Como superar a pressão de realizar uma compra ou atender a um pedido que implique em uma influência instantânea, ou seja, dizer sim por impulso.
Olá amigos!
Esta é a última Lição do nosso Curso Psicologia da Persuasão Grátis. Como vimos nas lições anteriores, os psicólogos que estudam a persuasão, com a psicologia social e a psicologia comportamental, argumentam que existem seis principais ferramentas da persuasão:
Como a nossa vida atual representa para cada um de nós um grande bombardeio de informações, na escolha para dizer sim ou não a um pedido, a uma venda, a uma solicitação, sem perceber, acabamos nos baseando em uma ou outra destas formas de persuasão. A pessoa para a qual dizemos sim, seja um parente, um amigo, o conjuge, um vendedor ambulante, ou até uma oferta em um site na internet pode estar utilizando estas ferramentas persuasivas de maneira deliberada ou não.
E aqui surge uma grande questão ética: as pessoas que conhecem estas ferramentas da persuasão podem utilizá-las sem escrúpulos? Como podemos nos defender e acabar dizendo sim para algo que no fundo não queríamos? Qual é o limite para o uso da persuasão em nosso dia-a-dia?
Bem, toda questão ética – que, a grosso modo, procura avaliar o que é certo e o que é errado – pode e traz um longo debate e não necessariamente uma conclusão definitiva.
Eu considero que a decisão última é sempre individual, e, embora a decisão última seja individual, se o sujeito for levado a comprar algo ou dizer sim a uma solicitação porque foi persuadido de maneira anti-ética (com uma mentira), as consequências futuras não serão as melhores.
Por exemplo, se alguém busca convencer uma dada população a realizar um tipo de doação para um projeto de caridade e depois fica comprovado que as informações centrais eram falsas, foi um criado um grande problema. Assim como quando uma mulher é convencida a comprar um creme antirrugas que no final das contas é enganação.
Deste modo, o limite da ética de um comportamento que visa persuadir, em minha opinião, deve ser sempre o da honestidade e da verdade. Uma marca que engana os seus consumidores dizendo que é o produto mais vendido do país (enquanto não é) não será digna da confiança destes mesmos consumidores. E, no longo prazo, a tendência é que vire motivo de chacota ou até de falência.
Outro exemplo através do qual podemos ver como a ética pode ser importante são as situações nas quais algo é oferecido gratuitamente, na chama lei da reciprocidade. Pode ser uma amostra grátis ou um brinde inicial. No dia-a-dia, certas pessoas que aprenderam a força da reciprocidade podem usá-la até de maneira imperceptível e é fácil de notar quando é falso, quer dizer, quando é no fundo apenas visando o próprio lucro.
Se alguém me oferece um café e logo em seguida quer me vender uma pacote, é fácil de observar que o oferecimento inicial apenas visando uma venda futura. Então, de acordo com a lei da reciprocidade, seria inadequado recusar a oferta da compra, já que houve o oferecimento do café logo de começo. Porém, neste caso a lei da reciprocidade – tão útil nas relações sociais – foi utilizada tão somente com um único objetivo em mente: vender. Portanto, não somos “obrigados” a dar a retribuição segundo o princípio (obrigação de receber, obrigação de dar).
Influência instantânea
Todas estas formas de persuasão acabam despertando um tipo de resposta dos indivíduos que é tão rápida e inconsciente que quase ninguém se dá conta. Ou seja, os outros atores em um contexto social conseguem, às vezes, persuadir de maneira tão precisa e tão direta que há o que chamamos de influência instantânea.
Do ponto de vista capitalista, isto é ótimo. Afinal, o vendedor de uma empresa que consegue persuadir o consumidor a realizar uma compra em menos de cinco minutos é um excelente vendedor. Um excelente vendedor que conseguirá realizar muito mais vendas ao longo daquele dia.
Entretanto, como consumidores, podemos e devemos ficar atentos a este tipo de artimanha. Se vamos comprar algo, se não for um item de necessidade básica como um lanche ou um almoço para matar a fome, é realmente indicado utilizarmos a regra das 24 horas: deixe para comprar daqui a 24 horas. Se daqui a um dia exato você ainda ver a vantagem da compra, se o que você vai comprar vai ser de verdade útil e necessário, se vai fazer bem para você e para a sua família, então tudo bem.
Toda a persuasão que tiver sido utilizada contra você não terá te impactado ao ponto de você comprar por impulso. De todo modo, não devemos pensar na persuasão como sinônimo de enganação. Se um produto ou serviço é verdadeiramente popular – o mais vendido – ele pode ser anunciado como o mais popular (e basear-se no princípio da aprovação social). E, de igual modo, todas as outras armas da persuasão que estudamos em nosso curso. Elas podem ser incluídas com ética ou com desonestidade.
Com a regra das 24 horas (talvez em compras grandes possamos aumentar o prazo para uma semana, um mês), conseguimos nos distanciar do impulso e comprar apenas se for uma compra vantajosa para ambas as partes. No final das contas, além de todas as questões éticas que possamos levantar, sempre se trata disso: ser uma troca (uma venda é uma troca) que beneficie os dois lados e não um só. Uma troca do tipo ganha-ganha e não ganha-perde.
Professor Felipe,
Seus textos são muito bons.
Infelizmente num mundo globalizado em algumas países deste planeta não existe ética e moral, um conduta que nasce com o homem por fazer parte da coletividade nele já existente; e, sendo assim, tudo encontra-se no caos da peruação, ou seja, de acordo com a sociedade que ele vive, seu habitar natural, ele sempre irá por em prática sua condição dominador. Sempre o homem encontrar-se-á sujeito do destino.
Sérgio Gaiafi
Olá Sérgio!
Infelizmente isto ainda é uma verdade…
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Bom dia!!!!
Felipe, desejo saber se você tem um curso de psiclg da persuasão mais aprofundado, e se tendo o mesmo, poderia posta-lo para que eu pudesse desfrutar dos seus ensinamentos?
Olá Mário,
Temos o seguinte – Curso Psicologia da Persuasão
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, adorei esse curso… Muito legal…. Parabéns..
Bjss
Sucesso.. :)
Olá Karina!
Fico muito feliz que tenha gostado!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá professor Felipe, tenho que te agradecer muito pelo curso, cá estou eu á cerca de duas horas e meia (02:30) lendo e relendo, e buscando entender pedacinho por pedacinho de cada uma das 6 principais ferramentas. Tenho 21 anos, e trabalho a quase 4 anos com vendas, e não sabia sobre a persuasão, e você, sim professor, você abriu minha mente para este universo que para mim até o momento era inexistente. E agora cá estou eu caindo em uma das ferramentas de persuasão, a reciprocidade, você me deu a oportunidade de ler, eu recebi esta oportunidade e li detalhadamente, e agora estou eu lhe retribuindo, ou seja a lei de dar, receber, retribuir. E também tem outra ferramenta que cai mas aprendi a decifrar qual é, a tal aprovação social, eu não ia comentar nada aqui, mas como vi que algumas pessoas comentaram, me senti com intuito de comentar com segurança, pois o curso foi aprovado por várias pessoas, veja professor, quando um aluno a 02:30 atrás não sabia nada disso, e agora de início já consegue decifrar os detalhes de uma persuasão.
Muito obrigado mesmo, e este é o começo para meu aprendizado, graças a seu intuito de ensinar, irei me aprofundar nesta questão de persuasão. Continue fazendo o melhor para a humanidade (aqueles que usam ética e moral) com seus textos aprofundados em persuasão.
Boa noite professor, e,
Muito sucesso.
Atenciosamente,
Leandro Soares
Olá Leandro!
Fico muito feliz que tenha gostado do Curso.
Esses dias fiz um Curso em São Paulo e estava conversando sobre um colega sobre a aprovação social. Nós estávamos jantando em um shopping e ele contou que uma grande executiva dizia que para ela almoçar em um restaurante tinha que ser senha 99. Não sei se você já viu. Nos shoppings há sempre uma senha nos restaurantes. O critério dela era: se a senha está 99 ou perto é porque o restaurante é ótimo, quer dizer, muita gente está comendo lá. Agora, se a senha é muita baixa, significa o contrário. Dai ela não comia…rsrs
Não percebemos mas fazemos isso direto. Por exemplo, dizendo que Apple e Samsung são marcas boas e uma outra marca que está mais desconhecida não é tão boa. O critério não é a qualidade (porque no fundo não entendemos nada de eletrônica). O critério é justamente a aprovação social.
Sobre a reciprocidade, para quem trabalha com vendas, eu diria que o melhor a oferecer não é uma amostra grátis, mas a atenção. Vivemos em um mundo em que há muita correria e distância – apesar das tecnologias. Com isso, quando damos atenção aos nossos clientes, ficando mais tempo com eles, nos dedicando mais estamos ajudando mais. E sem perceber acabamos recebendo mais indicações, mais aprovação, mais aprovação social e assim vai indo.
Atenciosamente,
Felipe de Souza