Falar em público é um comportamento como outro qualquer. Use a regra do treinamento contínuo que diz: fale mais, cada vez mais, para falar cada vez melhor.
Olá amigos!
Na página inicial do nosso Curso, eu mencionei que eu já tive dificuldades de falar em público por uma experiência infeliz em minha infância. Isso aconteceu quando eu tinha por volta de uns 8 anos. Eu adorava estudar, responder às perguntas das professoras, participar de atividades extras como apresentar um trabalho oral (não era obrigatório para todos) e teatros. Até que, em uma apresentação, eu me esforcei ao máximo e fiz conforme a professora havia ensinado sobre como falar em público: decorei o texto inteiro.
O problema foi que na hora de falar, eu me distraí e esqueci do texto que tinha decorado. Não preciso dizer que foi uma situação incômoda e que criou um conflito interno por alguns bons anos. Por um lado, eu continuava querendo falar o que tinha aprendido mas, por outro, eu tinha a impressão de que não saberia falar – por causa do branco que tinha me dado naquele dia.
Como eu falei na 1° Lição, o primeiro passo para nós aprendermos a falar em público é o processamento pós-evento mais positivo. Uma outra forma de nós fazermos esta avaliação após o evento é possível com a Programação Neurolinguística. Nos Estados Unidos, aonde a PNL foi criada, existe a ideia muito forte de pessoas bem sucedidas e pessoas fracassadas. Para superar estas ideias limitantes a PNL sempre informa: “não há fracassos, há apenas resultados”.
Quanto eu ainda tinha o conflito entre querer falar e achar que não falava muito bem, uma outra professora me deu uma dica que no momento me pareceu inconcebível, ela disse: “para aprender a falar em público cada vez melhor, você tem que falar cada vez mais. Aproveite toda e qualquer oportunidade e fale”. Mas, como eu tinha este conflito, eu sempre exitava, às vezes dizia sim, às vezes dizia não e até, em certos períodos, ficava sem falar mesmo.
Contudo, logo eu vi que a orientação desta professora tinha razão quando eu notei que a minha experiência com 8 anos não era uma experiência de fracasso. Era um resultado. Um resultado da técnica que tinha aprendido. Ou seja, fazer uma apresentação tentando decorar toda e cada frase não era uma técnica interessante. Isto porque a memória poderia falhar e, enquanto tentássemos reestabelecer o fio da conexão, teríamos que ficar em silêncio.
Em outras palavras, “não foi um fracasso meu, foi apenas o resultado de uma técnica ineficaz. (Pelo menos ineficaz para mim. Pode até ser uma técnica boa para você). Assim, o que eu comecei a fazer foi treinar outras técnicas. Durante a faculdade, em congressos e seminários, tentei de tudo: tentei ler toda a apresentação, tentei falar de improviso, tentei ler uma parte e falar de improviso uma outra parte, tentei usar Power Point, tentei falar em pé, tentei falar sentado e, à medida em que fui aprendendo, fui aplicando as técnicas que veremos nas lições seguintes.
Treinamento Contínuo
Deste modo, com cada experiência eu aprendi um pouco mais e comprovei o que a minha professora já havia falado. De novo eu reproduzo para que você também possa passar a usar o seu ensinamento: “para aprender a falar em público cada vez melhor, você tem que falar cada vez mais. Aproveite toda e qualquer oportunidade e fale“.
Como também já mencionei aqui no nosso Curso, falar em público é um comportamento como outro qualquer. Se nós começarmos a avaliar o nosso comportamento de falar em público como um comportamento bom, muito bom, estaremos no autorreforçando – o que aumentará a probabilidade de emitir este comportamento. E, paradoxalmente, ao emitir cada vez mais o comportamento, estaremos tornando-o ainda melhor.
Podemos fazer uma analogia. Michael Phelps, o nadador americano que ganhou 22 medalhas olímpicas (o homem que mais ganhou medalhas em Olimpíadas. Se ele representasse um país, ficaria em 12° lugar no quadro de medalhas), ele era um sujeito obstinado que começou a praticar natação na infância. Quando seu treinador viu a sua facilidade, ele não simplesmente pensou: “bem, ele já é talentoso, ele já tem facilidade, agora é só treinar um pouco e estará ok”. Pelo contrário, ele aproveitou cada oportunidade para treinar e fez do seu treinamento um hábito diário.
Diário realmente: Phelps percebeu que se treinasse aos domingos teria uma vantagem de 52 dias com relação aos seus competidores que só treinavam de segunda a sábado.
Isto nos ensina uma lição importante: como o comportamento de falar em público é um comportamento como outro qualquer – como nadar – nós nos aperfeiçoaremos na medida em que treinarmos. Se você treinar uma vez por mês, terá um resultado que melhorará a cada mês. Se você treinar uma vez por semana, melhorará a cada semana. Se treinar todos os dias, melhorará todos os dias.
No livro Desperte o seu gigante interior – um livro de PNL e que também é vendido como um excelente livro de motivação – Anthony Robbins diz:
“Tornei-me um excelente orador porque, em vez de uma vez por semana, estava disposto a falar três vezes por dia para quem quisesse me ouvir. Enquanto outros na minha organização tinham 48 compromissos para falar em público por ano, eu tinha um número similar em duas semanas. Dentro de um mês, isso significava dois anos de experiência. e dentro de um ano, eram décadas de oportunidades para crescer. O pessoal que trabalhava comigo comentava que eu tinha “sorte” por ter esse talento “inato”.
Tentei explicar o que estou dizendo agora: o domínio leva o tempo que você quiser. A propósito, todos os meus discursos eram bons? Longe disso! Mas com toda a certeza eu aprendi com cada experiência, e de um modo ou de outro fui melhorando até que, em muito pouco tempo, era capaz de entrar numa sala e me fazer entender por gente de todos os escalões da vida”.
Conclusão
Para concluir, pode surgir a pergunta: Mas como eu posso treinar todos os dias ou até três vezes por dia?
Bem, aproveite toda e qualquer interação social para falar. A definição de público não significa que falar em público é falar para mais de 10, 20 ou 100 pessoas. Quando você conversa com uma outra pessoa, você está emitindo o que chamamos na psicologia comportamental de comportamento verbal público (por oposto a comportamento verbal encoberto ou privado que é o pensamento).
Assim, aproveite toda e qualquer oportunidade seja com uma, com uma dúzia ou com centenas de pessoas. Você pode aperfeiçoar a sua habilidade de contar uma história, de contar uma piada, de explicar um conceito, de descrever uma teoria. Agarre cada oportunidade que surgir para falar em reuniões, em seminários, para dar palestras, para dar entrevistas em rádios, em TV. Com a internet, você pode criar um blog e um canal no Youtube e gravar um vídeo por dia sobre assuntos de seu interesse. Enfim, use a regra que diz: fale mais, cada vez mais para falar cada vez melhor.
Próxima lição – Lição 3 – Pausas de até 5 segundos
Veja também:
Página Inicial – Como falar em público
Lição 1 – Processamento Pós-Evento
Lição 2 – Treinamento contínuo
Lição 3 – Exposição situacional – Pausas de 5 segundos
Lição 4 – Exposição situacional – Olhos nos olhos
Lição 5 – Exposição situacional – Firmeza na fala
Quero, inicialmente, parabenizar pelo seu trabalho e pelas iniciativas que você tem tomado.
Como você abriu para comentário, gostaria de fazer um, embora um pouco temeroso, pois enviei um outro por email e não recebi qualquer devolutiva sua. Mas pode até ser que você não o tenha recebido ou não tenha tido tempo de responder.
De qualquer forma, vai mais este.
Em relação à colocação, presente na lição 2 do Curso Como Falar em Público:
“Podemos fazer uma analogia. Michael Phelps, o nadador americano que ganhou 22 medalhas olímpicas (o homem que mais ganhou medalhas em Olimpíadas. Se ele representasse um país, ficaria em 12° lugar no quadro de medalhas), ele era um sujeito obstinado que começou a praticar natação na infância.”
Não entendi o sentido da oração: “Se ele representasse um país, ficaria em 12° lugar no quadro de medalhas)”.
Digo não entendi, porque achei que esta conclusão, pelo propósito ali colocado, enfraqueceu a ideia que você estava transmitindo. Para mim (dentro da compreensão que tive), as informações anteriores já eram suficientes, para dar a força que você queria transmitir. Abraço. Amilton
Olá Amilton,
Tudo bem?
Eu realmente não recebi nenhum comentário ou email seu anterior, ok?
O que quiser dizer é que ele é recordista de medalhas individualmente, ou seja, o homem que mais ganhou medalhas no total em toda a história das Olimpíadas. Tem tantas medalhas que se fosse de uma país pequeno, digamos, das Maldivas, faria das Maldivas só com suas 22 medalhas, o 12° país em número de medalhas.
Pode não ter ficado muito claro porque a frase ficou com muito aposto.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Pelo que entendi na aula 2, um dos grandes segredos é a persistência ou seja, treinar constantemente. Sendo assim, vamos em frente!
Olá Felipe, boa tarde!
Bem,estou cursando PSICOLOGIA 1 período ainda,mas logo de inicio estou tendo dificuldades de expor meus pensamentos..Inclusive vou apresentar um seminário na semana que vem e estou muito tensa,com muito medo…Quando vou falar em público sempre acho q não tenho argumentos possíveis para tal contexto.Sempre travo,e ao mesmo tempo tenho muita vontade de falar,preciso de ajuda…O que faço?
Gostei muito da abordagem de como falar em público, essas dicas irão me ajudar demais .
Olá Raquel!
Isso mesmo! Vamos em frente! Como diz um amigo meu devagar e sempre!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Daniele,
Então, nós vamos falar dos vários aspectos que envolvem falar em público, inclusive, na última Lição abordaremos o tema de como controlar a ansiedade antes de uma apresentação.
Porém, se você está tendo muita dificuldade e se sua necessidade é urgente, sugiro que você faça terapia, ok?
A terapia vai lhe ajudar a entender o porquê da dificuldade e como superá-la.
Outra possibilidade é o Coaching de Carreira.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Patrícia!
Obrigado!
Fico muito feliz que esteja gostando!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Estou achando o máximo esse curso!!!
Sobre sugestões, você já escreveu algo sobre pessoas que não conseguem ficar sozinhas e sufocam seus amigos, esposos e familiares querendo sempre eles por perto e só pra elas? Carência, vazio… se não tiver, pense a respeito, Felipe. Abraço :)
Olá Raquel!
Fico muito feliz que esteja gostando do Curso!
Sobre Solidão, veja aqui – Diferença entre solidão e solitude
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Não posso deixar de apreciar a forma como são colocados os argumentos e gostaria de dividir aqui, que tive uma experiência parecida na primeira série, por ser muito curioso e observador acabava assimilando um vocabulário não tão usual para uma criança e ao falar algo à professora, ela me questionou com um tom que me deixou tão aflito por achar que estava errado ou coisa do gênero que depois do episódio não usava mais o português correto por medo de ser caçoado. Neste momento estou cursando pré-vestibular e como tenho o intuito de fazer mestrado, venho, há algum tempo, praticando isso, noto como é difícil se compreender que poucas coisas são “inatas” e uma boa análise e organização da rotina diária é fundamental para qualquer exercício de construção. Quando algo me aflingi ao analisar o que falo costumo perguntar o porquê? A mim mesmo, por quê estou sentido tal coisa a respeito do assunto, e vou tentando me aconselhar com cuidado e tranquilidade, tentando levar meu foco a construção.
Obrigado por esse espaço de aprendizagem e ascensão que foi criado aqui. Muitas informações importantes que se espalham ao vento e chegam aos lugares certos
Olá Jonathan!
Obrigado por compartilhar conosco sua experiência!
Fico muito feliz com a sua avaliação do nosso espaço de aprendizagem! :)
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Oi Felipe, tudo bem?
Primeiro quero parbenizar a voce por sua dedicacao pra fazer estos cursos. Bom, mas também queria fazer uma pregunta, e é em quanto o que significa o PNL. Tal vez é uma bobagem, mas como sou colombiano nao sei o que traduz.
Muito obrigado.
Olá César!
Veja aqui – O que é PNL
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Oi Felipe, você nem imagina o quanto estas me ajudando, como pessoa, na vida e ainda me ajudará bastante em meu curso de psicologia. Faço o primeiro semestre ainda é confesso á você que estou apavorada com as apresentações em público. Não era assim, isso foi devido algo que descobrir nesses anos em que tive depressã, muito forte e me afastei de tudo e todos.
Agora com 33 anos voltando aos poucos me adaptar com essa Nova rotina que jamais imaginava poder voltar um dia, depois de anos estagnada.
Beijos e obrigada por essas informações tão preciosas.
Olá Ana!
Fico muito feliz que o site esteja lhe sendo útil!
Será sempre um prazer contar com sua participação por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza