Olá amigos!
Tudo bem? Estes dias tenho estudado uma Síndrome que é bastante comum no Japão, chamada Hikikomori, literalmente, Síndrome do Isolamento em Casa, ou seja, a doença da pessoa que não consegue sair de casa. Nos casos extremos, não há contato “presencial” algum com o mundo exterior. O que me chamou a atenção para esta Síndrome, descrita do outro lado do mundo, é que não temos dado muita atenção a este isolamento social que também tem crescido por aqui.
Quantos e quantos jovens não conseguem sair de casa e ficam apenas na internet?
Portanto, neste texto, vou procurar compartilhar o que aprendi com os japoneses sobre este quadro psicológico.
Síndrome do Isolamento em casa
Há um tempo atrás eu já havia escrito sobre solidão aqui no site. Veja o texto – A psicologia da solidão – no qual eu falo sobre o tema, junto da relação com a introversão e extroversão dos tipos psicológicos de Jung.
Estou citando este texto anterior, porque é importante notar que nem sempre querer ficar um pouco sozinho é uma doença. Pelo contrário, para muitas pessoas, o desejo de não ter tanto contato social faz muito bem. Mas o que nós vamos falar hoje é sobre um estado muito mais difícil e sofrido.
O Dr Tamaki Saito cunhou o termo Hikikomori no ano 2000 para descrever as pessoas que se isolam e ficam afastadas totalmente do convívio social lá no Japão. A pessoa se isola de tão forma, que é como se estivesse presa em sua casa. Não tem a liberdade de ir e vir, mas não é uma prisão de verdade. Parece uma escolha da pessoa simplesmente parar de sair. Porém, no fundo, pode também não ser uma escolha consciente, ou seja, a pessoa prefere não sair de casa, mas, em certo sentido, também pode não conseguir sair de casa.
A maioria destes jovens japoneses são muito tímidos, não possuem amigos e possuem relações familiares negativas.
Embora não saiam fisicamente de casa, eles saem através do mundo virtual, da internet e dos jogos online, que passa a ser o seu único contato com o mundo exterior. Para evitar o contato presencial, dormem de dia e ficam acordados à noite.
Embora o comportamento seja típico, cada pessoa com esta Síndrome terá um tipo de personalidade específico. Enquanto alguns são depressivos e mal falam, outros são agressivos e ansiosos. E um traço em comum em todos eles, é a incapacidade de assumir responsabilidades, por exemplo, se comprometer com os estudos se estiver em idade escolar ou encontrar trabalho. Não é raro também o total abandono da higiene pessoal, ficando dias e dias sem tomar banho.
Como disse, esta Síndrome foi percebida primeiro no Japão, pelo Dr. Tamaki Saito, mas com a expansão da internet e com as mudanças sociais ocorridas nas últimas décadas, vem crescendo em outros países. Por exemplo, os espanhóis também notam entre seus jovens o mesmo tipo de comportamento, mas o descrevem como “Síndrome da Porta Fechada”. Na Inglaterra e Estados Unidos é chamado de “Social withdrawal”, “afastamento social” ou “recolhimento social”. Na França é conhecido como “Síndrome do retraimento social agudo”.
Tipos de Hikikomori
1) O Pré-Hikikomori ou junhikikomori: Consegue sair de casa algumas vezes na semana, seja para ir à escola ou faculdade, mas tem muito pouco contato social.
2) O Hikikomori social: não quer estudar ou trabalhar, mas ainda mantém algumas relações sociais.
3) O Tachisukumi-gata: possui uma forte fobia social, sentindo constantemente medo ou paralisação quando em contato com outras pessoas.
4) O Netogehaijin, que significa zumbi, por aparentar pouca vitalidade.
Lembrando amigos que estes tipos são descrições populares no Japão e não são classificações dos psicólogos ou psiquiatras, ok? Em outro texto, podemos falar mais a respeito das classificações a respeito da fobia social.
No Japão, a pessoa que se isola totalmente em casa (apesar destes tipos) é basicamente alguém que não faz esforço algum para ter contatos sociais, muitas vezes chegando ao extremo de se negar a realizar atividades fundamentais para a sobrevivência. Ou seja, precisam comer e não comem, precisam dormir e não dormem. É frequente casos de Hikikomori por lá em que a pessoa simplesmente para de comer e morre de fome.
Os pais ou responsáveis muitas vezes pensam que o jovem está comendo, mas – como a porta está sempre fechada – e eles devolvem o prato de comida vazio, pressupõe que o filho ou filha está comendo, quando não está.
O importante de notar, nesta Síndrome, é o traço mais comum: o isolamento social extremo. Como dizem os espanhóis, a porta do quarto está sempre fechada. Amigos não visitam a casa, nem há passeios pelo mundo exterior. Muitas vezes não há nem a vontade de se banhar ou se cuidar. O único contato é através da internet, em um mundo fantástico e virtual, em que eles acabam fazendo uso de um avatar, de uma persona, de uma máscara completamente diferente da realidade.
Não há, portanto, vontade alguma de estudar ou trabalhar, não há ambição econômica ou desejo sexual suficiente para encontrar um parceiro ou parceira.
Causas do isolamento
O que mais chama a atenção, quando estudamos esta Síndrome, diz respeito aos motivos do isolamento. Porque alguém decidiria, voluntariamente, trancar-se em um quarto como um prisioneiro?
No momento atual, não há uma única causa como hipótese. Pesquisadores afirmam que o crescimento desta Síndrome advém do surgimento das novas tecnologias, em especial da internet, que provocaria, por sua vez, uma cisão entre o real e o virtual, levando os jovens a se afastar cada vez mais da realidade e a manter toda a sua percepção no universo virtual. Ou seja, ao invés de praticar esportes e brincar com os amigos na rua, cada vez mais se nota que as diversões para crianças e jovens estão em videogames, jogos online, redes sociais, etc – o que explicaria o isolamento social inicial.
Outros pesquisadores pensam que a “culpa” pela Síndrome advém de causas sociais, quer dizer, de uma cultura, de uma sociedade que estimula a competitividade, que é ansiosa pelo sucesso e pelo reconhecimento de conquistas materiais e que rechaça quem não possui a mesma ambição ou não consegue atingir o que seria o esperado para a sua idade e classe social.
E, ainda, outros pesquisadores apontam para causas do próprio indivíduo, como traços de personalidade e genética.
Tratamento
O Tratamento é normalmente adiado pelos pais ou responsáveis por dois motivos. Primeiro, por pensar que não há nada de errado durante muitos anos. Segundo, por pensar que o próprio sujeito vai buscar ajuda ou, então, vai conseguir sair deste quadro sozinho.
Com o tratamento adequado, com psicólogos e psiquiatras, é possível superar a Síndrome do Isolamento. Como gosto de dizer para meus pacientes, é sempre melhor ter a capacidade de fazer cem comportamentos do que apenas três não é mesmo?
Quer dizer, é claro que é possível escolher ter uma vida mais reservada, com poucos amigos, trabalhar pela internet e curtir jogos online. Porém, o problema reside quando a pessoa não consegue fazer outras coisas. Se precisa viajar, não viaja. Se precisa ir até outro canto da cidade, não se sente seguro. Se precisa atender um telefone, tem medo. Se surge uma excelente oportunidade de trabalho, não vai.
Portanto, podemos pensar no tratamento como buscando o resultado de expandir o repertório comportamental da pessoa, para que ela possa fazer mais coisas quando precisar ou desejar, não ficando limitada a pouquíssimos comportamentos.
No filme Tokio, com 3 contos de diferentes diretores, o do sul coreano Joonho Bong é sobre essa síndrome.
Olá Fábio!
Obrigado por comentar!
Será que você consegue a sinopse do filme, com diretor e atores, para colocarmos na nossa lista de 215 filmes?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa noite Felipe
Sou psicóloga e eu e minha sócia estamos criando um site e gostaria de saber se posso colocar alguns de seus vídeos nele, pois, os mesmos são muito bons e trazem informações que podem ajudar as pessoas.
Obrigada,
Maria Eni de Mattos
Psicóloga
CRP08/17088
Olá Maria Eni!
Claro! Será um prazer, pode compartilhar à vontade!
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe. Essa é a minha vez no site e adorei o texto. Sou professora, psicopedagoga e psicóloga e é muito bom poder compartilhar novos assuntos com vocês. Quanto à síndrome, certamente teremos que ficar mais atentos a estes sintomas em nossos pacientes e certamente divulgá-la a nossos colegas de profissão. Cabe a nós aprofundar nossos conhecimentos sobre o assunto para eventuais necessidades práticas e teóricas. Abraço!
Olá Ana Cecília!
Fico muito feliz que tenha gostado!
Realmente, me parece ser um tipo de sintoma que tem crescido por aqui também.
É interessante saber que o mesmo problema também tem acontecido em outros países, até para poder pesquisar mais a fundo caso seja necessário no consultório.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Cinco anos inteiros sem sair de casa (boa parte desse tempo, do quarto)… minha experiência. Não acho que um novo nome para determinar uma nova doença cuja origem limitada está à outros problemas, já conhecidos, como depressão maior, síndrome do pânico e fobia social seja mesmo necessário.
Olá Marcos,
Também concordo contigo que novos nomes para doenças mentais geralmente são desnecessários.
A questão é que em muitos casos o tratamento pode ser diferente se for pensado de uma outra forma pelos profissionais da saúde.
Um exemplo clássico é o da esquizofrenia. Inicialmente, o nome era demência precoce, como se o doente ficasse velho mais cedo. Bleuler, que foi supervisor do Jung, criou o conceito de esquizofrenia para indicar que o importante na doença não era ser parecida com a velhice (no sentido de incapacitar), mas sim a cisão mental (esquizofrenia significa literalmente cisão mental).
É o mesmo aqui. Pode ser que em muitos sentidos pensar em fobia social ou Hikikomori seja útil para esclarecer muitos comportamentos e ajudar quem precise.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Sofro com um problema parecido,não tão extremo mas não consigo por meus planos em prática.Acho que é uma necessidade absurda de agradar meu pai,o resultado é que cada vez mais me anulo e não tenho forças para enfrentar essa situação.
Olá!
Então, neste caso é importante você fazer terapia.
A terapia vai te ajudar a encontrar os seus motivos, bem como superar as suas dificuldades, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
BOA NOITE SOFRO DESSA SINDROME Q LI A CIMA E CONFESSO QUE TO COM VONTADE DE LARGAR ATE A PSICOLOGA POR QUE ME SINTO MAL AO SAIR DE CARRO JA QUE DE ONIBUS NAO VO NAO CONSIGO ADORO MEU MUNDO VIRTUAL MINHA CASA MAS AO ABRI O PORTAO JA ME DA ARREPIOS TREMEDEIRAS E VONTADE DE VOLTA CORRENDO PRA DENTRO DE CASA
Olá Mara,
Entendo.
Bem, você pode conversar com sua psicóloga e ver a possibilidade de ela lhe atender pela internet.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Boa noite, Felipe. Tenho um filho de 20 anos que está nessa situação. Ele dorme o dia todo, passa a noite toda acordado, não trabalha, e agora desistiu de estudar. Ele também quase não come, e eu tenho que brigar muito para ele tomar um banho! Ele está fazendo tratamento psicológico, e tomando medicação antidepressiva, mas não está adiantando muito! Confesso que já estou entrando em desespero, porque não sei como agir para ajudar meu filho! Por favor, poderia me ajudar? Muito obrigado!
Olá Valeria,
Esta é uma situação um pouco delicada. Em certo sentido, é uma situação totalmente nova que tem relação – também – com o desenvolvimento das novas tecnologias. Bem, eu penso que talvez não seja propriamente uma depressão. Em muitos casos, o diagnóstico correto vai mais para fobia social ou ansiedade social, ok?
De qualquer forma, como acontece em qualquer outro tipo de doença, é sempre interessante buscar uma segunda opinião de um outro profissional.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Veja meu caso tenho 25 anos não tenho amigos não saio de casa, somente quando necessário. já percebi muita gente sorrindo do meu jeito de ser.ate meu pai acha que sou doido. A cada dia fica mais difícil relacionar com pessoas .com deve ser feito o meu tratamento.
Olá Roberto,
Sugiro que você procure um profissional da psicologia cognitiva.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Obrigado Felipe pela Atenção!
Olá, vim pesquisar sobre a síndrome e achei esse seu artigo, não conheço muito sobre, vou pesquisar mais, de inicio tenho a dizer que vc escreve bem. Mas de verdade eu fico muito chateada, gostaria de compartilhar seu texto, mas eu não suporto psicólogos agindo sem ética, terapia online? francamente!!! como é possível vc ter CRP ainda!? desculpa acho que essa postagem nem será aceita, mas escrevo mesmo assim! É vedado pelo Conselho Regional de Psicologia Terapia Online, é possível em casos extremos, passando por autorização do Conselho . Acho que vc tem potencial para ter um trabalho dentro das normas, não estrague a psicologia, não estrague a abordagem que vc segue.
:(
Olá Tamires!
Obrigado pelo elogio, sempre gostei de escrever.
Então, você precisa se informar um pouco mais. Existe a Orientação Psicológica Online, a qual centenas e centenas de psicólogos trabalham, tudo de acordo com o Conselho Federal de Psicologia.
Já trabalhei durante alguns anos através desta abordagem. Hoje, no momento, prefiro utilizar o sistema de Coaching Online. Se você não sabe o que é Coaching, veja aqui – Diferença entre psicologia clínica e coaching
Como você deve saber, nada impede que uma pessoa tenha duas profissões. Portanto, eu sou formado em psicologia e trabalho atualmente com Coaching, ok? O Coaching não é regulamentado pelo CFP, por não ser um trabalho de psicologia especificamente. Por isso, não há um risco de eu perder a carteira.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá Felipe, tudo bem?
Muito bom seu artigo e acredito que pontos citados nele possa me ajudar a trabalhar com o que se passa comigo. A cerca de 8 anos quando recebi minha aprovação na faculdade larguei de ser parte de quem eu era, não vivo como “Porta Fechada” mais tenho o hábito de que tudo que preciso está dentro do quarto, se quiser comer ou beber está na casa, saio pouco, tenho namorada, trabalho com Comunicação mais prazeres como estar com os amigos, jogar futebol, fazem com que minhas emoções sejam fortes, minha pressão suba e desmaie ou passe mal. Estou fazendo um checape no coração mais acredito que não dará nada, o que será melhor procurar primeiro:
Terapia, Psicologo, Psiquiatra?
Sinceramente já cansei de viver assim, quem voltar a ser quem eu fui, mais como disse, certas emoções ou momentos fazem com que eu me recue. No que poderia me auxiliar.
Muito Obrigado.
Olá Maykon!
Sugiro que você procure um psicólogo da linha da psicologia cognitiva.
Também sugiro a leitura do livro “Vencendo a preocupação e a ansiedade com a psicologia cognitiva”, de Aaron Beck. É um livro muito interessante, ao mesmo tempo de “auto-ajuda” mas técnico do criador da Psicologia Cognitiva.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Eu nao saio de casa e fico paralisado vendo uma árvore em a penas 1 hora sem para e tambem eu nao sei por que agente anda uma vezz fiquei pensando nisso e fiquei sem mexe ne um musculo.
Olá Gabriel,
Se este tipo de situação está acontecendo com frequência e se te incomoda, sugiro que você procure fazer terapia.
A terapia é excelente para nos conhecermos e entendemos o nosso próprio funcionamento mental, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Olá, tenho 22 anos e sofro desse problema, sempre tive recaidas, mas isso se agravou mesmo há 2 anos. Larguei a faculdade, e não trabalho. Fiquei em casa esse tempo inteiro, morro de medo do julgamento alheio e de ficar em locais do qual posso ser julgado. E é assim mesmo, quando estamos isolados o tempp passa em um piscar d olhos. Ainda me sinto com 20 anos. Agora estou passando por uma depressão profunda ao me deparar com a realidade novamente, medo do futuro, meu rosto envelhecendo, e as expectativas sobre mim de acordo com minha classe e idade. O que deixei de fazer está vindo com força total, medo de falhar no social, medo de não achar uma pessoa, medo da situação financeira. Ainda tenho fobia social. Estou saindo mais e indo na psicologa, mas o medo do futuro me consome. E só mais um adendo, você é uma pessoa rara de se encontrar, acho que só encontrei 2 pessoas com um coração igual ao seu, e agradeço por escutar minhas palavras de desespero.
Olá Felipe tudo bom?
Eu tenho essa síndrome do isolamento e cheguei a procurar sobre isso e achei sobre os hikikomoris e neets na europa, e me identifiquei completamente com o quadro dessas pessoas. Eu tenho 22 anos e fiquei isolado por 2 anos e acabei largando a faculdade de direito e qualquer amigo ou contato que eu fiz. Eu já tinha pouco contato social, nem facebook eu usava, detestava o julgamento dos outros perante a minha pessoa, eu fico extremamente desconfortável em lugares públicos como shoppings e até onibus, e acho que isso começou com os problemas familiares na minha adolescência, e o bullying que sofri no colégio, eu não tinha onde escapar senão o computador. Minha auto estima é baixa, tenho medo de não ser aceito, tenho aversão ao sexo oposto e nesses últimos dias eu estou em uma depressão profunda ao reconhecer o quanto tempo eu perdi, considerando agora que preciso encarar tudo novamente, e com menos tempo de sobra!
Estou indo em uma psicóloga cognitiva, mas não tem adiantado muito.
Gostaria de agradecer pela atenção que você tem aos seus visitantes, isso me animou em ouvir uma opinião sua.
Olá Gabriel,
Sugiro que você pesquise sobre fobia social. É importante salientar que existe sim tratamento.
Também recomendo o texto – https://psicologiamsn20220322.mystagingwebsite.com/2014/08/diferenca-entre-solitude-e-solidao-voce-conhece-diferenca.html
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Ola Professor, tudo bom? Primeiramente, gostei muito do seu post, foi muito esclarecedor. Tenho uma irma que acredito que esteja passando justamente por isso, pois simplesmente tudo se encaixa no perfil. Ela eh tem 20 anos, nunca teve amigos, nao sai de casa alem de ir para faculdade ( o que desconfiamos que ate isso jah nao esteja fazendo mais…)e ate mesmo conosco da familia, fala somente o essencial.
Gostaria de saber se voce conhece algum profissional aqui em sao paulo-sp, que indicaria ou mesmo uma clinica especifica para tratar dessa Sindrome.
Desde jah deixo meu email registrado e agradeco imensamente sua ajuda, pois realmente estou preocupada com ela.
Abs,
Olá Thais!
Vou te passar a indicação de uma excelente psicóloga por email ai em São Paulo, SP.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe vc me descreveu nesse seu texto, desde quando eu terminei o ensino médio em 2010 nunca mais sai de casa, comecei faculdade de administração mas acabei desistindo no 3° período, nunca fui bom em lidar com pessoas. Acho que elas não gostam de mim se afastam. Tenho 23 anos.
Olá Thiago!
Neste caso, sugiro que você faça terapia. A terapia nos ajuda a entender a superar as dificuldades mentais e emocionais pelas quais todos nós passamos, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Vlw Felipe!! Estou pesando em fazer isso mesmo. tem um ponto em comum nas pessoas que passam pela mesma situação, o tempo. Ele passa tão depressa que a gente nem nota e quando se damos conta perdemos um bom período dele.
Ótimo texto. Eu tenho 30 anos e ainda tento entender o que tenho.
Passei muitos anos tentando entender. Sempre sofri muito bully quando criança e adolescente, e como forma de me proteger eu sempre me escondia na biblioteca ou no banheiro, e, talvez por causa disso, eu não consigo fazer amizades com ninguém. Nunca consegui ter contato pessoal com as outras pessoas, quando adolescente não gostava que me tocassem evitava abraços e ficava furiosa caso alguém insistisse em ter algum contato físico. Por causa disso nunca beijei nem tive namorados ou qualquer estimulo do tipo, sem que venha de mim mesma.
Fiquei cerca de 5 anos presa em casa entre o fim do ensino médio e a decisão de fazer a faculdade. Fiz a faculdade, cheguei a ter colegas, mas tudo limitado à faculdade ao período das 4 horas que estava ali. Nunca tive alguém para conversar ou sair nos finais de semana. Quando terminei a faculdade a coisa ficou pior, pois depois disso, não tinha mais motivos para ter contato com as outras pessoas.
Meu relacionamento com os computadores é intenso, desde os 4 anos uso continuamente e apaixonadamente. Quando a internet entrou na minha vida, tudo mudou. Inicialmente tinha muitos amigos virtuais, conheci muitas pessoas, fiz amizades, porém sempre distantes. Porém com o tempo até isso foi mudando, atualmente mantenho 4 ou 5 amigos, pessoas que acompanho na internet desde criança, algumas ao longo do tempo eu fui conhecendo pessoalmente, outras eu nunca vi. Passo 95% do meu dia conectada na internet através de computadores e gadgets, não gosto de sair de casa, não me sinto bem em festa ou em locais com outras pessoas além de mim mesma. Fiz terapia durante 3 anos, tudo levava a crer que esse meu comportamento era por problemas familiares, saí de casa e da minha cidade. Isso piorou muito a situação, pois agora, passo dias e dias isolada sem contato com ninguém. Faz 1 ano que eu saí de casa, e não apresentei melhora alguma, pelo contrário, o meu quadro de obesidade mórbida piorou, e a solidão deu as caras com casos de crises de choro e idéias de suicídio rotineiramente aparecem.
Olá Aemith!
Estamos passando por um momento de transição sem precedentes com a tecnologia. O que os especialistas indicam é que, em um futuro próximo, senão agora, a internet será como a eletricidade, estará em todo lugar e estaremos conectados o tempo todo.
Uma questão a se pensar é sobre a relação a distância. Em minha opinião, uma relação a distância pode ser tão profunda e significativa como um relacionamento presencial. Afinal, podemos ver, ouvir, conversar (os sentidos excluídos são o tato, o cheiro, o gosto, rs). Mas ainda assim é possível se sentir pertencendo a um grupo ou tendo afinidade com outras pessoas, uma a uma. Esse, digamos assim, é o lado positivo dessa grande transformação.
Por outro lado, pelo que você contou, é evidente que você dá conta de ter contatos sociais (senão não teria conseguido fazer faculdade). A questão é encontrar também no ambiente “físico” pessoas com as quais você possa se conectar de verdade, como no mundo virtual.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Tenho um filho que é psicólogo na área social do trabalho e das Organizações. Trabalhou na sua área durante dois a tres anos e não sei o que se passou ou seja se foi despedido ou se despediu. Regressou a casa onde permaneceu desempregado cerca de um ano. Voltou depois para casa dos pais e o seu dia a dia resume-se a ficar fechado no seu quarto deita-se, julgo eu tarde, pois eu não me intrometo, e acorda por volta das 12/13 horas. Sai do seu quarto chega-se ao pé de mim e da mãe, cumprimentando-nos e espera pelo almoço. Após o almoço volta de novo ao seu quarto regressando um pouco antes do jantar para brincar com o cão e espera pelo jantar. Após o jantar volta ao quarto vindo ter com os pais cerca das 23 horas para se despedir e volta novamente para o quarto. Perguntei-lhe uma vez se tem mandado currículos e disse-me que mandou um ou dois mas que não obteve resposta. Quando o interpelo sobre o que faz diz-me que ouve música, realiza jogos via internet. Temos reparado que o asseio não é o melhor pois nunca o conheci assim. Estou desesperado não sei o que fazer. O Dr. pode-me ajudar? Obrigado.
Olá António!
Todos nós passamos por fases na vida. Algumas delas, infelizmente, não são fáceis.
Como pais, temos que observar o comportamento dos filhos e ver como eles estão. Uma boa ideia é sempre ter espaço para dialogar sobre os pensamentos e sentimentos e se acham que estão precisando de ajuda, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
minha irma tem tudo dessa sidrome felipe agora nao quer se tratada diz q nao tem nada alguem falar de trazer ajuda ela fica brava discute o que fazer
Muito bom o post e li todos os comentários e me senti muito triste.
Se vc se sente sozinho procure a Cristo, ele sempre nos confortará e oque perdido foi restituido será.
Tenho 16 anos e numca tive problemas com pessoas, nao sei oque é bullyng mesmo assim me isolei por algums meses, sentia muito medo do futuro e tinha brigas constantes com meus pais.
Depois que conheci uma Igreja (LDS) comecei a ter muitos amigos e me sentir muito bem. Todas as minhas aflições se foram e eu pude sentir o verdadeiro amor de Deus.
Tenho uma filha que terminou este ano a licenciatura em psicologia e tem um comportamento idêntico ao descrito aqui, ou seja, vai às aulas e, de vez em quando, a uma festa de aniversário e o resto do tempo passa-o em casa na internet. Fala pouco com a família, não sai com amigos ou colegas, não vai à praia,etc. Está de férias e passa todo o tempo no ginásio e em casa, sempre sozinha. Sendo ela estudante de psicologia, tenho dificuldade em a aconselhar e que ela me escute. O que devo fazer?
Lucia, nem sempre o isolamento é um sintoma de uma doença. Muitas pessoas são mais introvertidas e isso é normal. Por compararmos o comportamento de uma pessoa com outra, podemos ficar preocupados e tudo o mais, mas a ajuda deve ser buscada se a pessoa quiser e/ou se houver um sofrimento psíquico que atrapalhe nas atividades.
Estou vivendo no exterior há quase dez anos, apesar de ter um marido maravilhoso, sinto medo de sair de casa, evito contato com as pessoas, recuso convites para festas, enfim… nao sei o que está acontecendo comigo. Penso muito em suicídio, nada mais me alegra, acho um fardo estar viva. Acabei engordando e notei uma queda acentuada de cabelos, isso afetou minha auto-estima, sempre fui vaidosa e praticava esportes quando morava no Brasil, mas aqui nao sinto vontade, nao sei o motivo. Aprendi falar alemao rápido, fiz um curso de 600 horas e foi um horror, cada dia de aula era um tormento, quando peguei meu certificado eu chorei de alívio por estar livre do contato com as pessoas todos os dias, enfim devo estar muito doente.
Olá!
Desculpe pela demora. Caso queira, envie email para psicologiamsn@gmail.com e conversamos, ok.
Olá Felipe eu tenho 51 anos
Eu era super festeira hoje em dia odeio ir em festas sair de casa provo tudo por minha casa me isolei
Bom dia!
Eu ouvi falar que o vício em internet e tecnologias está fazendo a juventude japonesa se desinteressar pelas relações sexuais, os casos de pornografia na rede são altíssimos!
Já há um estudo relatando a descarga de adrenalina e alteração do funcionamento da mente em constante exposição a esse tipo de indústria do entretenimento!
Eu também sou muito tímido, saio de casa para ir para faculdade na rotina diária. Muito de vez em quando eu saio sozinho para dar uma volta em São Paulo, ir na livraria, sebo e museus.
Na maioria do tempo passo em casa assistindo séries na Netflix, jogando videogame e lendo.
Tenho poucos amigos, aliás não faço amizade rápido mas preservo as velhas amizades que valem a pena! Tenho amigos de longa data e gosto muito deles!
Olá, Felipe. Adorei o artigo e me identifiquei muito com ele. Adorei principalmente porque já que vivo uma situação muito única, é difícil encontrar pessoas na mesma situação. Apesar de as causas do meu isolamento serem mais peculiares do que as usuais, eu vivo tão isolado e da mesma forma limitada que as vítimas dessa síndrome. Tenho momentos frequentes de ansiedade e depressão alem de solidão. Apesar disso, ainda, na maior parte do tempo prefiro o isolamento, pois é praticamente a única maneira através da qual tenho alguma paz de espírito.
Novamente, muito obrigado pelo artigo, por favor continue assim.
Oi!
Muito bom o texto! Não sabia de tal síndrome.
Eu sofro de isolamento,porém eu tbem não tenho contatoseu pessoais e nem em rede sociais.
A Internet pra mim,só pra ler algo e não com frequência…
Eu sei que não devia…Mas me acostumei.
Abraço
Daiane
Eu acho que tenho isso,não gosto de sair do meu quarto mas sou forçada a isso tendo que estudar e tudo mais…realmente sem meus pais aqui eu já teria parado de comer,de sair de casa e nem entro nas rede sociais…so fico aqui no escuro do meu quarto acho que isso não é uma sindrome eu gosto daqui so nao quero sair…
Neste exato momento estou no meu quarto com a cabeça e o corpo coberto pela rede e meu edredom pq a mae ligou a luz…
????????????
Ñ sabia disso
Eu tenho essa duença
Eu tbm tenho isso
humm, então é era disso que estavam me chamando, mas discordo que seja uma doença ou algo do tipo, eu não sou um doente. só não tenho interesse mais neste mundo e nem nesta sociedade, só isso.
Ser um hikikomori “esse termo ai”, é muito bom. nunca fui tão feliz como estou agora, longe desta porcaria de mundo, longe das suas perturbações insanas, é muito bom.
infelizmente ainda tenho que sair para fazer algumas coisas, mas faço tudo ou bem cedo ou de madrugada, *prefiro de madrugada.* e pelo que notei, tem muita gente que também se deu conta como eu que não tem nada lá fora que realmente tenha algum valor. não estamos perdendo nada, nada mesmo.
Estou assim. Sou de angra. Rio. Miro sozinho e trabalho de plantao.. Minha casa é uma prosao onde só saio p trabalhar. Mas qdo estou d folga fico dias em casa sem sair. Estou ficando doente fisicamente.. Tb.
Eu tenho isso há uns anos, piorou depois da pandemia. Como moro com minha mãe ela fica encarregada de fazer tudo o que precisa fazer fora de casa, e eu cuido da casa toda em troca de não precisar nunca sair.
Não é uma situação confortável mentalmente, vivo sobrecarregada com a culpa interna de que não estou vivendo mais mas simplesmente não consigo fazer nada além de um padrão de comportamento repetitivo come>dorme>arrumar a casa (me arrastando porque simplesmente não tenho energia pra realizar bem qualquer atividade, sinto meus músculos fracos, não sei bem o que acontece, deve ser falta de movimento) assistir> mexer na internet
Não converso com ninguém, não trabalho, não estudo (toda vez que tento não duro 3 meses, logo volto a me isolar por meses) fico no quarto só ouvindo música e assistindo ao invés de ser útil e viver.
Mãe fica esperando que eu busque ajuda e eu não sei o que fazer pra voltar a viver em sociedade, antes eu conseguia normalmente. 😔
Oi Manu, espero que você possa procurar e encontrar a ajuda que precisa! Abraços