5 dicas para superar a procrastinação

Dado o fato de que as pessoas são diferentes e existem tipos diferentes de procrastinação, podemos logo compreender que vamos encontrar vários métodos para superar a procrastinação. Neste texto, você vai encontrar 5 dicas de práticas: consciência, motivação, tempo, valores e ajuda externa.

1) Consciência

Como falamos no texto anterior – O que é procrastinação – o primeiro passo para superar uma dificuldade é ter consciência de que aquela dificuldade existe. Mas não só: é igualmente importante avaliar o grau da dificuldade (se é leve, moderada ou grave) e em quais contextos aparece, ou seja, se é algo mais específico a uma área da vida ou mais genérico, abarcando várias áreas.

De forma que a primeira dica é fazer esta avaliação (você pode fazer por si só ou buscar ajuda de outras pessoas, sejam elas próximas ou profissionais).

Trouxe algumas perguntas abaixo, algumas delas inspiradas no livro The Procrastination Workbook, de William Knaus:

– Com que frequência eu procrastino?

– É mais comum procrastinar em uma área da vida do que outra? Em qual área da vida procrastino mais?

– O que já tentei fazer para superar a procrastinação? O que já fiz que não funcionou e o que já fiz que funcionou?

2) Motivação e desmotivação

Um dos fatores que fazem com que deixemos algo para fazer depois é o que podemos chamar de motivação – ou falta de motivação. Fazer algo desagradável aos nossos olhos (como declarar o imposto de renda ou fazer uma limpeza no dentista) parece melhor amanhã do que hoje. É como se deixamos para o “eu de amanhã” resolver, enquanto passamos a aproveitar o hoje com atividades mais agradáveis, ou talvez atividades um pouco menos desagradáveis.

Um segundo passo, após a conscientização, é justamente entender os benefícios de parar de procrastinar.

– Faça uma lista dos benefícios emocionais, mentais, comportamentais ou nas suas relações de diminuir esta tendencia a deixar para depois.

– Se você parar de procrastinar – ou quase nunca procrastinar – como a vida melhora?

Outras perguntas que podem ajudar dizem respeito a perceber quais pensamentos aparecem quando há procrastinação:

– O que você diz a si mesmo ao protelar? Quais justificativas você diz para não começar a fazer agora ou hoje uma atividade importante e urgente?

Um exemplo comum é pensar que será melhor fazer depois. Que não vai haver problema em deixar para amanhã ou depois de amanhã.

E, ainda, outras perguntas que podem ser úteis sobre motivação e desmotivação é notar quais sentimentos aparecem quando acontece a procrastinação:

– Você sente frustração, raiva, tristeza? Ou aparece geralmente algum outro tipo de sentimento como desconforto, insegurança, medo? Como seria diminuir o até eventualmente não sentir isso?

3) Tempo

Um fator essencial para entender a procrastinação é o tempo. A maneira como lidamos com os planejamentos e projetos, usamos o calendário e nos comprometemos com o curso de uma ação é tudo, evidentemente, relacionado ao longo do tempo.

Nesse sentido, podemos investigar como fazemos a nossa gestão de projetos (que é, inclusive, uma área de estudos muito interessante e uma área prática importante dentro das empresas).

Perguntas:

– Quais são as consequências de curto prazo de procrastinar? E de não procrastinar?

– Quais são as consequências de longo prazo?

– Quais problemas você poderia não ter, se parasse ou diminuísse a tendência de não fazer agora e deixar para fazer depois?

– Quais são os possíveis ganhos de passar a cumprir prazos, terminar antes ou já terminar uma atividade programada?

– Você costuma usar uma agenda física ou online (ou app)? Já tentou usar apps ligados à criação de hábitos e gestão de rotina?

4) Valores, objetivos e metas

Valores são como o norte que apontam uma direção importante para a vida. Entender os próprios valores é muito relevante para estabelecer os objetivos e metas. Sempre compartilho aqui que um dos valores que tenho é de aprender (e ensinar). Nesse sentido, posso criar o objetivo de fazer uma pós-graduação que vai durar dois anos. E, dentro deste período, dividir em metas semanais e mensais para o estudo.

Se eu procrastinar uma meta do estudo semanal, ajuda bastante me reconectar com o meu valor de aprender (e ensinar). Com tantas atividades rotineiras da vida podemos às vezes nos desconectar do porquê estamos fazendo aquilo – por exemplo, um trabalho da pós. Ao reconectar com o valor, fica mais fácil concluir a atividade dentro do prazo.

5) Ajuda externa

Como somos seres gregários, sociais, que valorizamos o contato com outras pessoas e grupos, podemos utilizar ajuda externa para não procrastinar. Pode ser um colega da faculdade, um personal trainer na academia, um amigo que nos incentiva ou um profissional da psicologia (ou de outras áreas dependendo da nossa necessidade).

– Quem pode te ajudar em uma área específica? Com quem você pode contar? Quem você poderia contactar ou contratar?

Conclusão

Como disse no início, a procrastinação aparece de formas variadas para cada um de nós. Espero que este texto tenha trazido algumas ideias para reflexão e prática para que o sofrimento de procrastinar seja diminuído.

Lembrando novamente que se esta é uma questão difícil para você, busque ajuda das pessoas que estão à sua vida no que elas puderem ajudar (como incentivando, te apoiando) ou de profissionais capacitados para tal. No texto anterior, citei os profissionais da Terapia Ocupacional que também são maravilhosos para ajudar no planejamento de várias áreas da vida.

Dúvida, sugestões, comentários, escreva abaixo.