Com informações úteis, também, do porquê você deve ou não começar uma faculdade.
Olá amigos!
Eu tenho uma formação acadêmica bastante diversificada. Em 2006 me formei em psicologia e durante a graduação fiz iniciação científica na faculdade de Letras, estudando a obra de James Joyce. Esta iniciação me conduziu a um Mestrado em Teoria Literária e Crítica da Cultura. E, enquanto estava defendendo minha dissertação, estava concorrendo a uma vaga no doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião, para estudar Psicologia da Religião e assim conseguir estudar a obra de Jung.
Começo contando isso porque eu gosto muito de estudar e estudaria quase tudo. Por este motivo, pareceria incongruente e estranho que eu também já tivesse passado pela situação que muitos estão vivendo, ou seja, ter dúvidas sobre abandonar ou não uma graduação. Na verdade, desisti de uma graduação e de uma pós-graduação. Razão pela qual creio que tenho certa “autoridade” para falar de faculdades e desistências.
Afinal, existem motivos e motivos para trancar ou deixar de vez de estudar. Vejamos.
Por que você deve desistir de uma faculdade
Para falar os motivos que seriam razoáveis para tomar a decisão de desistir, é preciso primeiro considerar os motivos pelos quais alguém pretende fazer uma faculdade, em primeiro lugar. Pela minha experiência, penso que podemos resumir em 3 pontos:
1) Querer estudar uma área do conhecimento humano
2) Querer trabalhar em uma área específica no mercado de trabalho
3) Ter melhores oportunidades de remuneração
1) Querer estudar uma área do conhecimento humano
Há um tempo atrás encontrei um caderno meu da 5° Série. Foi muito engraçado ver um exercício que a professora me passou. Era mais ou menos assim. A escola é_______ eu respondi chata. Até o Ensino Médio eu não mudei muito de opinião, com exceção de uma ou outra matéria. Se pudesse ir para o futuro, enquanto estivesse na escola, e visse que até hoje não parei de estudar, eu simplesmente não acreditaria…
O primeiro motivo é, então, estudar. A diferença entre o Ensino Médio e a faculdade é muito grande. Não só no nome (de Ensino Médio para Ensino Superior). Também finalmente temos a oportunidade de escolher o que vamos estudar. Pelo menos, se escolhermos bem, vamos gostar de mais da metade das disciplinas (espera-se).
De maneira que, quem está pensando de desistir da faculdade, talvez esteja enfrentando o conflito baseado neste motivo 1. Quer dizer, a pessoa não encontrou na faculdade o que gostaria de saber de verdade, do fundo seu coração e imagina que outra faculdade poderia vir a preencher esta falta.
2) Querer trabalhar em uma área específica no mercado de trabalho
É uma discussão sem fim saber se devemos gostar do que estudamos ou se devemos focar apenas nas perspectivas do mercado. A dúvida fazer o que se gosta ou ganhar dinheiro não tem uma resposta única. Algumas pessoas não vão se importar de estudar mais 4, 5, 6 anos coisas que não tem interesse para depois conseguir trabalhar, enquanto outras vão achar um martírio e não vão aguentar.
Mas um outro aspecto da questão é que também podemos gostar de estudar uma área e não querer trabalhar. Então, em vez de fazer a faculdade, podemos estudar por fora e aprender muito em cursos livres e livros.
Por exemplo, a graduação que desisti enquadra-se neste motivo para abandonar uma faculdade. Eu adoro estudar administração (o curso era administração pública), mas não tenho interesse nenhum de trabalhar como administrador. De modo que não vi mais sentido de ficar 5 anos estudando apenas para ter mais um papel – o diploma.
Na verdade, continuo estudando administração, mas como um hobby e frequentemente compro livros e cursos para me atualizar. Porém, não tenho interesse de fazer a faculdade. Isto também aconteceu com a minha escolha de não fazer história, filosofia, ciência da computação, etc, quando estava para escolher no vestibular.
3) Ter melhores oportunidades de remuneração
O terceiro motivo é ter o diploma para ganhar algum benefício. Por exemplo, ter uma graduação para tentar um concurso inespecífico que exige a graduação ou conseguir aumentos de salários, quando a pessoa já é concursada ou está em uma empresa que paga melhor quem tem mais titulação (ainda que o trabalho possa continuar idêntico).
Razões para desistir
Da mesma forma que as razões acima são as principais para começar uma faculdade, temos que podemos levar estas razões para desistir:
1) Eu quero fazer uma faculdade para aprender mais sobre este aspecto do conhecimento humano. Escolhi a faculdade X e não era bem o que eu pensava. Entretanto, penso que esta outra faculdade, Y, vai me proporcionar o conhecimento que quero.
2) Eu quero fazer uma faculdade para ter um bom emprego. Ao longo das aulas e tendo mais contato com profissionais formados, percebi que a área que estou investindo está saturada ou simplesmente não paga bem. Como não quero ganhar mal, vou investir em uma outra área, cujo retorno sobre o investimento educacional seja mais propício para o nível salarial que desejo ganhar.
3) A graduação ou pós-graduação que eu estou fazendo não implicará em maiores salários ou bonificações no trabalho que tenho. (Isto acontece quando o curso é muito distinto da atuação, em alguns casos). Portanto, é melhor desistir e passar para uma área na qual a nova titulação será mais benéfica.
A pós-graduação que abandonei (em Psicologia Clínica) foi por este motivo. Embora ter uma titulação a mais seja positivo na hora de divulgar o seu trabalho no consultório, percebi que os meus pacientes não fariam tanta questão como seria de supor. Então, o retorno do investimento seria muito baixo. Além disso, no período consegui uma bolsa de estudos, no Mestrado, e foi uma escolha excludente, ou um ou outro. O ROI do Mestrado era melhor também para ganhar mais “autoridade”.
Conclusão
Praticamente todo dia recebo um email ou comentário de alguém com dúvidas sobre concluir ou não uma graduação. A pergunta mais básica que podemos fazer, e que devemos ter sinceridade para responder é:
– Continuar a graduação (ou pós) vai ser útil para______________________
Se a resposta for: para nada… então provavelmente é uma boa ideia desistir e procurar outro caminho. Se a resposta for alguma utilidade como ganhar mais ou ter uma melhor oportunidade de trabalho, outras perguntas devem ser feitas:
– Eu quero trabalhar nessa área? (Ou em pelo menos uma das várias áreas disponíveis nesta profissão)?
– A remuneração tem realmente boas chances de aumentar?
Se a resposta for negativa para as 3 perguntas, se você não quer estudar, trabalhar e não acha que a sua renda vai aumentar com a formatura, é quase certo que você deve repensar a sua escolha. Lembrando que um curso superior é totalmente diferente do Ensino Médio. Não somos obrigados mais a estudar. Portanto, devemos utilizar o nosso livre arbítrio para tomar uma decisão favorável ao que queremos atingir no longo prazo.
Bom dia Felipe, tudo bem?
Há certo tempo acompanho seu site, e cada vez mais me apaixono pela profissão; e através da sua dedicação, vejo o quão vale a pena o esforço e empenho numa desafiante profissão que é a nossa.
Bom, o motivo de minha mensagem é um questionamento, que gostaria que você pensasse sobre: amo a Psicologia, escolhi justamente por ser uma área na qual quero seguir, entre outros “n” motivos, mas tenho muita dificuldade em estudar – sendo sincera, às vezes parece preguiça. Contextualizando, estou no 5º semestre (3º ano), cursando a graduação em Psicologia; sempre estudei em escola particular – exceto no ensino médio que optei pela pública, e por isso sempre me dediquei aos estudos e ficava entre os melhores da classe. Ao ingressar no mercado de trabalho com 15 anos, sempre tive o desafio de conciliar estudos e trabalho – por isso até hoje trabalho (20 anos de idade agora). Bom, chegando no meu alvo, percebo que desde o início da graduação eu conseguia notas boas devido a facilidade para entendimento dos assuntos, mas essa “facilidade” começou a me atrapalhar nesse ano. Quando digo facilidade, é que durantes esses anos eu passo muito tempo fora de casa, focada no trabalho e qualidade de vida, ou seja, estudo quando possível e procuro aproveitar os finais de semana apenas para família. Sei muito bem que um curso teórico exige sacrifícios, mas me diga: por que há momentos em que a paixão pelo estudo pode provocar uma angústia devido a falta do mesmo? Adianto que já tentei determinar que aos finais de semana tal horário seria para estudo, mas parece que me bloqueio e o assunto fica confuso. Para finalizar, o que compensa é minha habilidade em articular sobre os assuntos, expor minha opinião e discutir com quem domina a matéria – já até cogitei que nem sempre o domínio intenso da teoria é o suficiente para a sensibilidade de conciliar com a prática…
Olá Jéssica,
As pessoas são diferentes e tem, por isso, ritmos diferentes de estudo. Como a psicologia é muito ampla, podemos também seguir por caminhos diferentes. Eu gosto bastante deste vídeo, além de ser muito engraçado:
http://www.ted.com/talks/ken_robinson_says_schools_kill_creativity?language=pt-br
O Ken Robinson mostra que o aluno mais bem sucedido na escola e na faculdade se torna um professor, um acadêmico (como eu que faço doutorado). Entretanto, este é apenas um dos caminhos. Apenas mostrando a diferença entre a psicologia acadêmica e a clínica, já vi muitos teóricos brilhantes serem péssimos clínicos e clínicos não tão teóricos serem excepcionais…
Quanto a estudar, você pode focar nos textos que são principais e vão direto ao ponto.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
O texto quem está em dúvida e precisa tomar uma decisão imediatamente. É um convite a tomar foco e decidir de forma pragmática. Acho que é a melhor forma de evitar sofrimento e desgaste. Mas não sei se é a melhor forma de trazer alegria e prazer. Eu, por exemplo, também sou um expert em “desistir de cursos superiores”… rsrs No ensino médio eu gostava de matemática e a informática q era a crista da onda. Pronto, fui cursar matemática com enfoque em informática na universidade da minha cidade. Me decepcionei! A matemática nada tinha a ver com os tempos de ensino médio e o enfoque em informática era pífio. Como precisava trabalhar não pensei duas vezes e saí após 1 semestre. Após mais de um ano eu quis voltar pra faculdade, pois estava ficando “burro” só trabalhando… rsrs Por qq motivo q não sei explicar escolhi Química! Péssima escolha! Enrolei por três semestres pq todos diziam que eu tinha q terminar alguma coisa. No fim só cursei o primeiro. Fiz concursos públicos e fui trabalhar no Judiciário. Me encantei com o direito, quis aprender. Fiz vestibulares, mas não passei. Mas, como tenho uma formação religiosa forte, também queria estudar teologia. Pronto fiz vestibular pra história, pois é próximo do direito e mais fácil de passar e fui cursar teologia paralelamente. Me encontrei de vez nas humanidades! Amei demais a teologia, adorei a história e por dois anos estudei feito louco! Queria ler o mundo inteiro. Aí veio a filosofia, psicologia, sociologia, antropologia, economia… se pudesse estudava tudo! Mas há limites… rsrs Acabei formando em filosofia e teologia, mas não concluí história. No final, não me tornei professor pq ganhava quase o quadruplo como técnico no judiciário. Mais concursos públicos e continuo no judiciário, agora como analista. Mas louco de saudades do debate e da efervescência de ideias da academia. Querendo estudar direito, mas também flerto com a psicologia!!!
Olá Messias,
Obrigado por compartilhar conosco a sua experiência.
Ela reflete exatamente os 3 objetivos principais para escolher ou não uma faculdade.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa tarde Felipe,
No próximo mês completo 53 anos e ao final desse ano estarei me aposentando (sou professora do fundamental 1).
Penso em fazer faculdade de Psicologia por amar o assunto e, usando as suas palavras,por querer estudar uma área do conhecimento humano.
Você acha q eu teria alguma chance de trabalhar na área já q,provavelmente, me formaria por volta dos 60 anos??
Olá Felipe.
Acompanho o seu trabalho a pouco tempo, descobrir enquanto procurava curso de psicologia a distância,pois o meu maior desejo é me tornar uma tal.Porem moro no interior da Bahia e não tem esse curso.Sou muito apaixonada por tudo que engloba a psicologia.
Amo seus textos, sem contar o quanto tem me ajudado em todas as áreas da minha vida.
Parabéns pelo excelente trabalho.
Obrigado Mabely!
O mundo dá voltas… quem sabe mais pra frente não surge a oportunidade para você cursar, não é mesmo?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Sirlene,
Veja aqui – A idade influencia a entrar no mercado?
Bom dia Felipe, bom dia a todos!
Fico grata com a atenção e desdobramento de minha questão; digamos que foi um certo alívio perceber que não adianta eu me culpar por não ter extrema facilidade com a teoria. E realmente Felipe, cada pessoa possui um estilo e esse estilo influencia no exercício da profissão, eu acompanho esse aspecto com meus colegas de trabalho e de classe.
Com relação ao futuro, creio que esses meus questionamentos possibilitarão uma vertente mais compreensível sobre esse método tradicional de ensino – no sentido de contribuir para outros entenderem que é relativo, e cada um precisa da autoaceitação! Grata :)
Com relação aos outros artigos, sempre muito bons e esclarecedores!
Até mais!
Poxa professor, ajudou bastante, obrigada por compartilhar seu conhecimento. Eu quase desisti da minha faculdade por causa dos problemas ambientais que estavam fazendo a gente ter aula pela cidade toda (USP leste). E hoje, minha luta é com o meu lado financeiro. Enfim, ajudou muito a pensar se vale a pena! Obrigada!
Boa noite Felipe, parabéns pelo texto, sempre que consigo acompanho seus postagens e fiquei surpresa em saber que você também teve seus momentos de desistência e me deixou mais aliviada de certa forma.
Também estou pensando em desistir da faculdade, mas talvez não seja ela o problema e sim, meu trabalho em período integral que está me impossibilitando de render o necessário na faculdade. Estou em um momento de estresse muito grande, com trabalhos, provas, conteúdos, enfim. As vezes fico com vontade de largar tudo sabe, chego a ficar com dor de cabeça em pensar nas minhas responsabilidades, e não suporto ter preocupações! Outra coisa que queria te perguntar, existe alguma “doença mental” da qual pessoa leva uma vida de insatisfação constante? Me ajude Felipe, não sei o que acontece comigo que tudo fica ruim depois de um tempo! Trabalho, curso, enfim… quando cai na rotina vira um martírio pra mim. Por conta disso eu nunca cheguei a ficar 2 anos na mesma empresa e já desisti de alguns cursos por que estava de saco cheio…
Se houver algo que eu possa ler sobre isso eu agradeço.
Att;
Olá Karen,
Bem, não vejo como uma doença mental a vontade de mudar e querer conhecer outras coisas e ter interesses que mudam ao longo do tempo. Na psicologia analítica, conhecemos um tipo de personalidade chamado tipo intuitivo (intuição) que é justamente a pessoa que tem muitos projetos, gosta das novas possibilidades, começa muita coisa mas nem sempre termina.
A questão é saber avaliar o que fica e o que muda no longo prazo…
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Oi, professor!
Obrigada pela postagem! Vi agora e caiu como uma luva na minha situação.
Estou na 5a fase de jornalismo e não gosto do curso.
Logo na segunda fase tranquei por um semestre pra pensar com calma. Eu ainda tinha 18 anos, me achava muito nova para ter que estudar uma coisa que entendia que teria que fazer pelo resto da vida. Pois bem, durante esse semestre decidi fazer artes plásticas! Fiz vestibular, passei e no dia da matrícula… decidi voltar para o Jornalismo ao invés de largar e me matricular em outra coisa.
Não vou dizer que me arrependo de não ter feito artes. Na verdade não acredito que seria a melhor escolha para mim. Mas me arrependo de não ter seguido com aquela mesma “coragem” que tive ao trancar o curso, para larga-lo de vez…
Eu sei que não gosto do jornalismo, que ele não me dá uma boa remuneração, que o mercado esta saturado etc etc. Enfim, eu acho que é um curso para quem gosta mesmo. Mas é um curso muito fácil de ‘fazer com a barriga’ e acabo levando porque não é um grande martirio de estudos, já que estudo não é exatamente uma exigência do meu curso. Acabei ficando acomodada. Consegui um estagio que me paga um valor mediano, e assim não preciso encarar as ~opiniões~ alheias quanto a minha vontade de mudar de curso. Mas não estou feliz. Apenas incomodada, como disse. Queria fazer outra cooisa. Mas não sei que caminho seguir. Minha pergunta é, o que fazer pra sair dessa zona de conforto? Como tomar coragem de tomar o primeiro passo? Esse “medo” de fazer tudo é muito ruim. Até porque é muito dificil lidar com a pressão de estar há 3 anos fazendo algo e desistir; Muitas pessoas julgam, te deixam desconfortável. Dão conselhos amigos, que mesmo que com a melhor das intenções só nos deixa mais inquietos e em dúvida. Mandam a gente aguentar mais um pouquinho. ‘só faltam dois anos’. Essas coisas que só alimentam nossa comodidade (e inquietação ao mesmo tempo).
Otimas dicas
Olá Felipe, gostaria de pedir sua ajuda e orientação.
Desde o inicio deste ano estou cursando nutrição, não foi a faculdade com que sonhei por toda a vida, mas foi a que escolhi após iniciar um bem sucedido processo de reeducação alimentar. Durante grande parte da minha vida estive acima do peso, após o alerta de um cardiologista, decidi mudar. Comecei a me alimentar de maneira saudável e a praticar exercícios com regularidade. Minha opção inicial era psicologia, pois apesar de tímida e envergonhada sempre busquei ajudar ao próximo da maneira que conseguisse. Após perceber as transformações em meu corpo acabei optando pela nutrição, confesso que não pesquisei sobre a matriz curricular, áreas de atuação ou piso salarial. após o inicio da faculdade vi que era bem diferente do que havia imaginado. Apesar de ter gostado das disciplinas de História e Fundamentos da Nutrição e também de Psicologia aplicada a saúde, tive muita dificuldade nas disciplinas de química e de citologia, que quase me fez desistir do curso na primeira semana. Não me sinto a vontade em laboratórios. Nos últimos meses tive uma crise, não sei se é isso que quero fazer pelo resto da vida, porém também não sei pelo quê optar. Já pesquisei sobre várias profissões, mas não consigo encontrar nenhuma que me dê plena segurança. No colégio sempre gostei de humanas e tinha dificuldade com exatas. Depois de muito pensar acabei voltando ao segundo periodo, mas logo na primeira semana fui bombardeada por bioquímica, disciplina que tenho muita dificuldade em aprender. Outra coisa que me desanimou foi ler na internet comentários de várias pessoas que se formaram no curso e não atuam na área. Não possuo habilidades culinárias apesar de isso não ser um requisito. Sinto que posso estar desperdiçando meu tempo.
Olá Luana!
Neste caso seria bastante recomendado que você fizesse Orientação Profissional ou Coaching de Carreira, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Heloisa,
Bem, não existe uma receita para decidir ou mudar. Mas eu penso que a melhor forma é imaginar como será o futuro daqui a 5, 10 anos se continuarmos fazendo o que estamos fazendo…
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Desculpe por não ler o conteúdo da sua matéria, mas imagino que seja de grande serventia.
Encontro-me no momento cansada e com uma prova pra fazer amanhã. Agora é época de rematrícula e estou pensando seriamente em trancar semestre que vem e jogar a toalha. Acho que não sou boa em nada. A minha vontade é de ficar em casa por pelo menos uns 6 meses, sem fazer nada. Não me sinto competente pra nenhum curso.
Faço o quarto semestre de Administração, mas não consigo gostar do curso, não me encontrei com nenhuma área e parece que a cada semestre fico mais retardada, parece que estou me tornando analfabeta funcional. Leio textos e não entendo, não consigo acompanhar as aulas na maioria das vezes. E olha que os textos não são difíceis. Parece que minha mente bloqueou, sabe? No trabalho, fico falando coisas sem nexo, como uma louca.
Minha motivação está um lixo atualmente. No início, estava totalmente motivada e achando que iria gostar do curso ou ao menos seria chamada pra boas entrevistas de estágio e não consegui nada.
No primeiro ano de curso, sofri bullying por causa do meu cabelo e por outros motivos, a cada semestre me encontro mais desmotivada. Não consigo um estágio bom, mesmo quando eu era aluna esforçada. Não me identifico com o ambiente do curso, já que sou bolsista e a faculdade é repleta de pessoas de alto poder aquisitivo, e embora pareçam tolerantes, já fui discriminada.
Desculpe o desabafo.
Olá Filipe,
Ao ler a sua pergunta:Continuar a graduação (ou pós) vai ser útil para______________________ respondi imediatamente para nada, sem ter lido o parágrafo. Neste momento, estou a cursar psicologia e estou a odiar. A minha motivação inicial foi poder entrar numa faculdade com prestígio, perto dos meus familiares, motivada para estudar o cérebro (e não a mente humana) e no futuro terei Neurociências como cadeia, algo que me faça muito atenção, compreender os fenómenos que levam as pessoas a agir de determinada maneira e o porque de ter tido uma depressão.
Mas sinto que na psicologia não dá indica a razão última das coisas, o porquê, parecem só teorias filosóficas e psicológicas e a maioria são de outro século, sem sentido nenhum. (peço desculpa por menosprezar a sua área de estudo), mas neste momento sinto que não corresponde ao que esperava a psicologia. Eu esperava saber porque alguém sente medo, porque alguém fica feliz e não apreender sobre teorias como o behaviorismo, associacionismo, teorias que por mais que tente memorizam não me ficam na cabeça pelo menos só se for para contrapo-las, não memorizo porque não ganham significado na minha cabeça, logo também não as memorizo.
Agora que tenho de estudar para os exames, eu tento entender a matéria como tinha que entender a matemática, a biologia, a química, mas parece que é só decorar, não há muito para entender.
Sinto que não aguento 5 anos estudando essas teorias de outro século, quando o que eu quero estudar é o cérebro. Mas não existe curso para isso (?) Então não sei qual a melhor solução a seguir. Minha mãe fica muito triste quando eu falo que quero desistir, quando eu choro, ela chora, sente que os filhos não são normais, porque meu irmão também desistiu da primeira graduação. Eu não sei o que fazer, será que devia seguir outra área? Mas qual? Eu tenho interesse em fisioterapia, porque estuda muita parte neurológica e porque o meu érgon parece que é fazer massagens, segundo muitas pessoas que adoram e eu adoro fazé-las. Mas como sei, se não vou gostar também desse curso? Estou muito perdida. Desculpe desabafar aqui. Mas já passei por seu blogue milhares de vezes e ler esse artigo, e não encontro motivações no que estou fazendo agora. Quero ser feliz igual a todo mundo? Quero acordar e ir trabalhar para algo que eu realmente gosto, independentemente de quanto ganhar, desde que sinta que estou a fazer o melhor para o mundo e para mim.
Também gosto muito de desenhar e cantar, mas como já disse num post anterior, se não é nosso érgon, se é só um sonho, não deve ser nossa profissão.
Obrigada se leu até ao fim, e desculpe se está muito confuso, talvez esteja igual aos meus pensamentos.
Olá Maria,
Bem, na graduação estudamos um pouco de tudo. Isso pode parecer às vezes bastante desgastante e por vezes temos a impressão de que não sabemos nada, ou quase nada.
O que é importante é considerar o sentido do estudo. Há o sentido de estudar por estudar (querer saber) e há o sentido do retorno profissional e financeiro (querer trabalhar na área).
É curioso, mas a verdade é que a resposta do porquê o ser humano faz o que faz leva a uma abstração. Em verdade, nas chamadas neurociencias (nas quais a psicologia é incluída) a questão da causa é tão complexa que é multicausal, muitas abstrações.
Fazemos algo respondendo ao meio em que estamos, e o que fazemos é um efeito de funções cerebrais bastante complexas. Foucault dizia que as ciências humanas – e também as biológicas – sempre deixam essa impressão de incerteza. Mas é assim também com as exatas. Fazer ciência significa testar hipóteses.
O que recomendo é que você faça Orientação Profissional e avalie o que é estudado nos cursos que você tem interesse e especialmente com o que trabalhamos depois de ter pegado o diploma.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Eu estou atrás de opiniões, e já que você tem certa experiência em desistência de cursos, acho que seria bom saber qual é sua opinião. Eu tenho 21 anos estou no meu primeiro curso de graduação (Gestão Pública na UFMG), já completei 4 períodos e vou para o 5º. Eu não gosto do curso, acho massante, com uma carga de disciplinas de política que eu não suporto. Não gosto das disciplinas, em 2 anos de curso e 20 disciplinas, só me identifiquei com 3, que envolviam financiamento e economia. Eu entrei na faculdade totalmente sem saber o que era o curso, sem procurar saber quais eram as disciplinas, foi uma escolha que eu considero precipitada, pois eu só queria passar em uma faculdade federal, e eu consegui. Então fiz o ENEM novamente ano passado e surgiu a oportunidade de mudar de curso. Como eu me identifiquei com a área de finanças e economia, o meu desejo é entrar em um curso dessa área, mais especificamente de Controladoria e Finanças. Eu não vejo perspectiva no mercado de trabalho pro curso de Gestão Pública, até porque eu teria que fazer um concurso público, o que me exigiria mais tempo até conseguir um bom emprego público. Por outro lado, o curso na área de economia e finanças me daria um leque muito maior depois de formada, uma vez que eu poderia trabalhar em bancos, instituições financeiras, ou na área financeira de empresas privadas etc. A questão é que, na desistência do meu curso atual, lá se vão mais 4 anos para me formar no curso que eu quero. E aí fica o meu dilema: me formar em um curso que não gosto, no qual não tenho perspectivas de emprego imediato, mas que estarei formada em 2 anos. Ou mudar, ir em busca de algo que me interesse de verdade, mas que vai levar mais 4 anos para me formar.
Elisa,
É uma questão de pesar os prós e contras e escolher o que parece ser mais conveniente (não só no curto prazo com especialmente no longo prazo).
Lembrando que dois anos parecem muita coisa, mas voam.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa noite! Seu texto foi de grande ajuda para mim, me fez refletir bastante sobre minha atual situação. Sou formada em física, fui professora por 2 anos, mas infelizmente não me identifiquei com a profissão. Retomei o curso de Arquitetura que havia trancado quando comecei física, estou no quinto período, e me encontro numa crise, onde me questiono a todo momento se gosto realmente dessa área. Não me identifico com algumas das disciplinas centrais do currículo, o que acredito ser um péssimo sinal, mas quando peso os prós e contras, e somado à pressão da família e amigos, me sinto compelida a seguir adiante, mesmo cercada de dúvidas. Já fiz testes vocacionais mas sempre sou direcionada para área de artes plásticas e arquitetura. Alguns dias tenho vontade de largar tudo e seguir minhas vontades e intuições, abrir meu próprio negócio com artes manuais, que são uma grande paixão, mas não me parecem nada seguro ou promissor a longo prazo, além do que, sempre me senti empolgada com a ideia de seguir uma carreira acadêmica. Parece um eterno dilema, me sinto muito insegura e desnorteada, afinal é uma decisão que refletirá em toda minha vida. Parabéns pela página e pela admirável profissão!
Oi Karla, obrigado!
Bem, talvez você possa pensar em termos menos excludentes. Por que não a opção A e a opção B? Ao invés da opção A OU a opção B?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá, estou com uma dúvida imensa vou explicar eu tentei esse ano fazer zootecnia porque eu realmente me agradei com o curso só que não passei porém me inscrevi em um curso pelo ProUni e consegui entrar faz dois dias que curso esse curso que é totalmente fora do que eu quero e não estou gostando o que vc acha é melhor eu fazer continuar lá porque já está garantido ou seguir meus sonhos e tentar o Enem mais um ano ?ME AJUDA
Olá João!
Esta é uma questão que cabe a você pensar.
Se estiver com muitas dúvidas e não estiver sabendo escolher, sugiro a Orientação Profissional.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa tarde!
Explicarei minha situação. Cursei 3 períodos de Letras – Licenciatura e então, ao final do último período, fiz o trancamento da matrícula para pensar melhor (essas coisas de ansiedade e confusão :S). Então pensei por 6 meses (1 semestre), e resolvi destrancar julgando estar já preparada a continuar e concluir o curso. Destranquei, efetuei o pagamento da rematrícula e da mensalidade. Mas ao receber o Manual para estágio (eu já teria que estagiar), me assustei e desesperei pensando em desistir e admitindo que na verdade eu gosto do termo Letras mas cursar esse curso não é pra mim. rs
Será que eu poderia desistir do curso mesmo havendo pago a rematrícula e recém destrancado? (Penso q vai soar para a Instituição como algo “sarcástico” :/ )
Desde já, grata!
Olá Taisa, você não deve pensar no que a instituição vai pensar. E
Eles devem ter regras e devem cobrar taxas em caso de desistência. A questão é o que você quer.
Se você não está satisfeita com o curso, sugiro fazer Orientação Profissional. Se quiser fazer comigo, online, envie e-mail para psicologiamsn@gmail.com
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá! Realizei o Cancelamento da matrícula (pagarei uma multa um pouco salgada), mas como você sugeriu, eu realmente não pretenderia continuar o curso de forma alguma justo por insatisfação mesmo; não pelo curso em si, mas por achar que seria demais para mim (mesmo as pessoas dizendo que eu conseguiria sim pela minha visível inteligência) haha’.
Mas obrigada por responder e oferecer ajuda! :)
Oi, Felipe! Acabei de iniciar o curso de psicología, o qual vinha dizendo que ia fazer desde o segundo ano… Mas depois que me inscrevi no sisu, fui aprovada e comecei a faculdade, comecei a ficar muito agoniada, porque percebi que fui parar na psicologia pelo interesse de estudar esses assuntos, mas não pelo interesse na atuação, além de que todos me desanimam com o mercado de trabalho da profissão, até mesmo os professores, que acabam puxando muitos alunos pra área acadêmica, dai de certa forma to muito frustrada, pensando que to perdendo tempo e que poderia estar estudando pra outro curso, fico em dúvida se devo continuar e tentar me adaptar ou sair logo ja que não to me sentindo confortável com isso.
Olá Mari, neste caso, sugiro que você faça Orientação Profissional. Se quiser fazer comigo, online, envie e-mail para psicologiamsn@gmail.com
olá, sou estudante de psicologia e estou no terceiro período. não estou feliz no curso e realmente não me vejo daqui 10 anos atuando na área. no inicio do ano estudei para um concurso no qual as matérias eram basicamente legislação e me encantei com o direito, já conversei com varias pessoas que estão cursando ou são formadas e estou quase certa da minha decisão de largar a psico para cursar direito.
Eu sei que não vai adiantar colocar um comentário meu aqui, mas eu preciso desabafar. Eu entrei primeiro em Enfermagem, fiz um semestre, tinha algumas matérias que eu gostava e muito. Mas a profissão de um enfermeiro não combina com meu jeito de ser (sou muito calada e ansiosa, ninguém merece uma enfermeira psicótica). Então desisti. Entrei depois em contabilidade, não gostei de nenhuma matéria. Até que ganha bem, mas eu preciso ter bom senso, trabalhar no meio empresarial nunca vai dar certo para mim. Agora penso sinceramente em desistir de contabilidade e entrar em pedagogia ou Matemática (gosto muito de Matemática). Faria pedagogia porque acredito que vou gostar do curso e talvez eu consiga exercer a profissão. Eu sei que preciso superar minhas dificuldades de comunicação (timidez) e ter mais autoconfiança, mas é muito difícil. Eu não trabalho, tenho 20 anos, não consigo fazer nada sozinha. Queria encontrar algo que não tivesse dificuldade de fazer e que me deixasse feliz. Não quero ser rica, só quero ser independente. Sinto-me incapaz de fazer qualquer coisa, e se eu desistir de novo, e de novo, e de novo… Vou ficar assim? Insegura? Sem rumo? Inútil para qualquer coisa? Eu não sei o que fazer.
Olá Simony!
Recomendo fazer Orientação Profissional com um profissional da psicologia. Se quiser fazer comigo, envie email para psicologiamsn@gmail.com
Olá, tudo bem ? Então o meu comentário é mais um desabafo, por que eu faço Direito e é uma coisa que amo e sempre sonhei em fazer, mais não sei o que aconteceu comigo mais não estou mais conseguindo, sinto-me incapaz de prosseguir e não tenho mais autoconfiança …toda hora eu penso em trancar, porém tenho medo de depois não conseguir mais voltar …mais essa ideia de trancar me atrai pelo fato estar entrando em depressão por causa do meu rendimento e falta de confiança …enfim não sei o que fazer (minha família me apóia em qualquer decisão, mais é algo que não consigo decidir sozinha) …
Estou com muita vontade de desistir do meu curso. Obrigada, a matéria ajudou muito.
Ótimo texto.
No meu caso, estou no 6° semestre de engenharia e a única coisa que consigo pensar é “o que estou fazendo aqui?”
No início do curso eu achei que não me identificava, pq acreditava que era a dificuldade do inicio, porém esse semestre estou vendo as disciplinas específicas do curso e práticas e não me animo com nada. É como se não fosse pra mim realmente.
O que fazer?
Oi Rafaella!
Recomendo fazer Orientação Profissional com um psicólogo ou psicóloga.
Procurando matérias sobre desistência da faculdade me deparei com a sua, estou em uma fase terrível do meu curso o TCC.
Desde da primeira série apresentei dificuldades com a escrita e leitura o que me fez repetir de série, era obrigada a ficar depois da aula durante um ano para conseguir alcançar os colegas.
Isso me gerou vários traumas, durante a minha vida escolar sempre me achei burra independente da nota que tirasse. Acontece que agora esses sentimentos me dominaram de vez pois acrítica do meu orientador me remeteu a estes problemas de não conseguir transcrever minhas ideias para o papel, não estou conseguindo lidar com isso choro o tempo todo, por não me sentir capaz de me forma na UFMG, não aguento mas a dor que isto está me causando por isso enfrento a angústia de largar a Universidade por não saber lidar com esses sentimentos.