Todos nós temos valores pessoais que nos acompanham ao longo da vida e determinam as nossas escolhas.
Olá amigos!
O tempo todo nós temos que tomar decisões. Algumas decisões são pequenas e praticamente insignificantes, enquanto outras vão mudar as nossas vidas. O que não percebemos é que as decisões que tomamos sempre levam em conta os nossos valores pessoais, o que valorizamos mais.
Na medida em que cada pessoa valoriza uma coisa, por serem diferentes umas das outras, as decisões serão evidentemente diferentes. Os valores também explicam porque podemos nos arrepender de uma escolha passada, ou seja, a escolha da qual nos arrependemos, via de regra, é aquela que contemplou um valor que não é o nosso.
Neste texto, então, quero compartilhar com todos uma das atividades mais fundamentais em todo processo de Coaching, que é a elucidação dos valores pessoais.
Valores pessoais
É bem simples entender a noção de valor. Digamos que você tenha a opção A e a opção B. Você tem que escolher ou A ou B. Depois de pensar bem, você escolhe a opção A. Se você analisar o porquê, verá que você valoriza o que A representa mais do que o que B representa.
Por exemplo, uma pessoa que se formou em psicologia ou direito tem em certo momento de sua vida duas opções:
A – prestar um concurso público
B – trabalhar como profissional liberal
Nada indica, de antemão, que um caminho é melhor do que o outro. Se uma pessoa escolhe a opção A é porque tem certamente o valor da estabilidade como um valor dos mais importantes em sua vida. Ela deve pensar: “o que eu quero é saber quanto vou ganhar no final do mês, e também quero ter um contra-cheque para conseguir financiamento e, mais importante, quero dormir sabendo que no longo prazo terei um emprego”.
Na medida em que um concurso público traz essas possibilidades, uma pessoa que tem o valor da estabilidade vai buscar a estabilidade de um concurso.
Mas como vimos, nem todas as pessoas têm os mesmos valores. Uma pessoa que tem o valor da liberdade pode muito bem preferir a instabilidade de ser um profissional liberal. Engraçado como a própria palavra já diz – profissional liberal… um profissional com liberdade.
Saiba mais – Profissional liberal
A pessoa com o valor da liberdade pensa algo como: “o que eu quero é liberdade de tempo, poder viajar na época que quiser, poder tirar um dia de folga quando for necessário, não ter chefe… E, principalmente, contar com meus próprios esforços para ser bem sucedida”.
Estes são dois exemplos excludentes, de certa forma, mas existem muitos outros valores. O mais comum é que cada pessoa tenha cerca de 5 valores principais, ou seja, valores que são mais fortes e que vão nortear a sua vida.
A fala suposta da pessoa que tem o valor da liberdade inclui o valor do sucesso ou do que podemos chamar de status. Se o sucesso for medido pelo dinheiro, entrará em jogo o valor da realização material – valor que também aparece na fala suposta da pessoa que busca estabilidade, acima.
Em muitos e muitos casos, como na escolha da faculdade ou carreira, podemos notar valores que estão alinhados. Uma pessoa pode querer ter dinheiro, reconhecimento público e estabilidade. Não será, em tese, um encontro de valores contraditórios.
Como avaliar os valores mais fortes?
O jeito mais simples de avaliar os valores mais valorizados, digamos assim, é imaginar situações nas quais um valor é contraditório ao outro. Como vimos antes: estabilidade ou liberdade?
Na lista de alguém que tenha o valor do dinheiro, reconhecimento público e estabilidade, podemos descobrir qual é o valor mais importante confrontando um com o outro:
– Se você tiver que escolher entre reconhecimento ou dinheiro, qual terá mais impacto para você? E entre estabilidade e reconhecimento? E entre ter mais dinheiro e menos estabilidade… Entre um e outro, o que é mais importante?
O fracasso como não encontrar o seu valor
Quase todos os dias, aparecem comentários aqui no site nos quais reconheço que o problema consiste ou em não entender bem os próprios valores ou em não ter conseguido realizar os próprios valores com as escolhas feitas.
Por exemplo, durante o período em que tive carteira assinada fui profundamente infeliz, pois para mim a ideia de liberdade é muito mais forte do que a ideia de ter estabilidade, salário fixo, plano de saúde da empresa, etc. Portanto, eu fui extremamente infeliz nessa época porque eu estava realizando um valor que não era o meu valor.
Para outra pessoa, cujo valor principal fosse a estabilidade, estaria muito feliz com o trabalho fixo e seria muito infeliz com trabalhar por conta própria, tendo variações no salário de mês a mês.
Um outro exemplo muito comum, na área profissional, é quando a pessoa escolhe uma faculdade por status social. É a faculdade melhor, dos sonhos, mais reconhecida e valorizada. Muitas pessoas tem esse valor como o mais alto e se for o caso mesmo, serão muito felizes ao sentir que estão no que é mais valorizado pela sociedade.
Porém, muitas pessoas confundem e escolhem pelo que é valorizado socialmente quando o seu valor pessoal não tem nada a ver com reconhecimento. Se o valor mais profundo for sentir que está ajudando o próximo, e se tiver escolhido uma área valorizada mas que contribui com a sociedade, mas com os efeitos sendo sentidos apenas indiretamente, também haverá infelicidade. Ou talvez, mais simples do que isso, a faculdade que é a de mais status não permite ao estudante com o valor da aprendizagem forte estudar o que seu coração quer estudar de verdade.
Para ficar mais claro, podemos imaginar que uma profissão valorizada é ser um administrador de empresas. Um administrador é, portanto, reconhecido pela sociedade e tem o seu status. A pessoa escolhe a faculdade de administração, mas quando começa a trabalhar, vê que seus esforços se dirigem para a obtenção de lucro e não para ajudar as pessoas (como se pode ajudar diretamente através da saúde ou educação). Portanto, há uma contradição.
Assim como aquela pessoa que escolhe medicina porque é reconhecida mas quer estudar artes plásticas. Outra contradição: querer satisfazer o valor do status quando o valor individual é outro. (Como disse, existem muitas pessoas que se sentirão realizadas e felizes porque tem o valor do status como o mais forte).
Conclusão
Não existem escolhas que não sejam baseadas em valores porque toda e qualquer escolha é a valorização de algo em detrimento de outra coisa. E todos nós temos valores pessoais que nos acompanham ao longo da vida. Eles podem mudar até um pouco em certos períodos, mas o padrão é que sejam mais constantes do que mutáveis.
Os valores utilizados aqui também estarão presentes em outras áreas. Um homem pode ter o valor da liberdade em relacionamentos amorosos e, assim, não querer estabilidade… ou uma mulher pode querer namorar alguém que é bonito, não pela beleza, mas porque será reconhecida pelos outros. Estes são apenas alguns exemplos simples para mostrar como os valores estão presentes não só na carreira.
Dúvidas, sugestões, por favor, escreva abaixo!
Boa noite professor!
Ao meu ver muitas escolhas acabam sendo influenciadas pela família ,pela própria sociedade que se colocam como proprietárias do destino do individuo levando-o a infelicidade , angustia e consequentemente esse individuo acaba se juntando a grande legião de depressivos.
Fazer o que se gosta não é fácil e para conseguir tal emancipação muitas vezes é necessário encarar o “leviatã” social e nesse incluo a família.
E quando o individuo é atraído por vários assuntos de variadas áreas de conhecimento?
A sociedade organizada , sistêmica , pontual segmentou o conhecimento para assim ter um melhor controle sobre o individuo .
Controle meu caro professor é a palavra de ordem .Controlar o individuo no consumo , controlar o individuo no que pensa , controlar individuo no seu modo de ser.
Aqueles que se rebelam contra o determinismo social são taxados de irresponsáveis e a sociedade (sistema) procura resgata-lo a qualquer custo principalmente quando o individuo esta despertando para uma nova realidade e quando não consegue este é abortado , “deletados” .Não estou fazendo apologia a irresponsabilidade , pois assumir uma postura perante a sociedade é um ato de responsabilidade.
Acho que os profissionais deveriam incentivar as pessoas a buscarem os valores humanos o que realmente vale a pena se viver e não apenas ao acumulo seja de dinheiro ou até mesmo de informações fazendo a diferença em sua existência.
Grato.
Abraços.
Sergio.
Nossa muito bom o texto!
E fico feliz de concluir que minhas escolhas são baseadas nos meus valores pessoais, sem nem uma ambição de retorno ou conforto.
Cada vez mais apaixonada pela área da psicologia, e cada vez mais certa a minha escolha!
Felicidade sempre.
Valores e valores. Já que não podemos conquistar todos, vivemos matando uns para conquistar outros, simples assim, rsrs.
Todo bônus tem seu ônus. Infelizmente!