Aprenda sobre como aumentar a autoconfiança em toda e qualquer área.
Olá amigos!
Como já disse anteriormente, estou aprofundando meus estudos na Mindfulness Psychology (Psicologia da Atenção Plena) e na ACT (Acceptance and Commitment Therapy – Terapia da Aceitação e Compromisso). Pela razão de que esta última também utiliza algumas as técnicas de mindfulness é que acabei me interessando por saber mais.
Um dos autores mais renomados da ACT é Russ Harris. O seu livro mais conhecido aqui no Brasil é “Liberte-se: Evitando as Armadilhas da Procura da Felicidade” – sobre o qual certamente falarei em outro texto. No texto de hoje, gostaria de compartilhar com vocês um pouco mais do livro The Confidence Gap: from fear to freedom, no qual ele trabalha mais a temática da confiança e da autoconfiança.
Veja também – Quer se sentir mais confiante? Supere a armadilha da confiança
As 4 Etapas do Círculo da Confiança
O círculo da confiança, conforme criado por Harris, procura descrever o modo pelo qual nós podemos ter mais confiança – seja em qual área for. Em outras palavras: como ficar bom fazendo uma determinada atividade. Para entendermos bem esta ideia, é interessante pensar em algo que queremos passar a ter mais autoconfiança.
Pense por alguns momentos:
– Em qual área da sua vida, você gostaria de se sentir mais autoconfiante?
– Em que atividade, em qual comportamento, você gostaria de virar um expert e fazer com tranquilidade e com muita qualidade?
Pare e pense.
Pensou?
Gosto muito do estilo do Harris porque ele é inclusive muito engraçado. Sabe qual o exemplo que ele dá dele mesmo? Ele diz que aos 43 anos, a área em que ele queria se sentir mais autoconfiante era: bicicleta. Aos 43 anos, uma atividade que ele gostaria realmente de fazer bem seria andar de bicicleta!
O que é mais interessante deste exemplo pessoal do Harris é que não percebemos o que já fazemos bem e como existiu um percurso entre não saber fazer, fazer mais ou menos e fazer realmente bem… não é?
Se você consegue falar português, não fica se lembrando de como errava as palavras quando estava aprendendo assim como se você consegue andar de bicicleta (ou moto ou carro) não fica mais lembrando como era não saber andar…
Mas voltando. Tendo em vista uma ou mais áreas nas quais você gostaria de melhorar as suas habilidades, utilize o círculo da confiança: em 4 etapas ou passos.
1) Pratique
Nenhuma pessoa no mundo fica bom em fazer algo se ficar sem fazer. Talvez podemos encontrar, raramente, alguém com um talento excepcional – como Mozart. Mas mesmo ele teve que praticar e com a prática acontece com um gênio o que acontece com todos nós: nos aperfeiçoamos.
Portanto, todos, sem exceção, tem que praticar.
Nas palavras de Harris: “Não existe escapatória para este fato: se você quer se tornar confiante em alguma coisa, você tem que praticar”.
2) Aplique
O segundo passo é aplicar efetivamente. Isso significa sair da zona de conforto e se desafiar a fazer mais ou melhor. Por exemplo, se você está aprendendo a dirigir um carro, você pode treinar em uma ambiente específico. Mas se quer se aperfeiçoar, tem que sair dessa zona confortável e ir para situações mais complexas. Primeiro uma rua pouco movimentada, depois uma mais movimentada até chegar ao ponto de dirigir em uma estrada com grande fluxo.
Aprender é exatamente isso: se colocar em situações nas quais você vai precisar dar mais de si até que o passo seguinte (que antes parecia tão difícil) vai ser extremamente fácil.
3) Acesse os resultados
A avaliação dos resultados também é fundamental para aumentar as nossas habilidades. Você precisa saber de alguma forma como você está indo e no que você pode melhorar. Um dos métodos mais incríveis que tive contato é o Kumon. Recomendo para todos que por ventura tenham uma escola em sua cidade para aprender principalmente matemática.
Com o Kumon, você aprende um degrau por vez. Se não aprendeu, há a avaliação que diz que você não aprendeu. Portanto, precisa melhorar para tirar a nota para ir para o próximo nível. Em tese, é idêntico ao sistema das escolas, faculdades e cursos de idiomas. Entretanto, o esquema geralmente não é tão sequencial e nem as avaliações ajudam tanto. Apenas ficamos sabendo que tiramos 8, por exemplo, e passamos adiante. Não aprendemos os 20% que erramos. Com o Kumon isso não acontece.
Mas enfim, neste terceiro passo, temos que aprender a avaliar os resultados e pensar sem sentimentalismos na pergunta: como podemos melhorar agora?
4) Modificar o que for preciso
Com a avaliação de como estamos no momento atual, vamos passar para a 4° etapa:
“O passo final, baseado nos resultados que você obteve, é modificar o que você está fazendo. Você começa a fazer mais o que está dando certo, e você modifica ou muda o que não está indo tão bem”.
É legal pegar exemplos de pessoas geniais em suas áreas. Tempos atrás fiquei sabendo que Pelé era um dos jogadores que mais treinava. Um dos fundamentos que ele treinou durante anos foi como chutar com a perna esquerda. Ou seja, ele avaliou como ele estava e percebeu que ele poderia melhorar nesse quesito. E, então, começou a treinar para melhorar… e como consequência, melhorou. Quando foi preciso, podia chutar com facilidade também com a perna esquerda.
E, ao chegar no 4° e último passo você retorna novamente para o primeiro – motivo pelo qual se chama círculo de confiança. Você começa a praticar, depois aplica, depois avalie e novamente modifica.
Fazemos sempre este círculo quando estamos aprendendo uma nova habilidade. Após aplicá-lo diversas e diversas vezes, certamente teremos muito mais autoconfiança do que tínhamos no começo do processo de aprendizagem. Leva tempo – às vezes mais, às vezes menos. Levará menos se aprendermos principalmente como avaliar o que podemos melhorar e procurarmos treinar mais o que podemos melhorar.
Dependendo de qual área você quiser aperfeiçoar e se sentir mais autoconfiante, você pode encontrar pessoas para te ajudar como professores, cursos, treinamentos especializados e, é claro, Coaches e psicólogos.