Ontem vi o filme sobre a história da criação do McDonald’s. Logo no começo aparece o personagem Ray Krock interpretado por Michael Keaton ouvindo um disco em que o tema é sobre persistência. O áudio diz:
“Nada no mundo pode superar a persistência. O talento não supera. Não há nada mais comum que talentosos fracassados. A genialidade não supera. O gênio desconhecido é praticamente um clichê. A educação não supera. O mundo está cheio de tolos educados. A persistência e a determinação são muito poderosas. Mostre que você não precisa ser derrotado por nada. Que tem paz interior. Uma saúde incrível e uma energia forte e constante. Se você tentar alcançar estas coisas todos os dias, os resultados serão óbvios para você. Por mais que possa parecer uma fantasia, cabe à você criar seu próprio futuro. A maior descoberta da minha geração é que os seres humanos podem mudar suas vidas, mudando seu modo de pensar. Como Emerson afirmou: um homem é o que ele costuma pensar durante todo o dia” (Clarence Floyd Nelson).
Como começamos a ver o filme já sabendo do sucesso estrondoso do MacDonald’s, podemos passar batido pelo fato de que o seu processo de construção não foi linear, nem sem obstáculos, dificuldades e conflitos. Um dos motes do filme é justamente a persistência de Kroc e suas variadas tentativas de enriquecer.
Persistência e perseverança
No texto de ontem comentei que existem mais pessoas que desistem do que falham ou fracassam. O texto acima, sobre a persistência do Nelson, nos aponta que não são características inatas, qualidades de caráter, educação, etc, que levam ao sucesso – seja ele qual for – e sim o ingrediente principal a persistência. Afinal, de que adianta ter talento, educação, genialidade se você não usa isso?
Podemos concordar ou não com os métodos de Krock para levantar o McDonald’s, mas gostaria apenas de utilizar esse exemplo como uma reflexão sobre como o modo como pensamos diariamente vai moldando as nossas vidas e como ter uma ideia clara sobre o que querermos e persistir nela até que se concretize é uma receita simples que muitos esquecem sobre como fazer mais e atingir mais.
Persistir e desistir
Utilizando ainda o filme, vemos que o personagem central possui esse sonho forte de enriquecer. Ele tenta persistentemente de várias formas: vendo isso e aquilo e não consegue o que quer muitas e muitas vezes. O que índica que persistir somente, de maneira teimosa e sem olhar para os resultados também não conduz ao sucesso. A diferença é que ele não abandona o seu sonho (de enriquecer) como muitos fariam. Ele simplesmente muda a sua estratégia. Tenta obter o que procura por outras vias e caminhos.
Ou seja, desistir de uma estratégia que não está gerando frutos também faz parte do processo. Se eu quero emagrecer – por exemplo – e persisto em uma dieta que não está fazendo efeito, de que adianta? Em vez de desistir do meu plano de ser mais saudável, eu posso desistir da estratégia (esta dieta especificamente) e não do meu objetivo principal.
O erro de desistir do plano por ter tido uma estratégia que não deu certo se baseia na generalização. Eu entendo, incorretamente, que, por esta estratégia não ter dado certo, nenhuma vai dar. Ora, isso não é uma verdade. O fato de uma estratégia não ter dado certo só quer dizer que esta estratégia não deu certo. Não quer dizer que todas as estratégias falharão.
Saber o que abandonar
No filme, também vemos que Krocks já começou, certa hora, a ver o potencial de sucesso do McDonald’s, porém, apesar da expansão em franquias ter dado certo, a sua forma de lucrar estava equivocada. É então que ele tem ajuda financeira para refazer o plano de negócios. Nessa fase, podemos notar um pensamento fundamental: “Se continuar fazendo o que estou fazendo, aonde vou chegar?”
No caso, lucrar 1% de hambúrgers de 15 centavos depois dos impostos não iria fazê-lo enriquecer conforme ele gostaria. De fato, ele estava até com dificuldades de fechar as contas. Ou seja, a persistência do plano de enriquecer permaneceu. Mas houve o abandono, a desistência, novamente, da estratégia que estava sendo utilizada até então.
É como soltar um foguete com uma direção definida, por exemplo, a lua, mas ir alterando a rota momento a momento para ter mais eficiência, chegar mais rápido e certo. Podemos abandonar muitas coisas durante o trajeto, mas não desistimos do plano fundamental.
Conclusão
Ao longo do texto, utilizei o exemplo da construção do McDonald’s para mostrar a relação entre persistir e desistir. Vejo muito no consultório como muitas e muitas vezes as pessoas desistem no primeiro erro, no primeiro problema, no primeiro não, em vez de mudar a estratégia pontual e manter o foco no objetivo de longo prazo.
Como diz Tony Robbins: “a maioria das pessoas superestima o que realizou em um ano – e subestima o que pode realizar em uma década”
Toda a estrutura para a concretização de planos e metas de longo prazo é simples. Mas ser simples não quer dizer, obviamente, que será um caminho fácil, sem obstáculos e a necessidade de transformar comportamentos e procedimentos.
Como falamos ontem: há a clareza de propósito (quero isso), que é mantida com persistência e também há a desistência ao longo do passo-a-passo de coisas que não estavam dando certo. Enfim, a persistência é o que mantém o comportamento no longo prazo. A desistência é a modelagem do comportamento, aos poucos, para que o resultado final seja obtido.
Boa tarde! texto excelente e sua reflexão ao final, melhor ainda. Obrigada pelos assuntos aqui tratados: eles são enriquecedores. Sucesso em 2018 pra você e nós, seus leitores e seguidores.
Obrigado Margarida! Feliz 2018!!!
Muito bom Felipe! Agradecemos por mais um belo texto reflexivo. Tenho comigo que as pessoas que atingem precocemente o sucesso são as que são mais acertivas em suas decisões, sendo estas em todas as instâncias (pessoais e profissionais).
Ops; desculpando-me pelo descuido ortográfico no comentário anterior:
A palavra seria “assertivas” pelo sistema ortográfico brasileira, mas “certeiras” pelo sentido proposto…
Obrigado Luciano! :)
Bom a vida é feita de escolhas,sempre vivemos pra escolher algo.Ver o que queremos e que não queremos pensamos o tempo todo queremos um futuro melhor temos qui trabalhar pra isso, até por que a vida exige isso da gente.Tudo só acontece se formos persistente nem sempre dar pra abandonar algo,mais temos que abrir mão de determinadas coisas se quisermos chegar la no topo.
Boa tarde Professor Felipe de Souza adorei a história desse filme bastate inspiradora.