Olá amigos!

Uma dúvida que recebo frequentemente aqui no site é se a psicologia está saturada de profissionais. Muitas e muitas vezes a pergunta vem no seguinte sentido: “tenho muita vontade de fazer psicologia, acredito que a psicologia tem tudo a ver comigo, me identifico com as disciplinas, com a atuação, mas tenho medo de me formar e não ter campo de trabalho…”

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Lembro como se fosse hoje, de um professor da faculdade me dizendo que quando ele havia se formado em psicologia (na década de 1970), era possível escolher trabalho, porque existia muita demanda e poucos profissionais formados.

Ou seja, na década de 1970, a psicologia era um campo ainda pouco explorado e com muitas oportunidades. Mas é hoje?

Bem, antes de respondermos a esta questão, temos que nos lembrar de um princípio básico da economia. A economia de um país, de um estado, de uma cidade gira com a troca de produtos e serviços.

Como psicólogos nós podemos criar um produto – como um livro ou teste psicológico. Mas o mais comum é que trabalhemos na área de serviços. Em outras palavras, como profissionais da psicologia vamos prestar serviços para outras pessoas ou para outras empresas.

Como toda prestação de serviço, o profissional terá uma demanda e concorrência (outros profissinais buscando competir para ganhar a demanda).

Levando isso em conta, temos que considerar que a resposta se a psicologia está saturada de profissionais vai depender do país, do estado e da cidade.

Ficando e nos limitando para a resposta apenas no Brasil, veremos que há uma enorme diversidade de realidades nos estados e nas cidades.

É incrível pensar que no estado de São Paulo são mais de 80.000 profissinais e que em algumas cidades do nosso país não há um único profissional.

Porém, temos que levar em conta que em um estado populoso e rico como São Paulo, apesar da concorrência a demanda é muito alta. Afinal, são mais de 80.000 profissionais, mas mais de 20 milhões de pessoas na grande São Paulo. E, por outro lado, em uma pequena cidade do interior, embora possamos não ter concorrência nenhuma, pode igualmente não existir demanda.

O sucesso profissional na psicologia

Portanto, surge a questão: como ser bem sucedido em uma área como a psicologia?

Primeiro, temos que entender que existem diferentes concepções de sucesso. Em resumo, vamos pensar no sucesso financeiro e no sucesso da realização pessoal.

Para definir o sucesso financeiro, de novo, teremos que levar em conta fatores regionais e individuais. Gastar 1.200 reais por mês em uma universidade particular, durante 5 anos, para depôs ganhar 1500 reais talvez seja avaliado como um fracasso.

Ganhar 2.100, em uma cidade muito pequena, para quem ganha lá um salário, talvez seja dito um sucesso financeiro. Afinal, enquanto a psicóloga ganha 3 salários, o restante da população quase como um todo ganha bem menos.

Para quem vem de uma família rica, quem ganha 5.000 pode ser considerado um fracassado em sua área, mas para quem vem de uma família pobre, 5.000 por mês pode ser a remuneração de um sonho.

Enfim, o valor mensal – se vai ser considerado ótimo ou péssimo – vai variar de acordo com a cidade (o custo de vida) e obviamente com valores pessoais.

Romantismos à parte, temos que refletir que a psicologia é quase sempre um serviço e por estar no mercado, sofrerá mudanças de acordo com a região, em virtude da oferta e procura – como vimos.

Em um mercado super concorrido, os preços dos serviços tendem a baixar. Se um paciente pode escolher entre pagar 300 reais a consulta ou 80 reais, na maioria das vezes preferirá pagar 80, certo?

Por este motivo que existe o medo de se formar e não encontrar muito mercado, porque não encontrar muito mercado significa encontrar muita concorrência, e encontrar muita concorrência significa provavelmente ter uma remuneração menor por serviço.

Por outro lado, devemos nos lembrar que a psicologia é uma área muito ampla. Podemos trabalhar em consultório particular, clínicas multidisciplinares, escolas, faculdades, hospitais, empresas, indústrias, ONGs, governo, etc.

Isso acaba dando muitas oportunidades. Se uma destas áreas está mais difícil, podemos tentar em outra. E, ainda, é uma profissão que não te limita em termos geográficos. Algumas profissões praticamente exigem que se more em uma cidade ou região. Com a psicologia não é assim. Se não houver outros empecilhos para uma mudança, pode ser uma boa em certos momentos da carreira mudar para longe para encontrar um campo mais favorável.

Agora, no que diz respeito ao sucesso pela via da realização pessoal, acredito que a psicologia – como acontece com as outras profissões da saúde e da educação – é excelente, já que o sentido da realização pessoal vem da percepção de que estamos ajudando quem precisa.

Mas para poder ajudar de verdade, para ter sucesso financeiro e pessoal, existem algumas exigências simples, muito conhecidas, mas que são válidas em todo lugar.

Primeiro, ter dedicação. Não para de estudar mesmo depois de formado e investir em pelo menos uma língua estrangeira, porque com  uma língua estrangeira não só conseguimos ter acesso a mais informação como melhoramos o currículo para oportunidades em empresas, se este for o caso.

Segundo, definir uma área de atuação. Ter foco é um “segredo” simples mas muito útil para ir mais rápido aonde se quer.

Terceiro, fazer mais do que é pedido. Ter boa vontade e fazer mais (o que chamamos no Coaching de atitude de prestadia) certamente nos faz crescer em nossa profissão.

E, por fim mas não menos importante, criar uma rede de contatos profissionais. Se possível que esta rede de contatos se transforme em uma rede verdadeira de amigos.

Duvidas, sugestões, acréscimos, por favor, escreva abaixo!