Desde o surgimento da indústria do entretenimento, as imagens idealizadas do homem e da mulher passaram a ser a dos famosos da mídia. Muito antes disso, o ideal, o que era invejado, sonhado era ser uma princesa, um príncipe, uma rainha, um rei. Curiosamente, já com os primeiros jornais impressos, começaram a ser publicados as primeiras fofocas sobre a realeza.
Em nosso universo atual, as fofocas visam os atores e atrizes, cantoras e cantores, fazendo deles um espelho a ser seguido – para quem não refletir sobre.
E, claro, todo este mercado de exposição fantástico cria uma demanda de produtos e serviços, que vão da moda (da roupa que eles usam) até acessórios, maquiagens, cremes, academias, suplementos e cirurgias plásticas.
O que eu quero falar neste texto é a respeito do uso da maquiagem, que é um sinal muito forte da criação de uma persona, de uma máscara que não corresponde à realidade. O termo persona foi criado pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung. Quer dizer a parte da nossa personalidade criada e mantida para lidarmos com o mundo social, dizendo a grosso modo. Em outras palavras, é a máscara que usamos para conviver com os demais, podendo esta máscara ser a profissão que escolhemos ou então estar cheia de preconceitos sobre o modo como devemos nos conduzir.
Usar uma máscara para conviver em sociedade, em princípio, não é algo ruim. Por exemplo, eu posso usar a “máscara de psicólogo” e ter o perfil de alguém que trabalha com psicologia. É como o monge do padre, o jaleco do médico, o terno do advogado. São as roupas e posturas que são esperadas por todos. Como se diz, “o hábito faz o monge”.
O problema de vestir a camisa, de utilizar a maquiagem da persona, é o fato de que podemos passar a ver que somos apenas o que mostramos. Ou seja, eu sou apenas psicólogo, ou sou apenas empresário, o líder, o general. Com isso, seja qual máscara for a que usamos, nos identificaremos com ela e ficaremos presos a uma só forma de agir.
Sempre gosto de usar o exemplo do general que trata com rispidez os seus subordinados no exército. Quando chega para conviver com a família, ao invés de tirar a máscara, a persona, e ser um pai para seus filhos, um marido para sua esposa, quer continuar sendo um general, aquele que manda em todos.
Isto também ocorre no mundo dos famosos, quando a pessoa se identifica com a sua personagem pública. A pessoa não consegue descer do pedestal criado artificialmente, o que causa grandes problemas. Quando ficamos apenas nas aparências, deixamos de lado a nossa sombra, o lado oposto da persona.
Por isso, embora pareça estranho, é tão importante o jeito do Pelé dizer sobre ele mesmo. Ele distingue em sua fala, o todo tempo, o Pelé do Edson Arantes do Nascimento, como uma forma de forçar a diferença entre o personagem Pelé internacionalmente conhecido e o homem comum chamado Edson.
Voltando ao aspecto da maquiagem da persona, no universo feminino, é interessantíssimo o fato da maquiagem ser o centro tanto do interesse quanto da vontade de ver como a famosa é sem a maquiagem.
Foto de famosas sem maquiagem
Como estava dizendo, é interessante o impacto que estas fotos de famosas sem maquiagem podem causar, como se nos déssemos conta de que são pessoas comuns, com falhas, com imperfeições faciais. Então, retomando o ponto, do mesmo modo que é importante para uma pessoa pública saber diferenciar o que é a persona – o que é mostrado em público – da sombra – o que é escondido – também é importante que a pessoa consiga lidar com todos os outros aspectos da personalidade que não cabem na persona.
Senão, continuarão sendo em casa, na intimidade e privacidade, idênticas ao que tentam demostrar para o grande público.
No cotidiano, é também importante para todas as mulheres entenderem esta dinâmica. O que mostram para os outros, o fato de querer chamar a atenção, se vestindo bem e se maquiando para esconder suas imperfeições, é apenas uma dos aspectos a serem levados em conta na construção dos relacionamentos. No relacionamento amoroso, por exemplo, podemos dizer que a “maquiagem”, a persona, deveria ser usada apenas no começo.
Para não ser mal compreendido, o que quero dizer é que a pessoa com quem ela vai se relacionar também tem que conhecer quem ela é, sem a maquiagem, sem o tentar ser e aparecer. Claro, o uso da maquiagem, a vaidade, o cuidado de si, não precisa ser abandonado. Mas na intimidade, o ideal é ir além do superficial, da base.
Texto muito interessante. Vejo que reforça ainda mais a importância do autoconhecimento que envolve também o autocuidado com o corpo e a mente. Pensei também na reflexão sobre a diferença entre ser e ter, fato que em nossa sociedade, atualmente, muitas pessoas se deixam escravizar pela posse material: mais beleza física e etc e se esquecem de ser um Ser Humano feliz consigo mesmo e com o que a vida oferece.
Oi Sabrina!
Muito legal você ter vindo comentar!
Então, a persona realmente se relaciona – também – com as posses, com o que temos e usamos para mostrar para os outros. O lado da aparência. Claro que manter as aparências, que é a função da persona, é importante. Senão seríamos todos loucos que não se importam com a opinião alheia.
Porém, todo cuidado é pouco. Gosto muito da frase: “Status é comprar coisas que você não quer, com o dinheiro que você não tem, a fim de mostrar para gente que você não gosta, uma pessoa que você não é”.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
muito interessante
Olá Maria do Socorro!
Obrigado por comentar! Fico feliz que achado o texto interessante!
Obrigada pela troca Felipe! Gostei do site!
Olá Maria Cristina!
Fico muito feliz que tenha gostado!
Será sempre um prazer contar com sua participação por aqui!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Importante aqui é dar primeiro passo é não adiar seu sonho.