Se sentindo paralisado ou sem motivação? Conheça a melhor técnica para superar as resistências internas e realizar mais!
Olá amigos!
Estou lendo um livro muito interessante e gostaria de compartilhar com vocês algumas ideias. O livro se chama Mini-hábitos: hábitos menores, maiores resultados, de Stephen Guise. A ideia central do livro é que devemos abandonar os projetos grandiosos e ambiciosos demais e aprender com o famoso lema de Lao Tsé: “Uma longa viagem começa com um único passo”.
Mini-hábitos X Grandes intenções
Sabe aqueles projetos, compromissos e promessas de final de ano que todos fazemos? Bem, as estatísticas indicam que apenas 8% serão realizadas. Isso indica que não basta ter boas intenções e pensar grande. Na verdade, tudo indica que o contrário é que é verdadeiro: pensar grande cria desmotivação e não motivação e concretização.
Um exemplo meu: o nosso site Psicologia MSN tem mais de 1.100 textos! O que equivale a 3 livros relativamente grandes. Se, quando comecei o site, ainda como um blog, eu tivesse em mente que escreveria tanto, isso me pareceria distante e quase impraticável. Felizmente, ao menos no que tange à escrita, eu sempre tive um lema parecido com o de Guise: escrever um pouco por dia. Escrever um texto de 1.000 palavras, mais ou menos uma página e meia do Word, era desde o começo a ideia central.
E, como diz o ditado, de grão em grão a galinha enche o papo. Então, vemos que é importante ter confiança de que os nosso projetos e ideias darão certo. Mas se pensarmos em passos que estão ainda muito distantes, não daremos o primeiro.
Um exemplo, talvez mais fácil de visualizar, é do próprio Guise. Ele menciona que gostaria de começar a se exercitar, frequentar uma academia, emagrecer e ter uma rotina constante de atividade física. Porém, quando ele pensava em fazer 50 flexões e 100 abdominais, ele paralisava ou deixava para depois.
Até que um dia, fazendo um exercício de criatividade no qual procuramos pensar o contrário do que estamos pensando, ele refletiu: “se fazer 50 flexões parece para mim que eu estaria subindo o monte Everest, e se eu pensar diferente? O que seria diferente de fazer 50 flexões?”
O insight que ele teve foi: “vou fazer apenas uma única flexão. Fazer uma única flexão é fácil. Eu posso fazer isso. Eu consigo. Para uma única flexão não existe resistência”.
E foi o que ele fez. E, a partir daí, ele começou a notar a força dos mini-hábitos.
O conceito de mini-hábitos
Fazer uma única flexão. Escrever um único texto. Ler duas páginas de um livro. Comer agora um pouco mais de salada. Meditar por cinco minutos.
Veja também – Sem tempo para praticar Mindfulness? Tem 1 minuto?
O que há de comum em todas estas ações – note bem: ações e não intenções – é que são ações praticáveis, fáceis, realizáveis aqui e agora e que não provocam resistência, ou, se provocam, não se trata de uma resistência significativa.
Guise dá um outro exemplo muito interessante. Faça o seguinte: coloque a sua mão agora no nariz. Faça isso. Não precisa pensar. Só coloque a mão no nariz e pronto.
Fez?
Colocar a mão no nariz é um ato simples. Não precisamos pensar muito. Não é grandioso. É até banal. A ideia de um mini-hábito é justamente essa. Uma pessoa que está resistindo de ir à academia e ficar uma hora, uma hora e meia, treinando imagina que tudo aquilo será desgastante, estressante, chato ou até muito complicado ou sem atrativos.
Agora, uma única flexão? Um único abdominal?
Bem, assim como colocar a mão no nariz, estes atos, estes comportamentos são simples. Fáceis. Banais. Podemos fazer e podemos fazer agora.
A ideia é que ao fazer uma única flexão poderemos fazer mais uma. Talvez mais uma ainda. Talvez mais sete ou dez. E ao fazer, estaremos deixando de lado os pensamentos grandiosos, os grandes planos e estaremos entrando na prática.
Pode ser que seja dolorido. Pode ser desconfortável. Mas estaremos superando toda e qualquer resistência se colocarmos em prática um mini-hábito.
Voltando ao exemplo da escrita, eu aprendi algo parecido com sessões de Coaching e psicologia cognitivo-comportamental. Quando pensava que teria que escrever mais 100 páginas da minha tese de doutorado eu paralisava. Protelava. Ficava me culpando por ter protelado e protelava mais. Então, assim como faço no site, comecei a estabelecer pequenas metas por dia.
Ler cinco páginas do livro que precisava ler. Escrever um parágrafo ou uma página. E pronto. Em dias em que me sentia mais motivado, extrapolava. Escrevia duas ou três páginas. Em dias que não me sentia tão motivado, de toda forma, treinava escrever o mínimo que fosse, mas escrevia.
Guise menciona que na maior parte dos dias, quando ele começou a treinar com o mini-hábito de uma única flexão, ele fazia mais de uma flexão. Às vezes chegava a fazer cinquenta. Em dias que não se sentia tão motivado, de toda forma, fazia uma única flexão.
Como sabemos, um hábito é apenas e tão somente um ato repetido muitas vezes. O que tem que ficar claro é que intenções, planos, projetos não bastam. Melhor um único comportamento do que nada. Um único comportamento já é um primeiro passo. Lembrando: “uma longa viagem começa com um único passo”.
Portanto, pense no primeiro passo que você pode dar hoje: enviar aquele email? Fazer aquela ligação? Mandar a proposta? Enfim, o que você pode fazer agora?
Qual é sua primeira flexão para atingir o que você quer daqui pra frente?
Dúvidas, sugestões, comentários, por favor, escreva abaixo.
Eu vou fazer o teste.
#observando…
Olá, professor Felipe. Gostei muito deste texto. Quando comecei a ler, parece que surgiu uma luz no fim do túnel igual em desenho animado. Já que ultimamente não tenho conseguido ler 50 páginas de um livro sequer por dia, então vou ler cinco. E o dia que eu estiver mais disposta e interessada, leio mais. Fiquei até mais entusiasmada. A gente se cobra muito, quer fazer tudo ao mesmo tempo e isso me deixa meio louquinha e estressada e acabo não lendo é nada. Não é desculpa de tempo não, às vezes não tenho é vontade mesmo porque acho que se eu não ler o livro x em tantos dias, não está bom. Oras, posso lê-lo em mais dias… Ótima dica.
Parabéns pelo texto, bastante produtivo essa dica
Nossa, esse texto é simplesmente sensacional, parando para pensar, eu percebo que as grandes coisas que já realizei na vida começaram com simples atitudes que foram aumentando com o passar do tempo. Como a moça disse: nós nos cobramos demais, e acabamos não fazendo é nada. Apesar de ser procrastinadora já consegui algumas conquistas na vida, Mas me esforçando de forma indisciplinada, Creio que se aprender a ter disciplina eu irei potencializar ainda mais os resultados. As vezes estamos utilizando apenas 50% do nosso potencial. Vou seguir as dicas, espero voltar algum dia aqui nesse post para descrever os resultados dos meus pequenos hábitos para motivar outras pessoas.
bjos! fica com Deus!!
Olá, Prof Felipe! Aquela famosa frase: “o hábito não faz o monge”! Aqui percebo que o hábito faz a diferença! pequenos hábitos ainda mais porque às vezes não percebemos que repetimos demasiadamente hábitos desnecessários e deixamos de formar novos hábitos que nos deem maiores resultados a longo prazo ou passos! felicidades! gentilmente, Irineu.
Irineu,
Na verdade o ditado é “o hábito faz o monge”. Na psicologia comportamental, nós aprendemos que é o comportamento que transforma. Dizemos que alguém é um palestrante porque ele vai e faz palestras, que é um vendedor porque realiza vendas… etc. Assim, muitas vezes pensamos de mudar quem somos, mas um percurso mais simples é mudar o que fazemos.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Texto bastante interessante!
É como o texto fala: “Uma longa viagem começa com um único passo”. Além da motivação interna do querer fazer, que na maioria das vezes não é fácil sempre tem às pedras no caminho, no meu caso era o ‘mal de preguiça’. Arduamente luto a favor de pequenos hábitos pra colocar em prática o que quero. Como o velho ditado diz, à prática leva a perfeição.
Lindo texto, acho que esse era o primeiro passo que precisava “Acordar”. Sou uma pessoa que procrastina bastante, e acabo que as ideias grandiosas ficam somente na minha mente, o que me leva a pensar demais e procrastinar e ficar mal por isso. Obrigada por revelar o significado do primeiro passo, admiro muito seu trabalho. Esse texto veio em uma hora boa demais!