada. As incertezas do que pode acontecer no meio tempo são, também, motivos de preocupações e ansiedades.
A fim de diminuir estas sensações desagradáveis, é extremamente eficaz cuidar do corpo: praticar pelo menos um esporte regularmente. (Eu indico o Pilates).
Por que você deve fazer Pilates? Benefícios e Dicas
E outra forma de diminuir o stress e a ansiedade é praticar atividades meditativas, como as que são trabalhadas na Psicologia da Atenção Plena – Mindfulness Psychology. Com elas, aprende-se a viver no momento presente, que é um presente de valor inestimável.
7) Procure ajuda
Diz o ditado que pimenta nos olhos dos outros é refresco. Isso significa que, quando o problema é conosco, é um problema de verdade, e quando é com os outros, o problema se torna menor. Razão pela qual é muito útil ter uma visão distanciada, de parentes, amigos e profissionais especializados como psicólogos.
Às vezes o que parece uma tragédia, enquanto estamos vivendo, é só um momento. No final das contas, não adianta fazer uma tempestade em um copo de água.
Com uma ajuda dos amigos, e se preciso, com uma ajuda especializada e profissional, o processo de transição pode ser muito mais fácil e tranquilo. Até porque muitas vezes quem está de fora consegue ver melhor a floresta – enquanto estamos de olho na árvore – e dar dicas preciosas que não tínhamos considerado.
Saiba mais – Coaching de Carreira
Olá Felipe, tudo bem? excelente tema! Penso que vale a pena mudar! Abs,
Obrigado Raquel!
Eu já mudei algumas vezes, rsrs. Agora o que me encanta é a possibilidade de ter mais de uma profissão concomitante e mais de uma fonte de renda.
Atenciosamente,
Felipe de Souza