Diversas pesquisas da neurociência procuram descobrir em que região do cérebro se localiza o amor e o sexo. Historicamente, localizamos o amor no coração, mas os cientistas demonstraram que esta localização é apenas metafórica, ou seja, é uma imagem concebida. A verdade é que tanto o amor quanto o sexo estão em nossa cabeça, mais especificamente, no córtex.
Um estudo internacional publicado no Jornal de Medicina Sexual (Journal of Sexual Medicine) realizou um importante levantamento das última 20 pesquisas sobre o tema. Nestas pesquisas, foram feitos levantamentos da atividade cerebral enquanto os sujeitos experimentais viam diante de si imagens sexuais, eróticas ou então de seus parceiros.
Os resultados eram diferentes para cada imagem e foram divididos então em dois grupos: amor (imagens do namorado ou namorada, esposa ou marido) e sexuais (imagens eróticas ou sexuais). Com os resultados foi possível demonstrar em que área especifica do cérebro o amor e a sexualidade estão localizados.
De acordo com Jim Pfaus, estudos sistemáticos como este não haviam sido produzidos. Os resultados poderiam indicar que a sexualidade e amor poderiam estar em áreas completamente diferentes. “Mas conclui-se que o amor e o desejo ativam áreas específicas mas relacionadas no cérebro”.
Duas áreas específicas são responsáveis pelo amor e pelo desejo (ou sexualidade): a insula e o striatum (ou estriado). As duas partes estão localizadas uma perto da outra. A insula é uma porção do córtex entre o lobo temporal e o lobo frontal, enquanto o striatum encontra-se lateralmente ao tálamo.
Tanto o amor como o desejo sexual ativam diferentes áreas do estriado. A área que é ativada pelo desejo sexual é também ativada em outras situações prazerosas como comer. Enquanto a área ativada pelo amor já envolve processos mais complexos, como processos que são causados ou ativados quando há recompensa ou prazer em ser valorizado por algo.
De forma que o estudo chegou à conclusão que a passagem do desejo ao amor ativa diferentes partes do estriado. E, curiosamente, tais partes do estriado também estão relacionadas com problemas como o uso e o abuso de drogas.
Um dos responsáveis da pesquisa explica: “O amor é na verdade um hábito que é formado a partir do desejo sexual assim que o desejo é recompensado. Funciona do mesmo modo no cérebro das pessoas que se tornam dependentes de drogas”.
Referências
Stephanie Cacioppo, Francesco Bianchi-Demicheli, Chris Frum, James G. Pfaus, James W. Lewis. The Common Neural Bases Between Sexual Desire and Love: A Multilevel Kernel Density fMRI Analysis. The Journal of Sexual Medicine, 2012; 9 (4): 1048 DOI: 10.1111/j.1743-6109.2012.02651.x
A partir daqui pode-se tirar a conclusão que os animais também podem sentir amor, pelo menos os mamíferos possuidores das áreas descobertas.
Sim Maria, é uma conclusão a que poderíamos chegar.
Mas para comprovar esta hipótese, seria necessário realizar uma série de outras pesquisas, com uma metodologia diferente.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, primeiro que tudo, muito obrigado pelas tuas aulas. Eu queria te perguntar se seria possível preparar uma aula explicando a diferença entre neurociências e neuropsicologia.
Muito obrigado,
Andy.
Olá Andy!
Veja aqui – O que é neuropsicologia?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Aonde ou onde?
Obrigado Marilene!
Fica a parte do amor na pituitaria