Olá amigos!
Imagine que você tem um irmão gêmeo (ou uma irmã gêmea). Vocês nasceram de um mesmo óvulo, são gêmeos univitelinos, tem uma carga genética idêntica. Imaginou? Você acha que por vocês terem um corpo cópia um do outro vocês serão iguais? Totalmente iguais? Com as mesmas características de personalidade?
Evidente que não. Qualquer pessoa que tenha um irmão gêmeo irá contar para você a verdade de que, apesar de serem iguais na aparência, desde pequeno cada um apresenta características próprias, uma psique única.
E até nos casos em que todos os dias todos os ambientes são compartilhados, como é o caso raro de gêmeos siameses que conseguem sobreviver aos primeiros anos (e não são separados por cirurgia), também é notável que cada um tenha uma personalidade.
Ora, se até com gêmeos, e se até com gêmeos siameses – que tem não só um corpo, o mesmo corpo, mas também o mesmo ambiente – podemos notar características distintas, como podemos comprar duas pessoas que não só não compartilharam o mesmo ambiente e muito menos uma genética?
Por exemplo, eu nasci em uma casa na qual a cultura sempre foi extremamente valorizada. Meu pai construiu ao longo dos anos uma biblioteca gigante e desde pequeno que fui incentivado a ler, a escrever, a estudar idiomas. O meu ambiente me ajudou a gostar de estudar, a gostar de aprender e depois a gostar de ensinar também. Como comparar este ambiente com alguém que nasce em uma região em que não há nem uma escola, nem um livro e os pais são analfabetos?
Não dá para comparar. Assim como não dá para comparar o meu ambiente com alguém bilionário que tenha estudado em uma escola suíça e aprendido cinco línguas estrangeiras no jardim de infância. Comparar a história tanto de um ambiente (mais desfavorável) como comparar com um ambiente (mais favorável) não faz sentido. Faria sentido eu dizer que sou mais inteligente que uma pessoa que nunca teve oportunidade de estudar? Faria sentido comparar o que eu aprendi até aqui com quem teve um colégio integral a vida toda e me considerar mais burro?
Na verdade, não faz sentido comparar a sua história e a sua personalidade com ninguém. Isto porque não só a fisiologia, o corpo, a genética, a história de criação, a personalidade, a psique foram diferentes. Mas também não faz sentido comparar porque isto não vai levar a nada, especialmente do jeito como é feito pela maioria das pessoas.
Eu posso me comparar com quem teve condições materiais e de estudo melhores do que as minhas e posso me sentir inferior e criar uma baixa autoestima prejudicial. E eu posso criar um sentimento de superioridade e arrogância se me comparar com pessoas que tiveram menos condições, o que de toda forma não vai ser útil porque vai apenas me afastar das pessoas as quais eu poderia ajudar.
Se você utiliza a comparação com uma outra pessoa, seja com um irmão ou irmã, amigo ou amiga, esposa ou marido, namorada ou namorado, colega de escola ou trabalho, é muito recomendável que você pare de fazer isso o quanto antes.
Como disse, se comparar só vai criar um sentimento, ilusório veja bem, de que você é inferior ou superior. Em ambos os casos, este tipo de sentimento por comparação não leva a nada no longo prazo.
Agora, se você observa o comportamento de uma outra pessoa e consegue observar que esta outra pessoa tem uma habilidade que você não tem, você pode aceitar o fato (sem criar o sentimento de inferioridade) e passar a aprender com ela.
No vídeo abaixo, no qual eu falo sobre a PNL e como as pessoas tem “programas” mentais diferentes, eu mostro como a PNL usa estas diferenças individuais ao nosso favor ao permitir com que modelemos o comportamento (interno e externo) de pessoas que possuem altas habilidades.
Por exemplo, digamos que eu conheça uma pessoa que consegue fazer a leitura dinâmica e ler uma página de um livro em segundos. Eu poderia me comparar e me sentir mal. Mas de que isso me adiantaria?
Ao invés, eu posso descobrir como esta pessoa desenvolveu esta habilidade. Posso perguntar e ficar sabendo que ela fez cursos, leu livros, treinou deste e daquele jeito e aí sim eu terei conseguido obter uma informação útil e até conseguirei melhorar a minha habilidade de leitura.
Um exemplo que vejo muito aqui no site é sobre o sentimento de inferioridade do aluno frente aos vastos conhecimentos do professor. Seria como se você entrasse aqui no site e visse que eu já publiquei mais de 700 textos de psicologia, dou cursos de psicanálise, psicologia analítica, pnl, neurociências, psicologia cognitiva e ainda outros. Ora, de novo e sempre, toda a comparação é inútil.
Se você nunca estudou psicologia ou se você está começando há pouco, não há como comparar o fato de que eu já estou estudando há 12 anos dentro de uma excelente universidade (a UFSJ), depois em pós-graduação, mestrado, doutorado… seria tão inútil se eu me comparasse com alguém que está estudando há 40 anos…
Agora, nós podemos aprender uns com os outros, é claro. Eu posso conseguir obter informações com profissionais mais experientes do que eu, assim com você pode obter informações comigo, caso esteja começando a estudar psicologia.
Conclusão
Toda comparação é inútil. Vai tão somente criar o sentimento de inferioridade ou superioridade (não se engane: sentir-se superior não adianta em nada) e vai ser uma pura perda de tempo e uma ilusão porque você estará comparando duas histórias de vida que não podem ser comparadas. Seria como comparar uma laranja com uma maçã. São frutas, mas são tão diferentes, tem características tão diferentes, que não dá para comparar de verdade.
Além da impossibilidade de comparar e da inutilidade de fazê-lo, ao comparar você vai cair no chamado complexo de inferioridade. Eu disse que até o sentimento de superioridade é prejudicial porque está tudo incluído no complexo de inferioridade. Uma pessoa precisa se sentir superior porque ela, no fundo, se sente inferior…
Portanto, procure sempre sair destas comparações inúteis. Se for para comparar, no máximo, se permita comparar consigo mesmo. Com o que você consegue fazer hoje, com a sua experiência de vida, com o seu passado. Mas até nisso é importante ter cuidado e saber reconhecer que o tempo provoca situações que nem sempre permitem este tipo de comparação.
Excelente texto. Sei como é isso, pois tenho uma irmã gêmea e apesar de não sermos univitelinas, somos parecidas como se fossemos. Fora o fato de todos comparar a mim e a ela e nos forçar essa situação. Óbvio que temos características em comum, pois como você citou no texto, fomos criadas no mesmo ambiente, colégio, etc. E coincidentemente fazemos até o mesmo curso na faculdade, mas temos as nossas diferenças. O que não impede da maioria das pessoas fazerem comparações e muitas vezes confundindo quem é quem na rua com bastante frequência.
Isto me faz lembrar que, tive uma professora no colégio que perguntou o motivo de eu não ter tirado 10 como a minha irmã (fiquei com 9,0), como se tivesse a obrigação de ter tudo igual a ela.
Mas não nego que existem situações bem engraçadas. rsrs
Pra finalizar, adoro os seus textos e sempre que posso estou lendo. É sempre de bom conhecimento e ajuda.
Abraços e muito sucesso.
Olá Claudia!
Que interessante! Muito obrigado por comentar e compartilhar conosco sua experiência!
Eu tive um colega na faculdade que tinha também um irmão gêmeo, mas eles não faziam o mesmo curso, rsrs.
Fico muito feliz que esteja gostando do nosso site!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá ! gostaria de saber se existe algum curso, livros autores ou textos para psicologia hospitalar e psicologia existencial humanista. Sou recém formada em psicologia e interesso muito por estes temas ou arias. Aguardo resposta, e desde ja obrigada.
Agradecimentos!
Fiquei muito contente com o texto, pois ajudou bastante!
Declaro para já, em continuar ler e apreender para com seus textos, porque são muito importante….
Professor,
Eu sou um ser um humano que faço parte do social, coletivo do qual encontro-me, igual ao meu semelhante. Eu não preciso me comparar e nem me justificar ao outro por ele encontrar-se na mesma condição social.mas eu tenho que saber separar muitíssimo bem o que significa uma ligação psicossocial no que discerne a psicológico. tenha liberdade de questionar-me.
Obrigado,
Sérgio Gaiafi
Olá Beto!
Obrigado por comentar!
Fiquei muito feliz de ver a sua participação por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Vitalina!
Sim, existem sim!
Em breve, vou escrever um texto sobre os principais textos para as principais áreas de atuação, ok?
Mas já temos o texto para começar nas principais abordagens: Melhores livros de psicologia para começar a estudar
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Sérgio!
Você diz separar o que você representa para os demais (persona) e o que você é em sua interioridade?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Valeu mesmo .
Olá,
Eu tenho muito essa necessidade de comparar, sei que isso é prejudicial mas é mais forte que eu. Por exemplo, eu curto muito cantoras pop (Lady Gaga, Lana Del Rey, Madonna, etc.), e sempre fico comparando-as para ver quem é a ”melhor” (parece superficial, mas música significa muito pra mim).
Também fico comparando-me a meu irmão mais novo.
Outro exemplo, extremamente pessoal, eu não consigo ficar com caras (sou gay) mais “fortes”, mais “bonitos” que eu, apesar de sentir enorme atração. Eu acho que não tenho um corpo bom e por isso alimento uma expectativa de que se eu ficar com esse tipo de cara, vou os decepcionar. Mas com homens que eu considero no meu nível de “beleza”, ou “inferior” a mim eu não tenho problema. Isso me machuca muito, pois vejo com é grande minha hipocrisia e meu sentimento de inferioridade, baixa autoestima, etc.
Olá Lucas,
Entendo.
Mas o bacana é que você já notou este padrão. Como todo padrão mental é apenas uma construção, pode ser mudado…
Afinal, não existe uma lei, nada escrito, que diga que você tem que pensar deste modo, não é mesmo?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá, Felipe.
Como fazer quanto à comparação em relação a beleza?
Aquela pessoa é linda. Como não imaginar o quão bom deve ser ter admiração das pessoas, a auto-confiança que uma pessoa assim geralmente transmite ter, entre tantas vantagens que se pode ter por ser bonito. Além da beleza, pode ser usado também estilo, tem tantas pessoas estilosas por ai!
Aí olho no espelho, e vejo que não sou nada disso.
Olá Maurício!
Quando começamos a estudar psicologia (e filosofia), começamos a nos questionar sobre tudo. Em primeiro lugar, poderíamos perguntar: o que é beleza? Um dos mais importantes pensadores de todos os tempos, Tomás de Aquino, dizia que a beleza é o que agrada aos olhos (Pulchra sunt quae visa placent).
Até aí tudo bem. Mas psicologicamente falando é engraçado o fato de que cada um não se vê. É um fato! Eu me vejo pouquíssimos minutos durante um dia, assim como você se vê durante pouquíssimos minutos durante um dia. Mesmo alguém que se olha muito no espelho não se vê tanto como os outros ao seu redor vão ver. Ou seja, nós vemos muito mais os outros do que nos vemos.
Dai pode surgir uma outra pergunta: qual seria a vantagem de ser bonito(a)? Bem, os outros vão nos ver. Nós não vamos nos ver tanto. Então a vantagem é que os outros vão nos tratar melhor? Vão nos elogiar? Vão aumentar a nossa autoestima?
Não é o caso, na verdade. Muitas pessoas consideradas muito belas são muito infelizes. Porque no fundo não se sentem bem, ou porque no fundo são tratadas assim ou assado apenas pela aparência.
Enfim, ser a pessoa mais bonita também não é um sinônimo de felicidade. O caminho é notar que existem coisas que podemos controlar e coisas que não podemos controlar. Veja aqui – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2013/11/o-que-voce-pode-e-o-que-voce-nao-pode-controlar.html
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa noite, Felipe. É a primeira vez que entro no site. Vi uma postagem de um amigo no Facebook e, como me interesso por tudo em Psicologia, resolvi dar uma olhada.
Assisti ao seu vídeo acima e, além do conteúdo, claro, uma coisa, inclusive relacionada ao conteúdo, me chamou a atenção: a cada fala sua, o Sr. sorri ao final, o que dá suavidade ao seu jeito de transmitir conhecimentos. Isso é uma técnica de PNL? Pergunto isso porque vivo em conflito quanto ao meu modo de agir com as pessoas. Uma amiga me disse que eu falo palavras duríssimas com voz extremamente suave. E, em outros momentos, sinto que não sou ouvida porque não consigo me expressar como gostaria. É como se minha voz saísse só para mim. Olho ao redor e vejo que as pessoas escutam, mas não me ouvem. Gostaria, inclusive profissionalmente, de ser assertiva suavemente, como o Sr. me pareceu no vídeo.
Olá Ana,
Então, não é uma técnica da PNL. Eu tento aprendido muito sobre como falar (em público e no cotidiano) estudando temas relacionados como oratória, persuasão, etc.
A principal característica que apontam sobre mim é de eu ser calmo. Então, o que sugiro é que você descubra mais sobre o seu jeito (que é um jeito que provavelmente continuará com você) e aperfeiçoe as formas de se expressar. Às vezes é realmente um pequeno detalhe que faz a diferença.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, seu texto me ajudou muito.
Obrigada.
Sucesso.
Andréa
Semana passada eu estava conversando com uma velha senhora, mais velha que eu. Ela é casada com um homem com quase 100 anos de idade e cada vez mais limitado. Ele é das antigas, exigente, parece não se importar com o trabalho que dá para ela. Ele desenvolveu uma tendencia a não querer comer o que ela prepara, fato que pode deixa-lo mais debilitado que já é. Isso cria uma frustração enorme nela, que depois de preparar pratos e mais pratos para ele, ele não come, diz que poderia ter os feito melhor, ou que quer outra coisa. Não tem muito haver com sentimento de inferioridade, embora essa senhora tenha muito me feito me sentir inferior pela minha vida, mas o que eu tive que aprender para lidar com isso, eu lhe passei. Pelo menos comigo isso funciona:
Eu disse para ela que quando ela preparasse um prato para o velho, os vários pratos, mesmo que ele não comece e dissesse estarem ruins, que ela deveria olhar para os pratos e sentir quanto trabalho bom ela havia feito, quão gostosos eram aqueles pratos, ficar orgulhosa de ser a melhor esposa do mundo, mesmo que ele não reconheça isso. Ser capaz de sentir que o que fez foi bom e se sentir bem pelo que faz e não pelo reconhecimento recebido.
Obrigado por comentar!
Este, inclusive, é um excelente tema: “Ser capaz de sentir que o que fez foi bom e se sentir bem pelo que faz e não pelo reconhecimento recebido”.
Bom dia!
E quando a gente começa a se comparar com amigas “dele”? Todas muito lindas, corpos perfeitos e você acima do peso, cheia de neurose? Como controlar essa insegurança? Parar de ficar checando o que ele comenta nas fotos delas e etc?
Olá Annak!
Bem, cada um avalia o mundo de uma determinada forma. O chamado ideal de beleza é uma ilusão porque a beleza é sempre uma avaliação individual. Se o seu namorado (?) está com você é porque ele te deseja como é.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Parabéns pela postagem foi a mais clara, direta e precisa que eu já encontrei até agora!!
Texto excelente, Felipe. Parabéns!!!
Olá Professor Felipe de Souza,
Como vai?
Faz um tempo que recebo em meus e-mails suas publicações, mas confesso que havia muito tempo que eu não as lias, hoje foi um dia diferente e resolvi ler. curti sua perspectiva diante vários assuntos do cotidiano, mas um em especial me chamou a atenção, uma moça comentou sobre sua forma assertiva de transmitir suas ideias , sempre acho que quem tem esta facilidade de persuasão leve tem o que desejar, falar sobre suas ideias sem desrespeitar as ideias dos outros e assim fazer o que respeitem as suas, isso é sensacional. Você conseguiu depois de um tempo de experiências ou sempre teve esta facilidade, se não teve o que você buscou para melhorar?
Tenho interesse em saber sobre assertividade, pois eu tenho muita dificuldade em fazer as pessoas me ouvirem, no meio profissional, inclusive, preciso repetir o que falei, isso me traz muita raiva e vergonha, portanto eu me isolo e evito contatos, mesmo sabendo que minha atitude não ajuda em nada, aliás, só atrapalha .Tenho total certeza de que tenho complexos de inferioridade e que minha insegurança faz com que minhas habilidades não sejam percebidas.
Me fala ai, você nasceu com esta habilidade e foi se aperfeiçoando ou aprendeu diante situações que te”cobrou” ser assertivo?
Oi Day,
Estamos sempre aprendendo. Ajuda muito fazer terapia, ler livros sobre e fazer cursos de comunicação também. Falar é um comportamento considerado “natural”, mas não é. Temos que aprender, rsrs.
Abraços