Olá amigos!
Aqui em nosso site temos falado muito sobre os temas da escolha profissional, dicas para uma carreira bem sucedida, melhores faculdades e pós-graduações. Neste texto, ligado a todos estes temas, gostaria de compartilhar algumas ideias a respeito da importância de termos um ou mais hobbies.
O que é um hobby?
Hobby no singular e hobbies no plural significa uma ou mais atividades que são praticadas por prazer, por diversão, em nosso tempo livre e que podem – ou não – se converter em uma fonte de renda, uma fonte de ganhos financeiros.
Eu cresci em meio à biblioteca do meio pai e nela havia uma Coleção sobre Hobbies: marcenaria, pintura, escultura, elétrica. Lembro de achar esta palavra engraçada e só mais tarde vim a compreender o seu significado. Não só por ser uma palavra estrangeira, mas porque para uma criança que sentido há na distinção entre trabalho e hobby? De certo modo, a infância é o momento em que temos tempo para “atividades que são praticadas por prazer”, não é mesmo?
A importância de ter um hobby
Eu diria que, além da definição acima, um hobby é uma atividade que é praticada com constância e com dedicação. Uma atividade que nos instiga, que nos dá contentamento, mas para a qual nós temos que nos esforçar também. Não é só o prazer pelo prazer. Por isso, pela dedicação e constância, muitos hobbies acabam se tornando uma profissão, ou seja, tomam o lugar da função antes principal, seja um emprego ou negócio, na medida em que podem também trazer dinheiro.
Mas a importância de ter um hobby não é apenas por poder tomar o lugar da carreira anterior ou por poder ajudar na renda mensal, a importância de ter um hobby consiste no fato de que em um hobby podemos exercer atividades, competências e talentos que não cabem em nossa função principal.
Como exemplo, podemos imaginar um médico cirurgião que pinta quadros ou toca oboé, ou um engenheiro que dá aulas de matemática para crianças no final de semana, ou um jornalista faixa preta em Karatê. Enfim, é possível imaginar e observar próximos a nós combinações infinitas de uma profissão e um hobby.
É curioso observar que as artes e as licenciaturas são normalmente pensadas como hobbies dada a desvalorização social. Se o filho diz que quer ser músico, será desencorajado pelos pais (muito provavelmente). Por isso, é normal vermos profissionais que tem a música como hobby, ou seja, um engenheiro de telecomunicações que toca guitarra e é menos comum vermos o inverso, um guitarrista que tem a engenharia como hobby. A questão não é tanto o que se pode ganhar em cada área, afinal um músico pode ganhar mais do que um engenheiro, é a valorização ou desvalorização social.
De modo que ter e manter um hobby – paralelo a nossa carreira principal – permite-nos desenvolver habilidades, manter ativa uma área de funcionamento da nossa personalidade que talvez, simplesmente, não caiba na profissão escolhida.
Não sei se todos concordam com este pensamento, mas digo que ao saber que poderia continuar tendo atividades paralelas à psicologia tive certeza ao escolher psicologia. Pode parecer paradoxal colocar deste modo, mas ter à disponibilidade funções além da profissão, faz com que não tenham o sentimento de que estamos abandonando algo que amamos.
Como já mencionei em outros artigos, sempre gostei das Letras: de literatura, de línguas estrangeiras, de português, de redação. Próximo à ideia de gostar de escrever estava o jornalismo. Pensar em abandonar estas duas grandes áreas de interesse era um problema até que a minha psicóloga da Orientação Profissional disse que eu não teria que abandonar nenhuma das duas. A dúvida era apenas qual seria, digamos, “a principal”.
Ou seja, poderia ter escolhido letras e ter tido como hobbies a psicologia e o jornalismo. Ou poderia ser hoje jornalista e ter como hobby, a letras e a psicologia. Obviamente, escolhi a psicologia e hoje sou psicólogo, com mestrado em Letras e um site com mais de 500 textos escritos por mim. E é curioso como no jornalismo eu queria exatamente o que eu tenho aqui no psicologiamsn – um espaço, uma coluna, um editoral para escrever sobre o que quisesse. Claro que o tema principal ainda é a psicologia, mas posso falar sobre assuntos afins.
Quantos hobbies podemos ter?
Bem, não existe uma resposta certa para esta pergunta. Eu diria que poderiam ser um ou dez, quatro ou nove e não estaria dizendo ou acrescentando nada. A quantidade de hobbies depende dos seus interesses. Embora possamos encontrar pessoas que parecem não ter interesse algum, prazer em nenhuma atividade extra, é provável que cada um tenha ao menos uma área a mais que curta. Pode ser um esporte, como futebol, ou uma arte como o cinema ou um talento como cozinhar.
O ideal é reconhecer o quanto antes o que gostamos e não deixar o tempo passar, ou seja, cultivar com carinho e dispender tempo com o intuito de ser excelente naquilo que gostamos, embora possa continuar sendo um hobby, uma atividade paralela, e ainda que possa dar algum retorno financeiro.
Além da Letras e do Jornalismo (de escrever) eu sempre gostei de tecnologia. Se fosse uns dez anos mais novo, teria mais uma carreira para ter dúvidas, a área de ciência da computação. Bem, e o que consegui fazer com este novo hobby? Bem, tenho alguns sites sobre temas diversos!
Conclusão
Bem, neste texto quis mostrar apenas como podemos encontrar formas criativas para utilizar nossos hobbies e ligá-los. Evidentemente que os hobbies não precisam estar necessariamente ligados. Às vezes é até melhor que eles sejam separados em compartimentos estanques.
Há pouco eu participei de uma entrevista na TV São Judas Tadeu em São Paulo e falávamos sobre a questão – Ganhar Dinheiro ou Fazer o que se gosta? É uma excelente pergunta, mas como aprendemos na análise do discurso, a forma como a pergunta é construída é capciosa. Primeiro, por excluir a possibilidade de ganhar dinheiro fazendo o que se gosta e, segundo, por deixar implícito que não podemos fazer os dois, ou seja, caso não seja possível reunir as duas possibilidades, a pergunta sugere que tenhamos que escolher entre uma ou outra alternativa. Ora, porque não podemos ter uma carreira e um hobby, ou vários? Porque não ganhar dinheiro fazendo o que se gosta e continuar gostando do que se faz fora do trabalho, em outras atividades?
Paro por aqui. Críticas, sugestões, comentários, elogios serão bem vindos nos comentários!
Admiro os psicólogos seus textos são de enorme ajuda para termos um bom equilíbrio.Parabéns por seu bom trabalho.Abraço do marinho
Olá Marinho!
Obrigado! Fico muito feliz que esteja gostando dos textos!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Sensacional!
Olá Zarak,
Fico muito feliz com seu feedback!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Dr. Felipe, cada vez que paro para ler os seus textos,
muitas duvidas se esclarecem. Me identifiquei muito com o texto, a ponto de meus
olhos se encherem d’agua… (o trecho sobre escolher ser musico, realmente acontece);
as vezes, penso em continuar a me dedicar a musica (só que agora como hobby) e partir de vez para a psicologia. Mas sempre vem o sentimento chato… não sei descrever, mas é mais ou menos a sensação de abandono.
Porem, depois de ler o texto, vi que não é bem assim! E o final do seu texto ja diz e esclarece tudo: ” Ora, porque não podemos ter uma carreira e um hobby, ou vários? Porque não ganhar dinheiro fazendo o que se gosta e continuar gostando do que se faz fora do trabalho, em outras atividades?”.
:)
Olá Mellanie,
Sempre vivi rodeado de música e de músicos. Eu mesmo pensava quando era adolescente em ter uma banda e viver de música.
Infelizmente, não tenho tanto talento nesta área como amigos meus que são geniais. Alguns seguiram a música (poucos) e outros tem a música como hobby. Por isso, este exemplo também é tão caro para mim!
Existe um livro muito interessante, chamado O Ócio Criativo. Dê uma olhada Mellanie! A tendência para este século é termos cada vez mais tempo livre e com isto outras perspectivas com relação ao trabalho e aos hobbies.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe, muito boa a sua sugestão de leitura para mim. Primeiro gostaria de dizer que agora entendo a facilidade e fluência com as palavras, é sua veia jornalística atuando. Seus textos são sempre muito bons, e transmitem uma certa paz, aquela sensação de: “calma, não é só você que tem esses conflitos, tá vendo! e também a sensação de: “olha aí as respostas existem e às vezes nem são tão complicadas assim”. Aí já é o teu lado psicólogo maravilhoso atuando. Eu me identifiquei bastante com teu texto. Assim como você, atualmente estou cursando doutorado em uma carreira que escolhi, que além de trabalho é um hobby: sou bióloga marinha! Sempre amei o mar, vejo o mar todos os dias, preciso do mar, do cheiro do mar, da beleza do mar e das sensações que o mar me traz…como diria o grande poeta Dorival Caymmi ” Eu guardo em mim dois corações, um que é do mar, um das paixões…”
Mas queria dizer que guardo em mim também a sensação de que eu poderia levar como profissão muitos outros ofícios. Amo história, amo filosofia, amo sociologia, amo psicologia…sei muito menos do que gostaria sobres todas essas áreas, mas as considero tão instigantes e interessantes quanto a biologia marinha. Também adoro plantas (mas não tenho dom pra elas), artesanatos em geral (mas quase nada sei fazer), pintura, música, teatro, cinema, leitura…e fico perguntando a mim mesma: por que a vida é tão efêmera se há tanto para aprender? aí vem as tão difíceis escolhas que temos de fazer…espero estar fazendo as escolhas corretas na vida =]
Felipe, você indicaria alguma faculdade de psicologia em Recife, PE? Abraços.
Olá Débora,
Muito bom ler sua avaliação sobre o texto.
Eu já pensava há muito tempo de escrever sobre esta questão, pois é comum vermos pessoas com muita dificuldade de se enquadrar em apenas uma profissão. E, felizmente, a tendência é a de o mundo fique cada vez mais aberto para as múltiplas possibilidades de atuação.
Veja o vídeo – Trabalho: você faz o que você ama e é feliz?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Débora,
Em Recife, especificamente, não sei lhe indicar.
Talvez este texto seja útil – Faculdade Particular ou Pública, qual devo escolher?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Meu amigo. O que fazer com as pessoas que sao contra hobby? Eu estou sofrendo com minha noiva do stress que ela ta gerando. Sinceramentr nao sei mais o que fazer. Gosto de aeromodelismo. Mas nem sempre consigo curtir esse hobby por tempo. E agora com as criticas e brigas dela. Diz q é coisa de abestalhado. Que o cara tem q se dedicar a mulher e nao a isso. Garanto a vc que apenas de 7 dias na semana, somente uma hora mal consigo aproveitar e usufruir de meu hobby. Nao sei mais o que fazer. Se tiver alguma sugestao sera bem vida. Valeu.
Olá José!
Bem, aí já entramos em uma outra questão é que é uma dificuldade de relacionamento. As pessoas são diferentes e este simples fato cria muitos desentendimentos possíveis. Uma dica simples é mostrar para ela que ela também tem seus gostos próprios e que cada um, em um relacionamento, deve procurar manter um espaço de individualidade.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Parabéns pelo seu texto, gostei muito do seu estilo, achei claro, simples e ao mesmo tempo muito rico. Você contribuiu com ideias novas, gosto muito disso. Vim parar aqui porque estava pesquisando o conceito de hobby. Ainda estou na minha pesquisa. Se por um lado, há a definição de que hobby é passatempo nas horas vagas, por outro, há os que entendem que é uma atividade de lazer / prazer / descontração levada a sério, com regularidade e, como você menciona, dedicação. Bem, ainda estou na minha pesquisa, mas se hobby for unicamente a segunda opção (lazer levado mais a sério), então, infelizmente, conheço poucas pessoas que tenham um hobby de verdade.
“Além da Letras e do Jornalismo (de escrever) eu sempre gostei de tecnologia. Se fosse uns dez anos mais novo, teria mais uma carreira para ter dúvidas, a área de ciência da computação.”Isso esta ai no seu texto.Diante disso vc aconselha que existe um “tempo certo” para iniciar uma carreira(pergunta)(por exemplo ,estou em vias de completar quarenta anos.SOu empregado publico estavel,tenho uma boa estabilidade financeira.Tenho um amor por biologia.Seria tarde para comecar(pergunta)
Olá Eduardo! Então, eu gosto tanto dessa área de tecnologia, que com meu irmão, criei uma empresa para fazer sites. Embora não tenha feito a faculdade de ciências da computação, eu fiz diversos cursos para poder também trabalhar na área, mesmo que, de certa forma, seja também um hobby.
Portanto, eu diria que nunca é tarde para começar. Especialmente porque as pessoas geralmente não vão te perguntar quantos anos você começou para contratar o seu serviços nessa nova área.
Felipe recebo seus textos em meu e mail sempre adoro tudo mas esse foi especial pois eu estou no sétimo semestre de psicologia ,(uma coisa que amo) e sou professora de pintura em tela e tecido, faço isso no sábado porque durante a semana me divido entre faculdade estágio e deveres de casa, adoro quando chega no sábado mesmo cansada amo dar aulas acho que é uma coisa maravilhosa ensinar o que sei e ainda ter uma renda extra, agora com a psicologia adoro mais ainda porque sei que algumas áreas eu vou poder usar a arte em minha profissão você disse muito bem, podemos ter quantos hobbies quisermos e mesmo assim ainda ser psicólogos, beijo grande Irene
Obrigado Irene! É realmente ótimo poder ensinar, até porque é uma das melhores maneiras de aprender, rsrs.