“A sabedoria da vida consiste em eliminar o que não é essencial” (Lin Yutang)
Olá amigos!
Há um tempo atrás eu escrevi um texto sobre o livro “A única coisa” – que foi o livro mais importante que li ano passado. Como me havia cadastrado no site – the 1 thing.com – recebi deles a indicação de um outro livro, chamado Essentialism: The Disciplined Pursuit of Less (Essencialismo: a disciplinada busca por menos é o título em português, a obra já foi publicada pela editora Sextante).
Eu comecei a ler o Essencialismo e o princípio é bem parecido com “A única coisa”, com uma linguagem, porém, um pouco diferente de modo que gostaria de compartilhar com vocês hoje este novo livro principalmente por esta imagem:
Fazer um milímetro de progresso em milhões de direções ou ir direto ao ponto fundamental?
A imagem representa dois tipos de atitudes. No meio de cada círculo, há a palavra Energia. E o que nós podemos fazer com a nossa energia? Temos as duas opções básicas:
1) podemos dispersá-la como na figura da esquerda;
2) podemos direcioná-la para um caminho e ir mais longe.
Não faz todo o sentido do mundo? Para ilustrar a diferença, podemos pensar em um objetivo. Digamos que um garoto de 12 anos se interesse muito por esportes. Então, ele pode começar a treinar:
– natação;
– futebol;
– basquete;
– handbol;
– karatê;
– … (e mais)
Ora, é fácil de observar que se toda a energia deste garoto for direcionada para todas estas atividades, ele não vai se aperfeiçoar em nenhuma delas, certo? Ele poderá até aprender um pouco de cada, mas não terá tempo nem disposição para aprender muito de uma das atividades.
Agora, se levarmos esta perspectiva para a área profissional, para a carreira, para o setor financeiro de nossas vidas, veremos que a realidade é idêntica. Se uma pessoa faz um curso A, trabalha um pouco, depois muda para o trabalho B, e para o C, D, ela até terá muitas experiências e um currículo diversificado, mas, em virtude da falta de foco, terá muito mais dificuldade de se fixar, de se especializar e, inclusive, de ganhar mais.
Outra pessoa que começa a investir em uma cesta de investimentos muito ampla, terá o mesmo resultado. Poderá ganhar um pouco aqui e um pouco ali, mas não ganhará muito em uma única aplicação.
Estes são alguns exemplos mais gerais. O que penso ser o essencial a ser lembrado é no que tange à produtividade.
O essencialismo e a produtividade
Greg Mckeown, o autor do livro, afirma que o essencialismo não deve ser confundido com produtividade. Ele diz: “O essencialismo é uma abordagem sistemática, disciplinada de determinar aonde o nosso mais alto ponto de contribuição está, para executá-lo da maneira mais prática, rápida e sem esforço possível”
E também:
“O essencialismo não é sobre fazer mais coisas, e sim sobre fazer as coisas certas”.
Entretanto, penso que a distinção essencialismo e produtividade é desnecessária. Na medida em que começamos a reconhecer o que é imprescindível e o que é acessório, o que é essencial e o que não é, certamente aumentaremos a nossa produtividade.
Perguntas como: “Esta é a coisa mais importante que eu deveria estar fazendo com meu tempo e recursos agora?” ou a avaliação de que estamos fazendo muita coisa, de que estamos muito ocupados, porém sem tantos resultados significativos de eficiência ou retorno, nos permitem chegar ao centro da questão do essencialismo que é:
FAZER MENOS PARA FAZER O QUE DEVE SER FEITO, MELHOR.
Essencialismo: dar-se permissão para parar de tentar fazer tudo, parar de dizer sim para todo mundo, para poder fazer a maior contribuição em direção às coisas que realmente importam.
Em alemão existe o princípio: “Weniger aber besser”, em inglês “Less but better”. Menos porém melhor!
E este princípio, portanto, pode e deve ser aplicado em todas as áreas. Em uma empresa, desde a atenção no foco do desenvolvimento de um produto ou serviço carro-chefe até a escolha de um público-alvo.
Menos produtos e serviços, mas produtos melhores. Menos clientes, mas clientes melhores.
O exemplo paradigmático para mim é o Google. Inicialmente, um serviço: buscas (search). A página que se tornou mundialmente famosa poderia incluir textos, imagens, notícias como um grande portal – como o Yahoo. Contudo, eles mantiveram a simplicidade, o minimalismo, o foco e a página inicial é como conhecemos até hoje, apenas centrada na pesquisa.
Sobre clientes e público-alvo é algo que também temos falado muito aqui no site. Profissionais liberais (como psicólogos, médicos, dentistas, advogados, etc) se beneficiam muito da definição de um público-alvo delimitado. Lembre-se da imagem acima. Um profissional que tem foco vai na direção definida do seu público, enquanto que aquele que “atira para todos os lados” tende a não sair do lugar.
No dia a dia, o conceito do essencialismo com menos quantidade, mais qualidade ou menos dispersão, mais foco também é de uma utilidade incrível. Parar de ser multitarefa e fazer milhões de coisas mal-feitas simultaneamente para fazer uma única coisa com qualidade também significa um ganho de produtividade e até de saúde mental. Além do que ser multitarefa não é um elogio ou uma característica a ser buscada porque a nossa atenção realmente não pode ser dividida e há um risco real de tentar fazê-la, seja produzindo erros e tendo que fazer de novo, seja um sofrimento psíquico de estresse, irritação e outros problemas somáticos.
Conclusão
A intenção do texto era divulgar o livro de Greg Mckeown, já levantando algumas questões trazidas por ele. Existe uma frase muito famosa de Lewis Carroll que diz: “If you don’t know where you are going, any road will get you there”, ou seja “Se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho vai te levar até lá”.
Na verdade, parece que a tendência de quem não sabe para onde está indo é ficar parado, dando dois passos para a esquerda, dois para a direita, dois para trás e dois para frente e o resultado é realmente não sair do lugar.
Compre o livro Essencialismo
Por isso é tão importante a definição de objetivos. Leia também:
Do mesmo autor – Automatizar para facilitar a vida – Livro Sem esforço
O que estou fazendo é importante?
Você quer ter sucesso? Aprenda a regra do livro “A única coisa”
ótimo texto, fez-me questionar realmente quais são minhas prioridades, e realmente a tendencia da atualidade e fazer n coisas ao mesmo tempo, mas de fato a produtividade caí.
Realmente a sociedade nos impõe sermos multi tarefas e mutantes,talvez por isso nos tornamos um pouco de tudo e deixamos de ser especialistas em algo…muito bom e texto,estou mais focada e seletiva na minha rotina.