Olá amigos!
Em algum momento da infância, aparece uma voz interna dentro de nós que é crítica. Se você observar o fluxo de pensamentos, notará que esta voz aparece aqui e ali:
- Talvez ela tem um outro tom de voz (diferente do tom de voz dos outros pensamentos)
- Talvez ela esteja tão presente por estes dias que o tom de voz parece idêntico aos outros pensamentos
- Talvez você encontre uma justificativa para ela existir: proteger de perigos e erros, motivar a ser perfeito(a), fazer as coisas que devem ser feitas
- Talvez nem isso. Talvez seja apenas um hábito tão antigo que você não é capaz mais de notar quais são os seus benefícios.
Voz compassiva e voz crítica
Atualmente, ofereço o Programa de 4 semanas Online de Autocompaixão (você pode saber mais sobre entrando em contato pelo Whats – 11 984156913 ou email – psicologiamsn@gmail.com) e nesse programa vemos a diferença entre a voz compassiva e a voz crítica.
A voz compassiva é a voz que usamos quando estamos falando com um amigo, com um familiar, com uma pessoa próxima (ou não) que está passando por alguma dificuldade, por algum problema, uma pessoa que está tendo algum sofrimento.
É provável que não falemos de forma crítica, como poderíamos vir a falar com a gente mesmo se a estivéssemos passando pelo mesmo problema, não é mesmo ?
Por exemplo, digamos que este amigo ou amiga cometeu um erro X. Você provavelmente não falaria: “Nossa! Como você é um erro! Como você é inadequado(a) como pessoa! Como você é isso, aquilo, aquilo outro (qualquer adjetivo negativo)…”
Ao invés, a tendência é tratar esta pessoa próxima de maneira compassiva, com bondade e carinho, dizendo palavras de conforto, talvez orientando ou motivando também.
Então, o primeiro passo é pegar esta referência: “Como eu falaria com uma pessoa querida que estivesse passando por isso ?”
E, em seguida, utilizar o mesmo conteúdo e até mesmo um tom de voz semelhante para falar comigo mesmo.
O ponto chave aqui é: geralmente não aprendemos que podemos nos tratar com bondade, carinho, com incentivo. Internalizamos e mantemos apenas a voz crítica.
Vejo pelos programas de mindfulness e autocompaixão como é muito mais fácil – para a maioria das pessoas – pensar de maneira bondosa, enviar votos positivos para outros (até para um eventual “inimigo”) do que para si mesmo.
A parte boa é: é fácil começar a mudar. Apenas temos que identificar a voz crítica (você pode dar até mesmo um nome para ela), notar que talvez ela tenha um sentido (proteger ? ajudar ? ) e então passar a mudar tanto o conteúdo dessa vozinha interna como o próprio tom da voz.
Conclusão
A vida cognitiva de cada pessoa é bastante particular. Como psicólogos, acompanhamos os pensamentos e sentimentos das pessoas que chegam até nós. Temos mais possibilidades de notar certas peculiaridades. A voz crítica é uma delas.
Algumas pessoas tem uma voz crítica severa, dura, quase constante. Outras notam a sua existência apenas quando cometem um erro, esquecem de algo ou são criticadas externamente.
Independentemente da forma particular e peculiar de cada um ter essa voz interna crítica, podemos aprender a lidar melhor com ela em 3 passos simples
- Identifique como ela é (quando aparece)
- Identifique porque ela aparece (quer te proteger ou ajudar ? Ou apenas aparece por hábito ? E, se tem alguma justificativa, agradeça a ela (essa proteção e ajuda), mas…
- Mude para a voz compassiva: aprenda a falar com você como você falaria com um amigo ou amiga, com uma pessoa querida.
E, caso esteja difícil para você, busque a ajuda de um profissional da psicologia!
Professor Felipe te admite gosto muito de suas colocações psicológicas .
Sim, Felipe, temos a tendência a sermos duros com nós mesmos e demonstrarmos mais compaixão para com os outros, mesmo quando o acontecimento é o mesmo. Não é simples mudar hábitos que estão tão arraigados em nosso interior, mas é preciso fazer o mais difícil, dar o primeiro passo.
Eu mesmo sou muito crítico comigo mesmo, mas consigo ter compaixão para com os outros. Inclusive, ao auxiliar alguém, podemos perceber como podemos ser tão duros com nós mesmos e tão compreensivos com os outros, o que parece ser bastante injusto. Acredito que, passando a enxergar a nós mesmos como aprendizes, tendo a noção de que a mudança seja, na verdade, um processo longo, podemos nos tornar menos duros com nós mesmos.
Obrigado pela reflexão!
Fico feliz que goste das publicações Sonia!
Verdade Jorge! No Oriente, meditação é bhavana, que significa cultivo mental, desenvolvimento ao longo do tempo (um longo processo contínuo). Portanto, não é do dia para noite que mudamos algo. Leva tempo, paciência e dedicação.