No século XIX a psiquiatria designa a psicose como doença mental. A psicose é mais conhecida pelas pessoas como loucura. Neste texto, você saberá mais sobre o conceito de psicose para a psicanálise.
Veja também: a personalidade para a psicanálise.
Freud afirma que a psicose seria resultado do conflito do Eu e o mundo externo. O Eu fracassa em manter-se fiel ao mundo externo e tentar silenciar o Id; assim o Eu é derrotado pelo Id e consequentemente afastado da realidade, deste modo surge a psicose segundo Sigmund Freud.
A primeira etapa da psicose seria o afastamento do Eu da realidade e a segunda seria a reparação do dano causado e o restabelecimento das relações com a realidade.
Em seu texto “Neurose e Psicose” Freud ressalta a psicose como sendo dada pela ausência da inscrição da castração e inexistência do sujeito. A psicose seria então de dois tipos: a paranóia e a esquizofrenia. A esquizofrenia seria marcada pelo recuo no nível do auto-erotismo (produzidos na ausência de estímulos externos) e a paranóia seria uma interrupção no nível do narcisismo.
A esquizofrenia não seria um distúrbio cerebral, mas uma perturbação do inconsciente, uma forma de psicose onde teria perda total da participação do mundo externo.
Após algum tempo psicanalistas surgiram dizendo que a esquizofrenia seria resultado de mães repressoras. Por exemplo, em 1948, Frieda surge com o termo “mãe esquizofrenogênica”, em outras palavras, mães que com a criação fazem seus filhos se tornarem esquizofrênicos.
Segundo Winnicott é essencial que a relação mãe-bebê seja saudável, considerando que no primeiro ano de vida não há separação do “eu” e do “não eu”. Não basta a mãe ser suficientemente boa, deve haver um interação entre mãe e ambiente visando a formação da psique do bebê, caso isso não ocorra estabelece-se uma deficiência gerando uma grande ansiedade no bebê que vai dar origem a psicose.
Do mesmo modo que pode ocorrer ao sujeito psicótico o restabelecimento e estabilidade, pode ser também que ocorra o aumento de angústia e do sentimento de invasão.
Um psicótico não deixa de ser psicótico, como um neurótico não deixa de ser neurótico, então segundo Lacan não tem porque o analista não atender um paciente psicótico. O analista não deve recuar. É através da escuta que se pode minimizar o isolamento que ocorre na psicose.
“O neurótico constrói um castelo no ar. O psicótico mora nele” (Jerome Lawrence).
eu xto a seguir a psicologia qual e a vantagem
Olá Tenete!
Você diz qual é a vantagem de estudar psicologia?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá! Você poderia fazer um artigo sobre esquizofrenia paranoide? Os tipos dela, ou algo assim. Ah, e uma pessoa só é paranoica quando.. por exemplo, ela acha q está sendo perseguida pelo governo ou há outras paranoias?
Olá Beth!
Sim, falarei mais sobre o tema em um futuro texto, ok?
Obrigado pela sugestão!
Sim, a pessoa pode ser paranoica tendo outros tipos de delírio. O delírio de perseguição é apenas um deles.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, a psicose é algo crônico? tem cura?
Olá Raquel,
Na perspectiva da psicanálise a psicose seria uma estrutura, um dos três tipos básicos de personalidade, ao lado da neurose e da perversão.
Não é uma questão de cura, (porque teríamos que definir normalidade e nem sempre a normalidade é um critério válido universalmente), mas mais uma questão de lidar com os sintomas.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá professor Felipe! Como vai?
Então, me identifiquei muito com o texto, pois fui diagnosticada como “esquizoafetiva” (F25). E por acaso tenho uma mãe bem repressora, se isso levou a eu ter um surto psicótico, realmente não sei, porém acho que tenha a ver. Pelo menos quando fui ao psiquiatra ele falou que minha mãe precisaria de terapia, mas infelizmente ela é uma pessoa que não aceita que é neurótica e qualquer tipo de ajuda, acha que é “normal”. Fazer o que né… tem gente que “acha” que não precisa de ajuda e acaba não indo pra frente e nem evolui como pessoa.
Valeu.
Olá Débora,
Veja aqui – O que você pode e o que você não pode controlar
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe, aprecio muito seus artigos e da forma acessível como escreve. Por favor, vc poderia me esclarecer se seria possível um neurótico evoluir para a psicose?
Olá Raquel!
Não. A neurose é uma estrutura diferente da psicose, ok?
Falamos em estrutura. Quem tem uma estrutura neurótica não pode “mudar” para uma estrutura psicótica. O que devemos ficar atentos é que os sintomas de uma estrutura podem aparecer em outros. Por exemplo, um psicótico pode ter sintomas típicos da neurose obsessiva.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe
Qual seria o mecanismo de defesa na psicose??
Obg.
Mariana,
O mecanismo de defesa na psicose é a forclusão (ou inclusão fora). A grosso modo, podemos entender a forclusão na paronoia. O sintoma é colocado fora, o problema são os outros…
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe, gosto muito de seus textos, fiquei com uma duvida acerca da “psicotização”, pois achava que era possível um neurótico se tornar psicótico,por exemplo um sujeito neurótico com um sofrimento muito intenso,regredir e se fixar numa fase pré-edípica..Parabéns pelo trabalho.