Bill Gates, fundador da Microsoft, abandonou a faculdade e é o homem mais rico do mundo. Mas hoje ele diz: “Não repitam o que fiz e terminem a faculdade”.
Olá amigos!
Como trabalho há anos com Orientação Profissional e Coaching de Carreira, escuto muito este tipo de questão se fazer uma faculdade será uma garantia de sucesso. Algumas pessoas perguntam se depois de formadas terão um emprego garantido ou se o investimento de tempo e recursos nos anos da graduação irá retornar com rapidez, se terá valido a pena.
Bem, não existe uma resposta universalmente válida para esta questão. Facilita dividirmos em tópicos específicos para analisarmos, em detalhes, todas as facetas.
Fazer ou não fazer faculdade?
Para avaliarmos se algo é positivo ou negativo, se traz retorno ou não, se é bom ou não, enfim, temos que ter um determinado tipo de valor pessoal (ou cultural) e igualmente um objetivo em vista.
Normalmente, a nossa cultura valoriza quem faz uma faculdade, considera a pessoa inteligente, culta, sabida. Este é um valor. Porém, também sentimos que a sociedade valoriza mais uma faculdade do que outra (não vou citar nomes).
No que tange aos objetivos, é importante ter clareza. Se o seu objetivo é trabalhar na psicologia, não há como não fazer faculdade. E, se você tiver uma outra graduação, mesmo que você faça uma pós-graduação em psicologia – quando permitido – você não terá como atuar, pois o Conselho Federal de Psicologia exige a graduação, a faculdade, para lhe dar a carteira profissional. Assim como acontece com direito, medicina, engenharia, etc.
Portanto, não existe escolha. Na área de negócios, empreendedorismo e em outras áreas como artes em geral vemos que não há uma exigência prévia. Você pode abrir uma empresa e não precisa ser formado em administração ou economia. Você pode ser um artista mundialmente renomado sem nunca ter estudado formalmente, certo? (Não é incrível saber que os Beatles não sabiam ler partitura?)
Assim, chegamos à questão:
Fazer faculdade para que?
A resposta é simples, pois uma pessoa faz a faculdade para:
– ganhar mais conhecimentos;
– ter mais oportunidades no mercado de trabalho
Geralmente, ter mais oportunidades no mercado de trabalho significa ser empregado de alguém. E, justamente por isso, acabamos encontrando o paradoxo de que uma grande parte dos bilionários do mundo não fez uma graduação (32% não fizeram). E porque isto acontece?
Porque os conhecimentos que aprendemos na faculdade tem, também, basicamente dois caminhos:
– o conhecimento visa um mercado de trabalho de certa forma já ultrapassado (estudamos teorias que não são totalmente atuais);
– o conhecimento visa com que o aluno seja capaz de reproduzir mentalmente o que aprendeu, ou seja, tenha memória do seu conhecimento e seja capaz de ensinar. O topo do ensino é transformar o aluno em um professor universitário, nos programas de doutorado e pós-doutorado (mais do que formar pesquisadores originais).
De modo que ao formar, o graduado enfrentará concorrência de quem se formou antes, mas também encontrará uma realidade que não está presente nos livros.
Um exemplo, uma pessoa que aprende a programar sozinho e entra na faculdade de ciências da computação, certamente aprenderá conhecimentos que não tinha antes. Mas, depois de se formar, terá que aprender linguagens que não aprendeu na faculdade. Além disso, a faculdade ensina a teoria, mas não a prática. E, dentro da prática, encontrarmos uma série de competências que nem aparecem na grade como saber trabalhar em equipe, liderar se for o caso, planejar, vender o serviço, etc.
E isto acontece não só com o cientista da computação. Com todas as outras profissões vemos situações muito semelhantes. Um dos casos mais extremos são as licenciaturas (faculdade para dar aula no Ensino Médio) que ensinam o conhecimento mas não ensinam como ensinar. Por isso não é a toa que vemos professores que sabem mas “não sabem passar”.
Aqui, portanto, cabe refletir sobre a distância entre a teoria e a prática, além de como conseguir mais competências que não são ensinadas na faculdade.
Fazer faculdade para ter sucesso
Sucesso é uma palavra relativa de acordo com os valores de cada um. Ser bem sucedido em sua profissão, em geral, tem três sentidos:
– ser reconhecido como um bom profissional;
– ter liberdade de atuação e autonomia para utilizar o seu talento individual;
– ganhar o teto salarial da carreira
Neste texto, vamos nos ater ao último:
Fazer faculdade para ter sucesso financeiro
E, por sua vez, ter sucesso financeiro pode significar:
– ganhar bem (mensalmente ou anualmente e ter excedentes);
– ter independência financeira. Ter independência financeira significa não precisar trabalhar para viver, ter renda, não deixar de fazer nada por falta de dinheiro e não fazer nada que não se gosta pelo dinheiro.
E aqui há a diferença entre o profissional que é empregado ou autônomo e ganha bem e o empresário ou investidor. O profissional ou empregado pode até ganhar bem, mas não tem ainda o suficiente. Para utilizar a terminologia de Lair Ribeiro, não tem abastança, ou seja, não tem uma quantidade suficiente de renda ou de bens que lhe permite viver um período significativo sem ter que trabalhar. Quanto maior o tempo que uma pessoa pode ficar sem trabalhar, mantendo o seu padrão de vida, maior é a sua abastança.
O empresário ou investidor, por outro lado, aumenta cada vez mais sua renda até chegar ao ponto em que tem total independência financeira, quer dizer, nunca mais precisará trabalhar. O que não significa que não irá, já que o trabalho não tem que ser um martírio. Muitos tem total independência financeira, mas amam tanto o seu trabalho, a sua empresa que continuam trabalhando até mais do que antes.
E, voltando ao nosso tópico, temos que:
Para ser um empregado, quanto mais estudo maior será o salário. Para ser um autônomo, normalmente, é preciso ter uma faculdade ou no mínimo um curso técnico. A faculdade nivela os profissionais, mas o que distingue o bem sucedido do que não teve tanto sucesso não é a sorte e sim outras competências que não foram ensinadas na faculdade.
E, no caso do empresário e investidor é de certa forma indiferente a faculdade, se foi feita ou não, porque o tipo de conhecimento necessário para ser um empresário ou investidor é o conhecimento financeiro, do mundo dos negócios. Embora faculdades como administração e economia sejam faculdades que ensinem estes conhecimentos, quem se forma nem sempre tem o perfil para ser dono de negócio ou quer investir em ações, por exemplo. Razão pela qual existem milhões de administradores e economistas no mundo e poucos estão na lista dos bilionários e, talvez, nem cheguem à lista dos milionários.
Conclusão
Como disse no começo, não existe uma resposta universalmente válida para a pergunta se é bom ou ruim, financeiramente falando, fazer uma faculdade. Ou, em outras palavras, fazer uma faculdade não necessariamente trará sucesso.
Isso é evidente. Todas as profissões – que exigem faculdade – estão cheias de pessoas bem sucedidas, mas também estão cheias de pessoas que não conseguiram encontrar o seu caminho e engavetam os seus diplomas.
Mas, em minha opinião, eu diria que é importante fazer uma faculdade. Em algumas profissões, como a minha, será totalmente imprescindível. Para outras que não for, também acredito que é importante para ter o conhecimento geral e básico (a graduação é sempre um conhecimento amplo e não muito especializado).
Porém, em nenhuma hipótese, podemos parar no conhecimento da faculdade. É preciso aprender, na prática ou com cursos, treinamentos, Coaching, psicoterapia uma série de habilidades a mais. Pois serão estas que farão a diferença na realização profissional.
Bill Gates, o fundador da Microsoft e que largou Harvard, escreveu:
“Apesar de ter largado a faculdade e ter conseguido uma carreira na indústria de software, ter um diploma é um caminho muito mais certeiro para o sucesso. Pessoas com nível superior tem muito mais chances de encontrar um emprego recompensador, ganhar maiores salário, e até, as pesquisas mostram, ter vidas mais saudáveis do que quem não tem um diploma.”
Boa tarde!
Felipe de Souza,
Gostaria de ler sobre as diversas áreas da Psicologia além do que que elas abrangem. Seria o caso de incluir quais a suas estabilidades no mercado de trabalho.
Obrigada
Karine Maronhas
Simplesmente esclarecedor. De fato, o que não difere o sucesso de um investidor/empreendedor e de um profissional empregado necessariamente envolve o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de habilidades e competências que ultrapassam os conhecimentos adquiridos em uma faculdade. Cabe a cada um saber o seu objetivo de vida e mesmo caminhando conforme dita o mercado, trabalhar em si essas habilidades.
Sim professor essa é a diferença entre “fazer certo a coisa” e de ” fazer a coisa certa” quando as duas são combinadas ninguém segura.
Um grande abraço.
Sergio
Também acho importante ter uma faculdade, como base de conhecimento geral, em uma determinada área. Mas a questão principal – muito bem colocada – para mim, é essa: a faculdade ensina a teoria, mas não a prática. E, dentro da prática, encontrarmos uma série de competências que nem aparecem na grade, como saber trabalhar em equipe, liderar se for o caso, planejar, vender o serviço, etc.
Eis a questão! Bingo!
Saudações!
Felipe! Gosto muito do teu site e leio os teus textos diariamente. A maneira como você se expressa é esclarecedora. Sou estudante de Psicologia e aprendo muito contigo. Gostaria de saber agora, vale apena fazer uma graduação com pressa? Qual seria o ponto negativo de fazer muitas disciplinas? Pode prejudicar um pouco no aprendizado? Você recomenda fazer uma faculdade com mais calma ou se apressar para logo entrar no mercado? Enfim, gostaria de receber uma opinião tua sobre a pressa de alguns pessoas em terminar logo a graduação.
Também acho de suma importância que uma pessoa tenha uma faculdade, o conhecimento adquirido no período da graduação, ou seja a teoria ou o período também como bolsista ou outro qualquer (extensão, ensino) vai ser algo que faz uma diferença para cada pessoa, mais a sua competência particular também é interessante ter. Quando se vai para o mercado profissional é outro caminho diferente percebemos que precisamos investi na qualificação profissional, porque a prática é diferente da teoria, portanto a teoria e a prática são duas ferramentas importante no crescimento do profissional e dentre outras, caso queira crescer.
Saudações profissionais!
Olá Bruno!
Bem, eu penso que é uma escolha pessoal (ou uma necessidade).
Como fui pai muito novo eu tive que formar o mais rápido possível. Me formei em 9 semestres e fui o primeiro e único da minha turma a fazê-lo.
É importante lembrar que a graduação é um começo. Isto não quer dizer que tenhamos que fazer uma pós de especialização, mestrado ou doutorado, mas sim que sempre teremos que continuar estudando.
Assim, se dermos conta de um ritmo mais acelerado de estudo, pode ser bom formar antes. Mas, como disse, cada um sabe o seu ritmo, a sua personalidade e sua necessidade.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Saudações Assis! :)
Olá Karine,
Falamos sobre esta questão neste texto e vídeo:
https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2013/10/7-melhores-areas-da-atuacao-da-psicologia.html
Verdade Sérgio! :)
Olá Felipe tudo bem?
Tenho dúvida por exemplo como se torna psicóloga de convênio, procurei a respeito,
mas não encontro muitas informações, gostaria de saber como funciona. Tenho 27 anos
será que não sou muito velha também para começar uma faculdade de psicologia nessa idade?
Olá Ana Gabrielle!
Primeiro, a pessoa tem que ter a graduação em psicologia. Depois, ela entra em contato com os convênios e se cadastra. Cada empresa terá um procedimento e uma forma de afiliação, ok?
https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2015/05/psicologia-e-salario-o-pagamento-dos-planos-de-saude.html
Com relação à idade, veja o nosso texto:
https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2013/07/a-idade-influencia-ao-entrar-no-mercado-de-trabalho.html