Olá amigos!
Eu li essa pergunta em um texto sobre Psicologia Positiva e achei uma pergunta fantástica. Pare por alguns momentos e reflita – antes de ler o texto – sobre o que você estará fazendo daqui a 10 anos, se tudo der certo?
“Tudo dar certo” aqui quer dizer que todos os fatores externos, que poderiam ser obstáculos não existirão ou poderão ser superados. Portanto, aonde você estará e o que você estará fazendo se tudo ocorrer sempre levando em conta a melhor das possibilidades?
Se você ainda não parou por uns momentos e refletiu profundamente sobre a pergunta, faço-a agora. E continue lendo o texto depois de ter refletido, ok?
A pergunta e a resposta
A forma como esta pergunta foi construída é muito interessante e, por isso, me chamou a atenção imediatamente. Em primeiro lugar, ela já traz que é possível realizar os próprios objetivos e, ao mesmo tempo, de maneira implícita, ela parece trazer também o que queremos. Afinal, para que tudo dê certo, nós temos que ter uma certa concepção do que é dar certo, não é mesmo?
Por exemplo, imagine um casal que esteja querendo ter um filho, mas por um problema ou outro, a gravidez não acontece. Refletindo sobre a pergunta, a resposta será que o filho ou filha – daqui a 10 anos – será uma criança saudável e esperta. Poderá ter 9 ou 5 anos, dependendo do tempo que a gravidez acontecer, mas o objetivo será realizado. O casal poderá responder então: “Eu tenho um filho(a) e tudo está bem”.
Ora, ao responder a pergunta, vamos ver que aí vai estar o objetivo que está sendo buscado no momento. Imaginando a cena “Eu tenho um filho(a) e tudo está bem”, o casal poderá ficar ainda mais motivado para buscar alternativas para conseguir que tudo se encaminhe conforme a imagem, ou seja, poderá buscar alternativas para a concepção, fazer mais exames clínicos, procurar outros médicos, etc.
Outra pessoa, que quer passar em um concurso público, também se imaginará trabalhando, na vaga que escolheu como carreira. E de forma idêntica ao casal, conseguirá se ver claramente aonde quer estar. Para tanto, a sua motivação vai crescer e fazer com que as dificuldades no percurso sejam pequenas.
E, outra pessoa, ainda, poderá pensar que encontrou o grande amor da sua vida e que a relação vai a mil maravilhas.
O que é curioso é que a pergunta, portanto, tem as seguintes consequências:
– Faz ver o que queremos realizar;
– Coloca o que queremos realizar no longo prazo como possível, pois já coloca como realizado. Uma pessoa que quer comprar uma casa, analisando que – se tudo der certo – em 10 anos ou menos ela conseguirá estar na casa dos seus sonhos, verá que o sonho pode deixar de ser um sonho e tornar-se realidade.
– Ao mostrar o que queremos realizar e ao colocar que podemos realizar, a pergunta também nos motiva a fazer o que for preciso para a realização do que queremos. A pessoa que quer comprar sua casa, passará a fazer mais pela realização do seu sonhos, pesquisando opções para a compra, poupando e investindo ou trabalhando mais para que tudo se encaminhe conforme o plano.
– Então, a pergunta deixa implícito que o queremos depende de nós mesmos. É como se a pergunta trouxesse a ideia: o que eu posso fazer para atingir os meus objetivos?
Esta consequência é especialmente relevante porque traz a ideia de que não podemos nos justificar pelo que acontece fora. Se tudo vai dar certo, o que acontece fora não vai ser uma desculpa. Em outras palavras, a pergunta retira a possibilidade de se justificar ou de dar desculpas por fatos que são alheios e fora do nosso controle.
Afinal, quando somos bem sucedidos colocamos a responsabilidade do sucesso nos nossos atos e quando fracassamos tendemos a atribuir a culpa aos outros ou às circunstâncias. Assim, quem não passou em um concurso público pode dizer que a prova não foi bem elaborada. Mas se passar, dirá que tinha estudado muito e por isso tinha passado.
De modo que a pergunta retira o lado negativo, de jogar a culpa e o erro no que está fora de nós, e coloca que o que pudermos fazer para sermos bem sucedidos no nosso desejo encontra-se dentro e acontece a partir dos esforços próprios.
– Outra consequência que pode aparecer ao refletir sobre a pergunta é que podemos ver que muito do que queremos já pode estar disponível. Por exemplo, podemos estar saudáveis, podemos ter grandes amigos, morar na cidade que gostaríamos de morar daqui a 10 anos, estar em um bom relacionamento ou ter um excelente emprego.
Claro que algumas destas áreas da vida talvez não estejam perfeitas. É até plausível que muitos destas áreas precisem de ajustes, melhorias ou precisem mudar realmente. Entretanto, ao avaliar o que vai dar certo daqui a 10 anos, nos situamos em um tipo de emoção extremamente agradável.
É como se disséssemos: “Olha, daqui a 10 anos tudo vai dar certo. Tudo que queremos e precisamos vai ser realizado. Pode ficar tranquilo, pode ficar em paz, que tudo dará certo”. Com este pensamento, como não criar um sentimento de alegria, de contentamento, de agradecimento.
Creio que é a partir destes sentimentos que a ideia que o presente também tem suas vantagens e sucessos, a partir da comparação do que será e do que é. Se o que será, será maravilhoso. O que é, também é, embora não totalmente conforme os nossos planos. Entretanto, até lá, se tudo vai dar certo, vamos conseguir.
A pergunta que deveria continuar é: O que você vai fazer para que tudo dê certo?
Oi, Felipe! Faz tempo que não comento, mas sempre leio seus textos. Ao refletir sobre a pergunta, sorri e sorri muito!!! Estarei ainda mais feliz, conseguindo realizar meus objetivos e superando os percalços que aparecem no caminho… porque eles aparecem mesmo e o importante é transpassá-los e seguir em frente, talvez mudando um pouco a rota, mas nunca desistindo. Abraço!
Olá Ana, obrigado por comentar!
Então! A sensação que você teve é idêntica a que eu tive ao ler a pergunta. Por isso, fiquei tão empolgado em compartilhar! Não há como não sorrir, não é mesmo?
Atenciosamente
Felipe de Souza
Olá, Felipe! Já tem um tempinho que li esse texto, não lembro exatamente qual foi a minha reação, mas com certeza não foi a mesma que tive hoje ao ler novamente. Que sensação maravilhosa estou tendo agora, estou rindo muito, me sentindo realizada… Ótimo exercício esse, eu sempre tive muita dificuldade em imaginar o futuro, justamente por sempre pensar nos pontos negativos, nas coisas que poderiam atrapalhar e terminava desistindo de imaginar… Mas e se tudo der certo? Sei que empecilhos irão aparecer, mas pensar no “se tudo der certo” dá animo para continuar. Obrigada por compartilhar isso conosco.
Seu site é maravilhoso, já tenho bastante tempo acompanhando, inclusive através dele que escolhi qual faculdade cursar, estou cada dia mais apaixonada pela psicologia. Mais uma vez, obrigada!