É muito comum ouvirmos que o frio é psicológico. Como esta é uma frase que é muito dita – especialmente agora no outono e no inverno – decidi responder a uma dúvida presente em diversas conversas. Afinal, o frio é mesmo psicológico?
Bem, para respondermos a esta questão devemos dizer primeiro o que é psicológico, não é mesmo? Você já ouviu ou sabe o que quer dizer psicológico?
Psicológico vem de psique, palavra grega que significa alma. Então, ao falarmos que o frio é psicológico estamos dizendo que o frio é psíquico, o frio vem da alma e não do corpo.
Agora, a questão é responder se o frio é psicológico ou se o frio é corporal. Vejamos:
O frio não é psicológico
O frio não é psicológico pois sabemos que a temperatura externa afeta o organismo que reagirá ao ambiente de uma determinada maneira. Por exemplo, em temperaturas altas o corpo sua para equilibrar a temperatura, e em temperaturas baixas o corpo tem seus mecanismos de proteção, como por exemplo, os pelos se arrepiam, o corpo fica encolhido, etc.
Então, o frio não é psicológico pois há algo objetivo com o qual podemos ter certeza que as pessoas reagirão com respostas típicas, de acordo com a temperatura.
Basta pensarmos no número de pessoas que irão à praia quando estiver 10 graus Celsius. O número será, claro, infinitamente inferior ao número de pessoas que sairão quando estiver 35-40 graus.
O frio é psicológico
Entretanto, ainda que tenhamos uma medida objetiva, física, comprovável através de instrumentos para saber que o frio – e o calor – afetam os organismos, também temos que levar em conta que há fatores subjetivos e culturais no modo como o ambiente é interpretado.
Aqui em minha cidade, São Lourenço, sul de Minas, o frio é relativamente intenso, facilmente chegando a temperaturas de 5 a 15 graus a noite no outono e no inverno. Há pouco tempo atrás, vivia aqui um inglês que nas noites mais frias do inverno, quando a temperatura estava perto do zero grau, que saía de short e camisa. Quando perguntávamos a ele se ele não estava com frio (e todos estavam!) ele dizia que a temperatura era igual á Inglaterra no verão. Para ele, estava ótimo, parecia uma noite agradável, sem frio algum.
Neste caso, o fator cultural é claro. Como tinha nascido em um país bem mais gelado do que o nosso, ele já tinha se acostumado com o frio. Temperaturas do inverno eram para ele temperaturas do verão. Não sei até que ponto isto é exato, mas a vivência subjetiva dele era inquestionável. Ele realmente não precisava de blusas.
Outro exemplo, mas o contrário, é o de nossos primos que vivem em Natal, no Rio Grande do Norte. Quando eles vinham para cá, vestiam blusas de frio quando estava 20-25 graus! Ou seja, ninguém estava sentindo frio, mas como eles não estavam acostumados com este tempo, sentiam que o ar estava gelado e que era preciso se agasalhar.
Agora, a prova mais significativa para dizer que o frio é, até certo ponto, psicológico é fazer o seguinte: em um dia de frio, tente, por exemplo, sair do banho e cantar uma música, ou prestar atenção em uma música em sua cabeça. Quando mudamos o foco do cinestésico, das sensações corporais, para o auditivo, nossa atenção se desloca e é certo que você sentirá menos frio, e talvez nem perceba que está frio.
De modo que o frio é sim psicológico, pois pode ser alterado pelo modo como sentimos o frio, seja a partir da nossa história de vida, influenciada pela cultura, ou por mudarmos a nossa atenção para outro foco, como por exemplo, ficar distraído ouvindo música, quando poderíamos estar tremendo.
Qual o papel do psicologo na medicalização?
Olá Catarina,
O psicólogo não receita remédios, ok?
Atenciosamente,
Felipe de Souza
Gostaria de saber o que preciso estudar sobre psicologia para federal▲
Olá Guilherme,
Então, para fazer a faculdade de psicologia é preciso ver certinho na faculdade desejada como é o processo seletivo. Em geral, a maior parte das federais está utilizando o Enem, e, portanto, é preciso estudar tudo de tudo.
Atenciosamente,
Felipe de Souza