Olá amigos!
Priscila é uma jovem e bonita mulher que acaba de fazer quarenta anos. Aos vinte anos, começou a faculdade de seus sonhos. Depois de um ano de faculdade, descobriu que a faculdade com que tanto tinha sonhado não era o que queria fazer na vida. Com medo de decepcionar os pais, que tinham investido tanto, decidiu engolir o seu sofrimento e ir empurrando a faculdade do jeito que desse. Os anos foram passando e cada vez foi ficando mais sofrido ter que esconder o seu descontentamento. Após cinco anos, estava formada em uma faculdade que lhe dava uma profissão indesejada.
Como uma bola de neve, sentia agora que tinha que tentar trabalhar na área. Afinal, os seus pais tinham investido cinco anos, com muito sacrifício, para que a graduação fosse concluída. Como ela poderia dizer que estava infeliz? Como ela poderia dizer que desde o começo não queria seguir por aquele caminho profissional? Ela foi se fechando cada vez mais…
Tentou trabalhar em uma outra cidade, maior, mais populosa, a fim de ser bem sucedida na carreira. Não aguentou seis meses e teve que abrir o seu coração. A primeira reação da família foi de espanto, já que tudo parecia estar indo bem. A segunda reação foi: “Porque você não nos avisou logo no primeiro ano de faculdade e começou uma outra faculdade?”
Nos anos seguinte, continuou perdida. Para recuperar o apreço dos pais, tentou ganhar dinheiro de formas variadas. Não era a sua praia como era a praia de seu pai, um bem sucedido empresário. Com trinta anos, foi para o lado totalmente oposto: renunciou à materialidade e uniu-se a um grupo místico, disposta a vivenciar a espiritualidade. Aos quarenta, estava sem profissão, sem nada que tivesse sido adquirido com o seu próprio esforço, sem filhos e apesar da beleza e inteligência, estava frustada consigo mesma.
Esta é uma história fictícia. Patrícia é apenas uma personagem inventada por mim. Mas esta mesma história, com detalhes apenas um pouco diferentes, acontece por todo o mundo, com jovens de faixas etárias, classes sociais e é independente do gênero, ou seja, homens e mulheres vivenciam igualmente a angústia de escolher o rumo profissional.
Porque é tão difícil escolher a carreira certa?
Vamos simplificar. Na Orientação Profissional – área da psicologia que ajuda na escolha da faculdade, pós-graduação, profissão ou carreira e auxilia em mudanças no caminho – temos centenas de fatores que intervém e podem afetar as decisões.
No caso de Priscila, encontramos alguns erros muito comuns:
– a faculdade dos sonhos não é a faculdade dos sonhos: não houve uma pesquisa aprofundada sobre o que se estudava no curso, nem houve uma pesquisa detalhada sobre como era a atuação profissional depois da formação;
– a influência dos pais: no caso de Priscila, ela decidiu – por conta própria – a não abandonar a faculdade, com medo de perder o apreço dos pais, o seu amor. Em outros casos, a influência dos pais é mais direta, quer dizer, o pai ou a mãe escolhe pelo filho ou filha e não deixa que ele tome a decisão por si mesmo.
Além destes dois erros básicos, que estão presentes na nossa história, muitos outros erros acontecem neste processo de escolha sem nenhum orientação psicológica.
Para explicar, de forma simples, o porquê da dificuldade de escolher a carreira certa, vamos pensar nos dois lados da questão:
Conhecer a si mesmo X Conhecer a faculdade/profissão/carreira
Eu coloquei faculdade/profissão/carreira porque em muitos casos não se trata da dúvida no vestibular. Às vezes é a dúvida sobre qual pós-graduação é melhor, às vezes é qual o melhor curso técnico, às vezes é a dificuldade de escolher qual nicho de mercado. Enfim, embora a dúvida possa diferir, nós temos apenas dois pólos que importam:
Sujeito – Carreira
Se o sujeito se conhece, conhece suas habilidades e dificuldades, gostos e desgostos ficará muito mais fácil escolher o que quer, não é mesmo?
Mas se o sujeito se conhece, mas não conhece direito a carreira, poderá fazer como Priscila e escolher uma faculdade que não tem nada a ver com o que pensava. Pode também acontecer o inverso: a pessoa conhece a fundo a carreira sonhada, mas não sabe que não tem nenhuma aptidão para trabalhar com aquilo em seu dia-a-dia.
Conseguem ver como se trata sempre de um dos pólos? Ou é a falta de conhecimento de si que atrapalha ou é a falta de conhecimento da carreira.
Uma pessoa que consegue se realizar profissionalmente consegue se conhecer (ao menos na área profissional) e sabe que caminho quer trilhar, que cursos deve fazer, com quem quer trabalhar e conviver, de forma tem que se esforçar e por aí vai. É extremamente simples saber o que fazer para se realizar profissionalmente. Porém, o difícil é:
Primeiro, conhecer a si mesmo. Não saber quem se é não é um privilégio de adolescentes revoltados. Muitos adultos começam a se descobrir apenas depois dos quarenta, momento no qual também procuram a Orientação Profissional para a mudança de carreira.
Segundo, romper a visão ilusória do sonho não é fácil. Pode parecer lindo ser médico e fazer cirurgias e salvar vidas ou ser um juiz em um tribunal ou atender crianças com câncer em um hospital. Porém, antes de trabalhar é preciso estudar. Será que o estudo será adequado para o seu perfil psicológico? Será que você conseguirá se levantar todas as manhãs, com motivação e cumprir a sua rotina de trabalho por muitos anos?
Terceiro, conseguir unir a personalidade e a profissão. Muitas pessoas sabem quem são até um ponto razoável. Sabem muito bem das dez melhores carreiras para o seu próprio perfil. Mas como unir uma coisa com outra? Como escolher entre tantas possibilidades?
Conclusão
Para concluir, eu gostaria de citar um pouco de minha história. Como sou introvertido, passei a minha adolescência em um profundo processo de autoconhecimento. Aos 17, já sabia o suficiente para escolher uma profissão próxima da minha personalidade. Pesquisei centenas de faculdades e fiquei em dúvida entre nove! Imagine, como escolher entre nove profissões?
Foi então que fiz orientação profissional e a excelente psicóloga conseguiu me ajudar a diminuir a lista de nove para duas profissões. (Todas as outras sete passaram a ser um interesse de estudos, aqui e ali um hobby).
Deixei a segunda e última opção de lado ao descobrir que faria jornalismo para escrever, mas escrever – como faço aqui no site – não é uma tarefa restrita a quem tem uma graduação em comunicação. Pronto, a psicologia foi a escolha. Mas depois de mais de dez anos de formado, voltei a fazer terapia e Coaching. Porque?
Bem, porque a psicologia é uma área muito ampla e um dos meus interesses, a área acadêmica, é uma grande possibilidade de atuação. Como vocês sabem estou fazendo doutorado e com a conclusão poderei dar aulas em faculdades, pós-graduações e mestrados. Assim, depois de ter feito a Orientação Profissional aos 17, voltei a investigar uma dúvida que estava presente há cerca de um ano.
Lembrando do esquema:
Sujeito – Carreira
A dúvida era: será que a carreira (acadêmica) é uma boa opção para mim?
Estava dúvida surgiu muitos anos depois do vestibular. Neste meio tempo, muita coisa mudou, eu mudei. Como gosto de estudar fui estudando e quase sem perceber tenho já uma das maiores titulações oferecidas em nível acadêmico. E uma dúvida que nunca tinha tido começou a aparecer: e se eu investir meus esforços para ser não só um psicólogo clínico mas também um professor universitário?
O que eu quero mostrar com o meu exemplo pessoal é: a Orientação Profissional com um profissional da psicologia pode ser rápida, em poucas sessões. Mas vai evitar os erros vistos na história da Priscila.
Além disso, com meu exemplo pessoal, gostaria de mostrar que com o tempo podem surgir dúvidas na carreira que não estavam presentes lá no começo. Com isto, é muito mais fácil, rápido e barato buscar ajuda (no meu caso, voltei a fazer terapia e Coaching) para acelerar o processo e decidir logo. Afinal, não temos todo o tempo do mundo e quanto mais rápido tivermos escolhido, melhor poderemos nos preparar!
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Dúvidas, sugestões e comentários, por favor, escreva abaixo!
Olá, você faz teste vocacional? Tenho algumas duvidas sobre a real profissão que quero seguir !
Olá Izabela!
Excelente a sua pergunta!
Sim, eu faço a aplicação de testes psicológicos na Orientação Profissional Online (você também encontrará outros profissionais que aplicam testes em sua cidade ou cidades próximas caso prefira presencial).
Porém, gostaria de deixar já claro aqui – e falarei mais sobre o tema em um próximo texto – que é o teste psicológico (profissional ou vocacional) é apenas um dos instrumentos da Orientação Profissional. Ou seja, um teste apenas não vai te dar certeza absoluta sobre o caminho a seguir, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
A escolha da profissao e uma qestao muito seria.Ja q nossa vida e bem curtinha, a gente qer aproveitar da melhor maneira possivel. A medida q nos apressamos em decidirmos; nos preocupamos com a dicisao q mudarar o resto de nossas vidas: Tanto pra veneracao, como pra condenacao. Tu do fica mais delicado quando se tem baixo poder aquisitivo, por conta de certos riscos q poderar comprometer a manutencao da vida.
Olá Domingos,
Entendo o seu ponto de vista.
Mas gosto muito do pensamento que diz o seguinte: quem não tem condições financeiras, aí é que deve procurar estudar. Hoje em dia, também, existem muitas alternativas como o Prouni, Fies e faculdades online.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Dr. Felipe! Estou passando por essa situação, com algumas diferenças, é claro rs. Uma delas é de que, o curso que iniciei, não era meu o meu sonho. Já comecei completamente perdida, sem ter a certeza se era realmente aquilo que queria fazer. Terminei o ensino médio com uns 5 cursos em mente. Foi um correria pra escolher e fazer o vestibular! Fiz, passei e comecei a estudar Odontologia. No começo até que gostei, mas, ainda me sentia deslocada… fui levando, cheguei a me identificar com algumas matérias, mas não havia o amor, o encanto, o prazer. Os períodos foram passando, cada vez mais fui perdendo a vontade de estar na aulas e cada dia que passava tudo virava um enorme FARDO… os professores, as clínicas, as provas, TUDO! Foi um tremendo pesadelo! Tinha dias que eu chorava a cantaros, rs! Até que, no quarto período, resolvi chutar o pau da barraca e abandonar o curso. Meus pais quiseram me matar e eles foram o maior motivo de eu ter atrasado a desistência, mas, finalmente, FINALMENTE estou livre daquele pesar!
Amo interagir com pessoas, gosto de cuidar e ouvir… isso me faz bem! Na grade de Odonto, havia Psicologia (como uma matéria propriamente dita, mas bem limitada) e Farmacologia (que abordava em alguns casos clínicos, pacientes que tinham algum tipo de trauma psicológico relacionado a tratamentos odontológicos e com isso, em alguns casos, poderia haver o uso de alguma droga. Era bem restrito a Farmacologia) que me fascinaram! Amava ouvir e assistir à essas aulas, achava tudo muito interessante! Logo, surgiu o desejo de cursar Psicologia, rs! Ainda estou na dúvida, mas considero uma grande hipótese!!! Antes da decisão, procurarei um Psicologo para me “ajudar” neste descobrimento e procurarei saber um pouco mais sobre as Psicologias.
Sabe, tudo foi muito doloroso, a frustração dói, machuca, traz angustias, remorsos… mas, disso tudo tira-se uma lição e eu tirei a minha. Hoje, apesar de algumas dúvidas, sei um pouco mais sobre mim, me descobri e isso é fantástico!
Encontrei seu site procurando por livros relacionados á Psicologia e cá estou eu, rs!
Sucesso pra ti e parabéns pelo site!
Olá Thaiane!
Obrigado por compartilhar conosco a sua história. Realmente, faz parte errar, mas o mais importante é aprender com os erros.
Sugiro que você faça mesmo a Orientação Profissional, seja online ou presencial, para lhe ajudar a tomar a decisão com mais segurança, ok?
Grande Abraço!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Bom dia, Felipe!
Estou fazendo psicologia e a área acadêmica me interessa. Depois da faculdade de psico, o que mais preciso ter para ter a possibilidade de ministrar aulas em universidades?
Obrigada!!
Olá Stephannie,
Bem, podemos dividir o caminho em 2 direções: universidades particulares e universidades públicas.
Para as universidades particulares é bom ter contatos com outros professores ou gestores. Em geral, podem aceitar graduandos ou pós-graduandos (no nível da especialização).
Já para as universidades públicas são abertos concursos que exigem normalmente doutorado. Se não há doutores concorrendo, eles podem reabrir o edital para mestres. Assim, o caminho para a universidade pública é fazer mestrado e doutorado (e talvez pós-doutorado).
Veja o nosso texto sobre pós-graduações
Atenciosamente,
Felipe de Souza