Frequentemente ouvimos falar que 93% por cento da comunicação é não verbal, ou seja, o conteúdo representaria 7%, enquanto que a postura corporal, gestos e tom de voz seriam responsáveis por 93% da avaliação (positiva ou negativa) do público. Embora isto não seja uma verdade científica, temos sim que nos atentar para a comunicação não-verbal. E é isto que vamos aprender nesta Lição
Olá amigos!
É muito comum ouvirmos que até 93% da comunicação é não verbal, ou seja, constituída pela postura corporal mais tom de voz. Deste modo, como você diz teria mais impacto no seu público do que o que você diz, o conteúdo verbal. Este tipo de estatística é divulgado como se fosse uma verdade científica comprovada. Mas não é bem assim.
Evidentemente, o que você diz terá também importância. Imagine você chegar na torcida do Corinthians e começar a falar mal do time. Você pode fazer isto com a voz calma, com a voz irritada, com a postura ereta, com a postura arqueada… o que você acha que vai acontecer? O público vai gostar?
Este mito de que a comunicação não verbal representa até 93% por cento se baseia na teoria de Albert Mehrabian. E, embora este número seja um número levantado em poucos estudos, tem certa razão de ser. E é fácil de fazer o teste.
Se colocarmos uma turma de vinte pessoas para ouvir três professores e depois solicitarmos a avaliação de cada um deles, conseguiremos comprovar que a postura corporal e o tom de voz influencia (e muito) no modo como o público recebe a informação que é passada. Um professor que fale muito pausadamente e com cacoetes, poderá ser avaliado como maçante e entendiante. Um professor que fale olhando só para o quadro negro poderá ser avaliado como inseguro. E um professor que tenha todo o treinamento de oratória será qualificado como o melhor dentre eles, embora o conteúdo seja idêntico para os três.
Nos estudos de Mehrabian feitos na década de 1950, havia a seguinte proporção:
7% conteúdo verbal
38% tom de voz
55% não verbal (postura, gestos)
Bem, então de certa forma desconstruímos o mito de que 93% da comunicação é não-verbal e 7% é verbal, apesar de que esta informação que é passada sempre adiante traga um dado que devemos nos alertar quando queremos aperfeiçoar a nossa habilidade de falar em público: não basta elaborar o melhor conteúdo, com os dados mais recentes e atuais, contar histórias e piadas. O modo como nós vamos falar também será levado em conta.
Portanto, o que temos que aprender? Temos que aprender a observar a nossa postura corporal e o nosso tom de voz.
Alterando a postura corporal para falar em público
Para facilitar a prática, vamos dividir o que temos que nos atentar sobre a postura corporal em 3 itens:
1) Escápula aberta
2) Abdômen contraído
Devemos sempre colocar os ombros “para trás”. Fechar demais os ombros e colocá-los para frente será não só desconfortável como provocará a sensação no público de que estamos cansados ou ansiosos ou com medo, assim como manter o abdômen contraído.
Veja a diferença entre mudar estes 2 itens na figura abaixo:
Se olharmos bem para as duas fotos, veremos que parece até outra pessoa, não é mesmo?
3) Braços mais relaxados
É normal ficarmos um pouco ansiosos antes de uma apresentação (falaremos mais sobre a ansiedade na Lição 10). E como isto é normal e relativamente comum, a tendência é que não saibamos o que fazer com os braços e mãos. Alguns vão cruzar os braços, outros vão colocar as mãos nos bolsos, outros talvez gesticulem demais.
A dica é, então, deixar os braços relaxados (também como na foto da direita acima) ao invés de cruzar os braços, as mãos nos bolsos ou gesticular excessivamente.
É claro que fazer gestos faz parte do processo de falar em público e de falar em geral. Até podemos considerar como um dos pontos para demarcarmos o nosso ponto de vista. A questão é somente é ter atenção para a quantidade de vezes e do exagero na gesticulação.
Por exemplo, se formos fazer uma enumeração. Podemos contar os pontos com os dedos.
Portanto, os gestos acompanham o conteúdo da fala e passam, desta forma, a coerência da postura com o conteúdo. Nos momentos em que não for necessário gesticular, o ideal é deixar os braços relaxados ao lado do corpo. Em cursos de oratória, vemos muito os instrutores falando que devemos manter as mãos unidas próximas ao diafragma. É uma postura que também pode vir a ser interessante, mas apenas em alguns momentos. O excesso parecerá artificial.
Assim, atente para não cruzar os braços, não deixar as mãos nos bolsos da calça e não gesticular o tempo todo.
Gesticule às vezes, fazendo os gestos acompanharem o conteúdo do que você está falando, em enumerações, contraposições, reuniões e desuniões, enfim, se você diz que algo está subindo, você pode fazer o movimento de ascensão, e muitos outros conteúdos são possíveis de serem representados através de gestos.
A questão contra os gestos é apenas o cuidado de não ser demais.
Além disso, preste atenção para a sua expressão facial. Se você franzir a testa toda hora, levantar as sobrancelhas todo o tempo, sorrir sem vontade você estará passando uma impressão para o seu público. O ideal é que você pareça relaxado (sem raiva, irritação, braveza, cansaço, tristeza) e com sentimentos e emoções mais para a alegria e a motivação.
Alterando o tom de voz para falar em público
Em uma Lição anterior, já conversamos sobre a importância de dar ênfase em certas partes das frases em um discurso. Sobre o tom de voz, gostaria de acrescentar que devemos falar em uma altura que seja audível (nem muito baixo nem gritado), e com clareza, ou seja, falar muito rápido ou muito devagar não será ideal.
Seguindo a lógica da postura corporal, é importante passar uma certa animação em nosso tom de voz. Como se diz, “a alegria é contagiante” e, com este lema em mente, devemos prestar atenção para que nossa voz não fique arrastada, morosa nem exceda na velocidade.
Conclusão
Para alterar a postura corporal, eu particularmente recomendo o trabalho da fisioterapia. Como já tive o prazer de trabalhar em uma clínica multiprofissional com excelentes fisioterapeutas, aprendi como somos displicentes com a nossa postura. Sentamos tortos, dormimos de qualquer jeito, andamos com sapatos (ou sandálias) que vão prejudicar nosso calcâneo e por aí vai.
Para restabelecer uma postura corporal adequada eu sugiro uma avaliação fisioterápica. Se não for possível, fazer Pilates ajuda muito a voltar a ter uma postura verdadeiramente ereta e alinhada.
Veja aqui – Por que você deve fazer Pilates? Dicas e Benefícios
Com relação à voz, devemos cuidar também para não ficar rouco e com problemas nas cordas vocais. Como já mencionei, é extremamente útil buscar a ajuda de um profissional da fonoaudiologia. Não é raro que falemos em uma altura (grave ou agudo) que não corresponde ao nosso tom de voz natural. Isto pode forçar e causar problemas. Além disso, fazendo fono nós podemos aprender como respirar melhor e falar com mais clareza os fonemas em uma palavra – até de trava línguas.
Só depois de estudarmos esse assunto percebemos quantas coisas podem ser evitadas, ou seja: precisamos ficar atentos aos 5 segundos da respiração, da caminhada, do olhar, do tom da voz, do gesto, da postura e do vocabulário (“tá? não é? é-é-é! hum… ham). Bom, estamos na sétima aula – pelo visto temos muito que aprender, vou aguardar as próximas dicas! Quanto à prática da técnica pilates concordo com você, essa atividade equilibra e alinha a postura. Nota 10. Abs,
Seus textos são otimos,muito tem acrescentado para minha pratica profissional.Por favor se for possível dê algumas sugestões de como montar uma palestra para adolescentes falando dos pontos positivos de participar de uma orientação profissional
Os principais pontos que devo mencionar. Se você puder fala sobre estas questões nos seus próximos textos, ficarei muito grata. Att
Olá Raquel!
São 10 pequenos comportamentos que se forem somados mudarão totalmente uma apresentação. Individualmente pode até parecer irrelevante, mas em conjunto fazem toda a diferença!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Valéria!
Obrigado!
Temos já vários textos sobre Orientação Profissional (clique no link)
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, não recebi as últimas 3 lições. Tem como enviá-la pra mim, por favor?
Olá Raquel!
Na página inicial do Curso você encontra todas as Lições, ok?
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Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, você tem algum texto, sugestões ou critério que utiliza na clínica no que se refere a reajustes financeiros das sessões? Como você aborda esse assunto com o paciente?
Olá Raquel,
Bem, não existe (que eu saiba) uma regra quanto a isto.
Penso que o psicólogo ou analista deve avaliar a necessidade de subir os seus honorários levando em conta o mercado, mas, também a condição do paciente.
O padrão é que se aumente no começo do ano ou quando o salário mínimo sobe. Mas, como disse, não há uma regra estabelecida, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza