Note a diferença que há em dizer:

1) Eu tenho que fazer isso. (Eu devo fazer)

2) Eu posso fazer.

3) Eu quero fazer.

Na PNL, operadores modais (modal operators) são formas de usar a linguagem que revelam o modo como operamos no mundo. Podemos criar um mundo de oportunidades (eu posso), de obrigações (eu devo, eu tenho que…) um mundo de poder (eu quero, eu ouso, eu desejo).

Portanto, os operadores modais são expressos, em geral, por palavras como: poder – não poder; possível – impossível; dever – não dever; querer – não querer; queria; gostaria.

Dependendo do contexto em que usarmos os operadores modais, limitaremos nossas possibilidades no mundo. O que está por trás de tais frases são crenças. Do mesmo modo que foram construídas podem ser desconstruídas.

Por exemplo: vou mudar o modo de pensar, de operar, em algo muito simples.

1) Eu tenho que lavar a louça (é uma obrigação).

2) Mas, na verdade, eu posso lavar a louça (ou deixar para depois. Lavar a louça se transforma em uma das realidades possíveis. É uma escolha).

3) Eu quero lavar a louça agora (Além de ser uma escolha, há o poder nesta escolha).

No programa do Chaves, o personagem Sr. Madruga expressa sua crença: “O ruim não é ter trabalho, o ruim é ter que trabalhar”. Neste caso, trabalhar é obrigação: Eu tenho que trabalhar. Agora imagine um mundo em que se queira trabalhar. Acordar em uma segunda-feira feliz e dizer: – Que bom! Hoje eu volto ao trabalho! Eu quero trabalhar!

Segundo Richard Bandler, Fritz Pearls dizia para seus pacientes: “Não diga que não pode, diga que não quer”. Se você não quer, tudo bem! Você tem escolha. E se um dia você quiser, você poderá.

Neste caso, transformamos uma obrigação em um prazer, em um querer. Há diferença? Sim. Como sempre, é a forma como pensamos que faz toda a diferença. Pense na frase de C. G. Jung: “O livre-arbítrio é a capacidade de fazer com alegria aquilo que eu devo fazer”.

FELIPE DE SOUZA