A palavra indivíduo surge na Idade Média. Os filósofos desta época passaram a ver os objetos como únicos apesar de eles pertencerem a uma vastidão de outros indivíduos semelhantes.
Como exemplo podemos tomar um gato, um bicho domesticado e de estimação. Apesar do gato de estimação Doutor Maurício – que pertence ao meu amigo Rafael Senra – ser um gato como os outros, ele é também único, é um indivíduo: o Doutor Maurício.
Do mesmo modo, embora participemos todos da humanidade, somos únicos, temos a nossa individualidade, que é incomparável e diferente de todos os outros 6 bilhões de seres humanos da terra.
O conceito de individuação foi criado pelo psicólogo suíço C.G. Jung. O caminho que seguimos, psicologicamente, tanto em um processo de terapia quanto na vida em geral é chamado individuação.
Se seguirmos o caminho que é desenhado por uma série longa de sonhos – vamos dizer, sonhos de um ano – percebemos que estes sonhos formam um trajeto: a individuação, a busca de si mesmo. Um trajeto sinuoso, espiralado, de idas e vindas como a escada de Jacó, na Bíblia, ou a Serpente Celeste, nas tradições orientais. Curiosamente, estes dois trajetos são muito semelhantes ao movimento da terra em volta do sol, este que não está parado no espaço como geralmente imaginamos.
O processo de individuação traz a seguinte pergunta: quem sou eu? Em psicologia analítica, o eu ou ego é apenas uma parte de um Todo maior: o Self ou Si-Mesmo.
Eu mesmo? Sim. Descobrir o Eu-mesmo ou Si-mesmo é o grande objetivo de uma terapia psicológica. O que, por outro lado, não impede que possamos procurar uma terapia para resolver um pequeno problema, que pode ser solucionado em poucas sessões.
Para saber mais: O Homem e seus símbolos. Cap 3: O processo de individuação. Autora Marie Louise Von Franz. Organizador: C.G. Jung. Editora Vozes.
FELIPE DE SOUZA