Olá amigos!
A Psicologia Organizacional e a área de Recursos Humanos possuem um pensamento central, que quase podemos chamar de axioma: cada vaga deve ser ocupada por um perfil psicológico. Fica para futuras discussões saber o que é perfil psicológico e como analisar, medir ou testar o perfil de uma pessoa para saber se ela é adequada ou não para ser contratada, mas será que algum dia poderemos superar este pensamento? Ou temos que compreender logo que cada um é melhor em uma atividade e pronto?
Bem, este é um texto de reflexão e, por isso, deve ser lido como uma reflexão e um estímulo para se pensar sobre este assunto. Não quero ser o dono da verdade, comentários ao final são sempre bem vindos. Para escrever, vou utilizar meus conhecimentos de uma passagem que tive como Analista de Recursos Humanos, minha experiência como psicólogo clínico (desde 2006) e online (desde 2010) e, também, do outro lado, quer dizer, das minhas próprias dúvidas e questionamentos.
Em que você é melhor?
Há um tempo atrás eu escrevi este texto – Trabalhe 4 horas por semana, Resenha Completa. Neste livro, o autor, Timothy Ferris diz o mesmo que estou pensando de recomendar aqui: encontre algo que você faz muito bem, algo no qual você é excelente, e vá fundo. Invista e persevere.
O argumento é semelhante ao do RH (um perfil, uma vaga), porém, com um adendo: se você fizer aquilo que faz bem, se você der o melhor de si, você conseguirá ser bem sucedido. Fazer o contrário, se esforçar até a exaustão em algo que simplesmente não é a sua praia é perda de tempo. Por trás, podemos imaginar a ideia de que tentar sair de seu próprio perfil seria fingimento.
Princípio equivalente encontramos na República de Platão, no Mito de Er. Embora utilize o argumento reencarnacionista e descreva que cada um escolheu antes de nascer o seu próprio perfil, não podemos deixar de notar que a ideia é idêntica.
O que você acha disso?
Uma pessoa muito querida e próxima à mim sempre diz: “Concorda ou Disconcorda?” e avaliando tudo o que aprendi nestes mais de oito anos como psicólogo, diria que concordo em parte e “disconcordo” em parte.
Imagino que seja possível fingir, por necessidade ou curiosidade, um perfil que não temos. Eu já fingi por curiosidade, a fim de experimentar uma atividade profissional distante de quem sou. Deu certo por pouco tempo, mas desde o começo sabia que não daria certo no longo prazo. Me fez bem ter tentando, apesar de que resta a dúvida se não teria sido melhor aproveitar o tempo de outro modo…
Quer dizer, eu sei que podemos sair um pouco do nosso centro, do nosso perfil. Muitos conseguem até se aposentar, não sem sofrimento diário. Em poucas palavras: é possível sair do que você faria melhor e tentar fazer algo totalmente diferente. Em geral, o resultado não será satisfatório e é provável que em até dois anos, haja desistência. Mas, como disse, alguns conseguem superar a infelicidade cotidiana (penso que não totalmente) na medida ideal para continuar. O que me parece masoquismo.
O que é importante aqui é o fato de que o projeto de fazer algo que extrapole o seu próprio perfil provavelmente não terá força o suficiente para sobreviver no longo prazo. Aliás, este é uma dos mais fortes critérios que utilizamos em Orientação Profissional: esta escolha terá consistência com seu modo de ser, terá a autenticidade necessária para ser longeva?
Um fechamento aberto
Há alguns dias atrás estava com minha filha, passeando pelo Parque das Águas, aqui na minha querida São Lourenço, e encontrei um livro muito interessante do Gibran. Se você não conhece Kalil Gibran, recomendo que conheça. Neste livro, intitulado “A sabedoria de Gibran”, encontrei este pensamento:
“É errado pensar que o amor resulta de longo convívio e perseverante namoro. O amor é o produto da afinidade espiritual e, se essa afinidade não for criada num momento, não o será em anos e mesmo em gerações”.
Penso que o mesmo é válido para o amor ao trabalho…
Leia também – É possível ter sucesso em qualquer área?
Bom Dia, iniciarei a faculdade de Psicologia este ano e independente disso concordo plenamente com o texto, trabalhei por 2 anos e 11 meses como Auxiliar de Vendas mas praticamente desde o começo eu não gostava e fui deixando para “tentar gostar” mesmo sabendo que não iria acontecer e para ter experiência. Dei o máximo de mim nessa empresa a qual devo meus conhecimentos profissionais. Algumas pessoas me perguntam se não estou equivocada com relação a faculdade de Psicologia pelo fato de trabalhar com pessoas sendo que eu não gostava de trabalhar diretamente com o público mas a diferença é que eu não gosto de Vendas e da forma como tinha que fazer nessa empresa e gosto sim de estar com as pessoas mas de outras formas sou atenciosa, gosto de poder ajudá-las, sou prestativa, não gosto de injustiças procuro fazer um balanço das coisas que e acontecem e com o pouco que tenho de experiência ajudar os outros. Quero fazer Psicologia, irei fazer e acredito que o que eu faço de melhor é poder ajudar.
Estou sendo impactado com tanta coerência,inteligencia em que você aborta temas tão importante. estou muito feliz porque descobrir seu site e posso crescer um pouco mais neste longa estrada que é a psicologia e confesso que é o meu maior desafio.
Olá Ivanise,
Obrigado por compartilhar a sua experiência conosco.
Encontrar o nosso érgon, a nossa “missão de vida” é muito importante. E é também verdade que geralmente não é algo específico. Como você muito bem notou “ajudar” é amplo e – neste sentido – poderia ser utilizado em muitas áreas. Quer dizer, por ser útil na psicologia mas também em outras atividades extra, não é mesmo?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Liliane!
Obrigado!
Fico muito feliz com a sua avaliação!
Tenho descoberto cada vez mais que escrever é uma das atividades que faço melhor, rsrs.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Estou passando exatamente por isso, estudo e trabalho na área ambiental e no meio disso tudo tenho que estudar para o Enem e tantos outros vestibulares, porque no fundo eu sei que é a psicologia que eu amo verdadeiramente e é por ela que vou lutar!
Obrigado Felipe, pelo seus belíssimos textos, eles têm me motivado ainda mais!
Atenciosamente,
Thalía Machado.
Ter encontrado e lido seu texto, me fez repensar sobre mim…sobre o que sei fazer de melhor. Jamais tinha me feito essa pergunta!!! Pode acreditar, não encontrei uma determinada coisa, mas..três!!! Obrigada! Me ajudou muito. Vou colocar em ação! Parabéns pela forma que escreve!!! …A leitura é deliciosa!!! sem rodeios e que muito acrescenta…
Olá Thalía!
Fico feliz que os textos estejam lhe motivando!
É sempre um prazer ver seus comentários por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Lurdinha!
Obrigado pelos elogios!
Talvez seja útil para ti, então, este texto – A importância de ter um hobby – para definir a relação das três coisas em que você é excelente.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, adoro vir “passear” aqui no seu site, admiro a forma como você escreve, assuntos tão interessantes, e com uma linguagem simples, que faz com que quem está lendo se prenda a leitura, o que a torna tão prazerosa.
Este texto foi um estimulo pra mim, só me reforçou a ideia de que devo, fazer o que eu realmente gosto. Pois ate então o mercado de trabalho e a remuneração, estava fazendo com que eu pensasse em deixar de cursar aquilo que eu realmente amo, que é ajudar as pessoas, e me sentir nessa vida.
Irei ler o livro “A sabedoria de Gibran”, que você recomendou.
Obrigada por sempre postar! Grande abraço =)
Olá Poliana,
Obrigado querida!
Sempre gostei de escrever e por isso seu elogio me motiva muito a continuar! =)
Na escolha de uma profissão, é sempre importante considerar três fatores:
Veja o texto – Dinheiro, rotina e missão de vida
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Eu acredito q realmente o amor e diagnosticado por uma sensacao principiana, e q e perfeitamente comparavel com escolhas profissionais. Nesse contexto podemos comparar o dinheiro abundante de algumas profissoes com a aparencia fisica ou suposta qualidade de alguem. Isso justifica alguem preferir um (a) parceiro(a) menos provido de beleza ou condicao financeira.
Olá Domingos,
Obrigado por expor sua opinião!
Atenciosamente,
Felipe de Souza