Olá amigos!
A psicologia do esporte é uma das especialidades que estão disponíveis para os graduados em psicologia. Neste texto, vamos falar sobre todas as áreas de atuação do psicólogo(a) do esporte, definindo assim o que é a psicologia ligada ao esporte, tendo como base o CFP (Conselho Federal de Psicologia).
Definição de Psicologia do Esporte
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia, o psicólogo ou psicóloga do esporte atua, estuda e trabalha nas seguintes áreas:
1) A atuação do psicólogo do esporte está voltada tanto para o esporte de alto rendimento, ajudando atletas, técnicos e comissões técnicas a fazerem uso de princípios psicológicos para alcançar um nível ótimo de saúde mental, maximizar rendimento e otimizar a performance, quanto para a identificação de princípios e padrões de comportamentos de adultos e crianças participantes de atividades físicas.
2) Estuda, identifica e compreende teorias e técnicas psicológicas que podem ser aplicadas ao contexto do esporte e do exercício físico, tanto em nível individual – o atleta ou indivíduo praticante – como grupal – equipes esportivas ou de praticantes de atividade física. Sua atuação é tanto diagnóstica, desenvolvendo e aplicando instrumentos para determinação de perfil individual e coletivo, capacidade motora e cognitiva voltada para a prática esportiva, quanto interventiva atuando diretamente na transformação de padrões de comportamento que interferem na prática da atividade física regular e/ou competitiva.
3) Realiza estudos e pesquisas individualmente ou em equipe multidisciplinar, observando o contexto da atividade esportiva competitiva e não competitiva, a fim de conhecer elementos do comportamento do atleta, comissão técnica, dirigentes e torcidas; realiza atendimentos individuais ou em grupo, empregando técnicas psicoterápicas adequadas à situação, com o intuito de preparar o desempenho da atividade do ponto de vista psicológico;
4) Elabora e participa de programas e estudos de atividades esportivas educacionais, de lazer e de reabilitação, orientando a efetivação do esporte não competitivo de caráter profilático e recreacional, para conseguir o bem-estar e qualidade de vida dos indivíduos;
5) Desenvolve ações para a melhoria planejada e sistemática das capacidades psíquicas individuais voltadas para otimizar o rendimento de atletas de alto rendimento bem como de comissões técnicas e dirigentes;
6) Participa, em equipe multidisciplinar, da preparação de estratégias de trabalho objetivando o aperfeiçoamento e ajustamento do praticante aos objetivos propostos, procedendo ao exame de suas características psicológicas;
7) Participa, juntamente com a equipe multidisciplinar, da observação e acompanhamento de atletas e equipes esportivas, visando o estudo das variáveis psicológicas que interferem no desempenho de suas atividades específicas como treinos e competições.
8) Orienta pais ou responsáveis nas questões que se referem a escolha da modalidade esportiva e a conseqüente participação em treinos e competições, bem como o desenvolvimento de uma carreira profissional, e as implicações dessa escolha no ciclo de desenvolvimento da criança.
9) Colabora para a compreensão e transformação das relações de educadores e técnicos com os alunos e atletas no processo de ensino e aprendizagem, e nas relações inter e intrapessoais que ocorrem nos ambientes esportivos.
10) Colabora para a adesão e participação aos programas de atividades físicas da população em geral ou portadora de necessidades especiais.
Conclusão
Durante a minha graduação em psicologia, estudei muito pouco sobre a psicologia do esporte. Penso que esta situação (de pouco conteúdo durante a graduação) no que diz respeito a esta área ainda é frequente no Brasil. A ausência de disciplinas específicas, de estágios ou de pesquisa na área faz com que poucos profissionais busquem se especializar e, de forma inversa, existem poucas oportunidades de trabalho.
O esporte em nosso país é pensado como um hobby, uma recreação, uma diversão. Por isso, ninguém pensaria de contratar um psicólogo do esporte junto de um personal training para melhorar sua performance. E, a partir desta informação, veremos que a psicologia do esporte está toda centrada nos esportistas de alto rendimento. Vemos psicólogos em times de futebol conhecidos, no treinamento de ginastas, nadadores, tenistas e assim por diante.
Se o esporte no Brasil não é tão valorizado e temos poucas medalhas olímpicas, logo teremos a dimensão do nicho de mercado (praticamente mínimo) para a psicologia do esporte. Claro que quem trabalha na área ou faculdades que ofereçam pós-graduação dirão que as oportunidades são boas. Provavelmente são mesmo em termos de salário e condições de trabalho, porém, até hoje não conheci um colega de profissão que trabalhe com psicologia do esporte.
Portanto, diria que é um mercado pequeno, difícil de entrar mas que pode ser extremamente promissor, tanto pela ausência de profissionais especializados como pelo investimento que é feito no esporte de alto rendimento.
Mais uma vez parabéns pelos textos Felipe!!!
Eu estava esperando para ler sobre o assunto… É um longo debate, se começarmos a falar sobre a maneira como o esporte é tratado no Brasil… Na minha opinião o que difere o Brasil dos EUA em número de medalhas olímpicas por exemplo, é que la o esporte é levado a sério… Os atletas são “fabricados” desde pequeno, com a mulher estrutura possível, alimentação, acessórios, local de treinamento, acompanhamento médico, incentivo financeiro, estudos e etc… Nossa realidade aqui por exemplo é lamentável, primeiramente você começa a praticar depois de uma certa idade, sempre tem que dividir os horários de treino com trabalho e estudos. Por padrão já não é a maioria que tem acesso a alimentação de qualidade, assistência médica e etc… Enfim, gosto de pensar que quando unirmos uma boa infra com o talento nato que temos as coisas vão mudar!
Queria falar mesmo sobre um esporte que cresce a cada dia, que é a luta em geral, especialmente o MMA, Por praticar artes marciais há 7 anos e ter feito uma luta por experiência, tenho certeza que para este esporte a parte psicológica precisa estar tão bem treinada quanto a física… A Adrenalina de treinar por meses para uma luta, que pode durar menos de um minuto, as frustrações, medo de desapontar seus treinadores, família… Medo até mesmo de se machucar, enfim, muitas coisas passam na cabeça de um lutador, isso deve ser mil vezes pior quando se trata de um lutador profissional, que tira seu sustento da luta… Poderiam falar um pouco sobre isso em um futuro texto? Pois meu interesse em Psicologia esportiva tem muito a ver com esta parte… Bom, não quero me alongar muito. Muito obrigado e mais uma vez, parabéns pelos textos!!
Olá Hiuri,
Sim, a parte psicológica (digamos assim) é tão fundamental quanto a física para o rendimento, para o resultado final.
Isto é válido em qualquer esporte. A pressão na hora H pode ser criar ansiedade e medo de falhar ou praticamente nada, ou seja, o atleta com bom acompanhamento pode ir para uma competição final como se estivesse no treino, com tranquilidade e facilidade.
Eu não sou muito fã destes esportes violentos, para ser sincero. Por isso prefiro até me abster de emitir um juízo. Sabemos que, em certo sentido, todo esporte pode causar problemas, lesões, estafa, etc. Mas estes esportes – como o MMA, boxe, entre outros – trazem sérios impactos para o cérebro. A longo prazo eles podem provocar doenças seríssimas. Em alguns lutadores vemos até que eles apresentam um certo retardo, lentidão no raciocínio… tudo isto pelas fortes pancadas constantes no cérebro.
Com relação ao que você disse sobre o investimento, aqui no Brasil e em outros países, concordo plenamente.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Felipe,
Verdade, concordo com você, sei que lutadores costumam ter certos tipos de doenças, ou “sequelas”… Por isto que sou praticante literalmente, Muaythai, Boxe, Jiu Jitsu, apenas pra me manter saudável, em forma e para defesa pessoal :). Não podemos negar que está crescendo de uma forma como nunca vi outro esporte crescer, isso poderia abrir os horizontes desta área de atuação para o Psicólogo não? Para mim, seria unir o útil ao agradável, trabalhar com psicologia, assunto pleo qual me interesso mais a cada dia e estar envolvido no mundo das lutas! hehhe, grande abraço!!!
Olá Hiuri,
Claro que a psicologia também pode ser útil neste tipo de treinamento, sem esta questão ética que expus acima.
Recomendo que você pesquise sobre modelagem na Programação Neurolinguistica. A grosso modo, é a capacidade de modelar o comportamento, “imitando” quem faz algo bem e levando esta habilidade para quem está começando.
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Obrigado Felipe, vou pesquisar sim, mas, como este site agora é minha fonte principal e mais confiável de conhecimentos sobre Psicologia, fica mais um pedido então, para tratarem do assunto futuramente. Grande abraço!
Olá Hiuri,
Fico feliz que confie em nosso site!
Então, já coloquei na lista para novos textos, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Certo, aguardarei! Grande abraço!